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22/01/2007 - 23h10

Eleições na Sérvia indicam formação de coalizão pró-reformas

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da Folha Online

Assim como em 2003, os ultranacionalistas alcançaram uma votação expressiva nas eleições parlamentares deste domingo na Sérvia --mas não o suficiente para governar, já que não há partidos dispostos a formar uma coalizão de maioria com os radicais.

O resultado das eleições sérvias aponta, assim, para a formação de uma coalizão pró-ocidente entre os partidos reformistas do presidente do país, Boris Tadic, e do premiê, Vojislav Kostunica. Analistas alertam, no entanto, que esses partidos, mesmo unidos por interesses políticos momentâneos, são rivais e não aliados.

21.jan.2007/Reuters
Mulher coloca voto em urna para eleições parlamentares sérvias
Mulher coloca voto em urna para eleições parlamentares sérvias
Contrariando as esperanças ocidentais de um fracasso dos radicais, os nacionalistas alcançaram até agora cerca de 28% dos votos para o Parlamento sérvio, o que os torna o partido mais votado e que será um forte bloco oposicionista. Cerca de 70% das urnas já foram apuradas.

"O próprio Partido Radical se recusa a fazer coalizões", disse o analista Slobodan Antonic, da Universidade de Belgrado. "Eles consideram os outros partidos muito corruptos. São de extrema-direita, e é difícil encontrar um parceiro".

Antonic afirmou também que o partido é "dirigido por um homem que está preso e que não tem uma visão realista da situação na Sérvia". Ele se referia a Vojislav Seselj, que está sendo julgado por crimes de guerra no tribunal internacional da ONU.

Reformistas

Os partidos reformistas partidários da União Européia avançaram um pouco após as eleições às custas dos partidos de extrema-direita e de centro. Mas eles não conseguiram votos suficientes para formarem uma coalizão que não inclua o premiê Kostunica, que provavelmente insistirá em permanecer no centro do poder apesar de seu partido, Coalizão Popular, ter ficado em terceiro lugar nas eleições (com 16,3 % até agora).

O Partido Democrata, que conseguiu mais votos totais do que o partido de Kostunica (22.6 %) e ficou em segundo lugar, promete dificultar as coisas. "Acho que não vai ser fácil formar um governo nessas circunstâncias", disse a porta-voz democrata Jelena Markovic. "O Partido Democrata não vai abandonar o direito de ter seu candidato para premiê, já que conseguimos mais vagas [do que a Coalizão Popular]."

No meio da discussão, o presidente da Sérvia pediu aos partidos pró-democracia que coloquem as diferenças de lado e formem a coalizão o mais rápido possível. A formação do governo está em senso de urgência porque o enviado da ONU no país deverá apresentar até o final desta semana suas recomendações acerca das ambições da Província de Kosovo de se tornar independente.

Não está claro se o relatório será divulgado para o público. Os reformistas temem, no entanto, que a divulgação do relatório antes da formação do governo fortaleça os radicais.

Kosovo

A campanha de Kosovo pela independência da região encontra forte oposição dentro da Sérvia. No final de 2006, Kostunica disse que a Sérvia só poderia perder a Província de Kosovo se sofrer uma "violência jurídica".

"Kosovo nunca poderá chegar a ser independente de forma legal e justa. Só pode ser separado se alguém quiser e se atrever a recorrer à violência jurídica, com o respaldo na força", disse Kostunica em reunião do DSS (Partido Democrático da Sérvia).

Kostunica também se opôs a qualquer possibilidade de reconhecimento unilateral da independência do Kosovo e reiterou a posição sérvia de que a província deve gozar de autonomia substancial dentro da Sérvia.

As negociações do estatuto entre sérvios e albano-kosovares começaram em fevereiro passado, mas não conseguiram aproximar as posições opostas entre as duas partes nem nos assuntos técnicos.

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