Publicidade
Publicidade
31/01/2007
-
18h02
LIGIA BRASLAUSKAS
Editora de Mundo da Folha Online
A exibição de novas imagens do ditador Fidel Castro, 80, afastado da chefia de Cuba desde 31 de julho de 2006, não minimiza o suspense que ronda sua real situação de saúde. Desde que entregou os poderes da ilha a seu irmão, Raúl Castro, 75, notícias contraditórias traçam um perfil incerto sobre as possibilidades de retorno do ditador.
Nitidamente abatido --embora com aparência um pouco melhor que em suas últimas imagens, divulgadas em 28 de setembro último--, Fidel aparece em pé, falando com seu admirador e presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e reafirma que a batalha [por sua recuperação] está longe de ser perdida. As imagens teriam sido feitas na segunda-feira (29).
O silêncio das autoridades cubanas sobre o estado de Fidel pode tanto demonstrar respeito ao ditador afastado como sinalizar o tamanho da atual distância entre ele o governo de Cuba. É bom lembrar que Fidel deixou a chefia do país por motivo de doença [à época, a Folha de S.Paulo, em reportagem de Kennedy Alencar, antecipou que o ditador sofria de um tumor maligno no abdômen e que eram remotas suas chances de retomar o poder].
Há exatos seis meses da saída de Fidel do governo, os amantes e detratores do ditador cubano não sabem direito o que pensar. Neste período, notícias de morte iminente e de plena recuperação foram anunciadas --sempre pela imprensa internacional. Apenas nos últimos 15 dias deste mês, o site do jornal espanhol "El País" divulgou que "Fidel fizera três cirurgias e que seu estado era grave", desmentiu esta informação através de declarações do médico espanhol José Luis García Sabrido
--que reafirmou o diagnóstico feito em dezembro de 2006, quando viajou a Cuba e disse não ter detectado nenhuma doença maligna no líder cubano--, e, posteriormente, informou que as cirurgias supostamente malsucedidas teriam sido escolha do próprio ditador.
Nem Chávez escapou da onda de notícias que geraram ainda mais dúvidas. Neste mês, o presidente venezuelano apareceu em público duas vezes falando sobre a saúde de Fidel. Primeiro, ele disse que o ditador "estava bem, apesar de sua 'lenta recuperação'". Três dia depois, durante a Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, disse que Fidel "estava lutando por sua vida" --demonstrando "certo martírio" e acirrando ainda mais o clima de incertezas que pesam sobre o futuro de Cuba.
Enquete realizada pela Folha Online, a respeito da necessidade ou não do esclarecimento sobre o real estado de saúde de Fidel, mostrou [até esta quarta-feira] que 63% dos participantes julgam que Cuba deveria, sim, pronunciar-se publicamente para evitar boatos e notícias contraditórias. Os outros 37% dizem que Cuba deve manter silêncio até que Fidel decida falar por vontade própria.
O silêncio de Cuba misturado às informações de gravidade da saúde do ditador e às imagens de um enfermo aparentemente melhor e mais gordo despertam ainda mais curiosidade. Se a falta de notícias é uma estratégia do governo cubano para não alarmar a população pró-Fidel e retardar as comemorações daqueles que fugiram e ainda tentam fugir da ilha, pode estar funcionando. Mas o método cubano de "brincar de esconde-esconde" pode acabar banalizando a imagem de um homem que esteve no poder por 47 anos e ainda é a única figura forte de Cuba.
Leia mais
Cuba libera novas imagens de Fidel Castro em TV estatal
Especial
Veja galeria das imagens mais recentes de Fidel Castro
Enquete: autoridades cubanas deveriam esclarecer a situação de Fidel?
Leia o que já foi publicado sobre Fidel Castro
Leia o que já foi publicado sobre Cuba
Reaparição de Fidel não muda suspense 6 meses após seu afastamento
Publicidade
Editora de Mundo da Folha Online
A exibição de novas imagens do ditador Fidel Castro, 80, afastado da chefia de Cuba desde 31 de julho de 2006, não minimiza o suspense que ronda sua real situação de saúde. Desde que entregou os poderes da ilha a seu irmão, Raúl Castro, 75, notícias contraditórias traçam um perfil incerto sobre as possibilidades de retorno do ditador.
Reuters |
O ditador Fidel Castro (à esq.) aparece ao lado do presidente venezuelano Hugo Chávez |
O silêncio das autoridades cubanas sobre o estado de Fidel pode tanto demonstrar respeito ao ditador afastado como sinalizar o tamanho da atual distância entre ele o governo de Cuba. É bom lembrar que Fidel deixou a chefia do país por motivo de doença [à época, a Folha de S.Paulo, em reportagem de Kennedy Alencar, antecipou que o ditador sofria de um tumor maligno no abdômen e que eram remotas suas chances de retomar o poder].
Há exatos seis meses da saída de Fidel do governo, os amantes e detratores do ditador cubano não sabem direito o que pensar. Neste período, notícias de morte iminente e de plena recuperação foram anunciadas --sempre pela imprensa internacional. Apenas nos últimos 15 dias deste mês, o site do jornal espanhol "El País" divulgou que "Fidel fizera três cirurgias e que seu estado era grave", desmentiu esta informação através de declarações do médico espanhol José Luis García Sabrido
--que reafirmou o diagnóstico feito em dezembro de 2006, quando viajou a Cuba e disse não ter detectado nenhuma doença maligna no líder cubano--, e, posteriormente, informou que as cirurgias supostamente malsucedidas teriam sido escolha do próprio ditador.
28.out.2006/AP |
Fidel aparece mais abatido em foto divulgada em 28 de outubro de 2006 |
Enquete realizada pela Folha Online, a respeito da necessidade ou não do esclarecimento sobre o real estado de saúde de Fidel, mostrou [até esta quarta-feira] que 63% dos participantes julgam que Cuba deveria, sim, pronunciar-se publicamente para evitar boatos e notícias contraditórias. Os outros 37% dizem que Cuba deve manter silêncio até que Fidel decida falar por vontade própria.
O silêncio de Cuba misturado às informações de gravidade da saúde do ditador e às imagens de um enfermo aparentemente melhor e mais gordo despertam ainda mais curiosidade. Se a falta de notícias é uma estratégia do governo cubano para não alarmar a população pró-Fidel e retardar as comemorações daqueles que fugiram e ainda tentam fugir da ilha, pode estar funcionando. Mas o método cubano de "brincar de esconde-esconde" pode acabar banalizando a imagem de um homem que esteve no poder por 47 anos e ainda é a única figura forte de Cuba.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice