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15/02/2007
-
22h26
da Folha Online
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afastou nesta quinta-feira o presidente da Tchetchênia e nomeou em seu lugar o premiê Ramzan Kadyrov, acusado por grupos de defesa dos direitos humanos de ser responsável por seqüestros e detenções de supostos separatistas na República.
Antes de se aliar ao governo russo, Kadyrov fez parte de milícias rebeldes na Tchetchênia até meados dos anos 90. Após sua transformação em partidário do Kremlin, no entanto, ele teve uma carreira de rápida ascensão na política local. Se Kadyrov nega categoricamente as acusações de abusos cometidos por sua guarda pessoal, a Rússia parece ignorar as denúncias. O novo presidente também já foi condecorado com herói russo pelo Kremlin.
Nesta quinta-feira, Kadyrov foi nomeado presidente em Exercício para substituir o ex-líder Alu Alkhanov, após dias de especulação a respeito de uma disputa por poder entre os dois políticos. Segundo um comunicado do Kremlin, Alkhanov foi liberado do cargo "por sua própria vontade", mas o ex-presidente negou nesta semana que estava a ponto de renunciar.
"Se eu continuarei no cargo, isso dependerá da vontade do Todo Poderoso e do presidente de nosso país [em referência a Putin], afirmou Alkhanov. Em uma nota separada, o governo russo informou que nomeou o ex-presidente vice-ministro da Justiça da Rússia.
Guerra
A Tchetchênia enfrenta lutas com rebeldes separatistas que se opõe ao domínio russo há mais de dez anos. Uma guerra de 20 meses terminou em 1996 com a retirada das tropas russas depois que a luta contra os rebeldes chegou a um impasse. A região se tornou, na prática, independente, e cada vez mais influenciada por fundamentalistas islâmicos.
Kadyrov, que completou 30 anos em outubro, é filho do primeiro presidente da Tchetchênia russa, Akhmad Kadyrov, assassinado pela guerrilha num atentado em 9 de maio de 2004, durante um ato público em Grozni. Ele estava no poder havia cerca de sete meses.
Durante a primeira guerra tchetchena, entre 1994 e 1996, pai e filho combateram na guerrilha separatista, da qual o Akhmad era líder religioso. Mas, na segunda, iniciada em 1999, os Kadyrov passaram ao lado russo e ganharam a confiança do Kremlin.
A segunda guerra da Tchetchênia quando forças de segurança russas entraram novamente na região após uma incursão de guerrilheiros tchetchenos no Daguestão. Atentados à bomba em apartamentos russos também foram creditados aos separatistas e influenciaram na segunda invasão russa.
A maior parte dos combates desta última campanha militar acabou em 2001, mas soldados russos ainda combatem em alguns pontos onde rebeldes continuam a planejar ações.
Em 2003, Moscou organizou um plebiscito na Tchetchênia, e 95% dos votantes decidiram que ela deveria continuar fazendo parte da Rússia. Os rebeldes, que boicotaram o plebiscito, acusaram Moscou de fraudar o resultado.
Kadyrov
As batalhas entre russos e separatistas destruíram grande parte da região, particularmente a capital, Grozny, e Kadyrov empreendeu uma campanha de reconstrução apoiada em recursos federais.
O ex-premiê também faz uso de estratégias de visibilidade pessoal, colocando faixas e pôsteres que o defendem em prédios.
Kadyrov lidera um corpo de segurança que é acusado de seqüestrar e abusar de supostos rebeldes e civis com ligações com os separatistas tchetchenos.
Depois do assassinato em outubro último da jornalista Anna Politkovskaya, que havia criticado a ação russa na tchetchênia, especulou-se se sua morte estaria ligada com sua pesquisa jornalística sobre a administração de Kadyrov.
O novo presidente nega qualquer ligação com a morte da jornalista. "Eu não mato mulheres", afirmou.
Com Associated Press
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Tchetchênia
Ex-rebelde é nomeado pela Rússia presidente da Tchetchênia
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afastou nesta quinta-feira o presidente da Tchetchênia e nomeou em seu lugar o premiê Ramzan Kadyrov, acusado por grupos de defesa dos direitos humanos de ser responsável por seqüestros e detenções de supostos separatistas na República.
Mijail Klimentyev/Efe |
O premiê Kadyrov se tronou hoje presidente da Tchetchênia |
Nesta quinta-feira, Kadyrov foi nomeado presidente em Exercício para substituir o ex-líder Alu Alkhanov, após dias de especulação a respeito de uma disputa por poder entre os dois políticos. Segundo um comunicado do Kremlin, Alkhanov foi liberado do cargo "por sua própria vontade", mas o ex-presidente negou nesta semana que estava a ponto de renunciar.
"Se eu continuarei no cargo, isso dependerá da vontade do Todo Poderoso e do presidente de nosso país [em referência a Putin], afirmou Alkhanov. Em uma nota separada, o governo russo informou que nomeou o ex-presidente vice-ministro da Justiça da Rússia.
Guerra
A Tchetchênia enfrenta lutas com rebeldes separatistas que se opõe ao domínio russo há mais de dez anos. Uma guerra de 20 meses terminou em 1996 com a retirada das tropas russas depois que a luta contra os rebeldes chegou a um impasse. A região se tornou, na prática, independente, e cada vez mais influenciada por fundamentalistas islâmicos.
Kadyrov, que completou 30 anos em outubro, é filho do primeiro presidente da Tchetchênia russa, Akhmad Kadyrov, assassinado pela guerrilha num atentado em 9 de maio de 2004, durante um ato público em Grozni. Ele estava no poder havia cerca de sete meses.
Durante a primeira guerra tchetchena, entre 1994 e 1996, pai e filho combateram na guerrilha separatista, da qual o Akhmad era líder religioso. Mas, na segunda, iniciada em 1999, os Kadyrov passaram ao lado russo e ganharam a confiança do Kremlin.
A segunda guerra da Tchetchênia quando forças de segurança russas entraram novamente na região após uma incursão de guerrilheiros tchetchenos no Daguestão. Atentados à bomba em apartamentos russos também foram creditados aos separatistas e influenciaram na segunda invasão russa.
A maior parte dos combates desta última campanha militar acabou em 2001, mas soldados russos ainda combatem em alguns pontos onde rebeldes continuam a planejar ações.
Em 2003, Moscou organizou um plebiscito na Tchetchênia, e 95% dos votantes decidiram que ela deveria continuar fazendo parte da Rússia. Os rebeldes, que boicotaram o plebiscito, acusaram Moscou de fraudar o resultado.
Kadyrov
As batalhas entre russos e separatistas destruíram grande parte da região, particularmente a capital, Grozny, e Kadyrov empreendeu uma campanha de reconstrução apoiada em recursos federais.
O ex-premiê também faz uso de estratégias de visibilidade pessoal, colocando faixas e pôsteres que o defendem em prédios.
Kadyrov lidera um corpo de segurança que é acusado de seqüestrar e abusar de supostos rebeldes e civis com ligações com os separatistas tchetchenos.
Depois do assassinato em outubro último da jornalista Anna Politkovskaya, que havia criticado a ação russa na tchetchênia, especulou-se se sua morte estaria ligada com sua pesquisa jornalística sobre a administração de Kadyrov.
O novo presidente nega qualquer ligação com a morte da jornalista. "Eu não mato mulheres", afirmou.
Com Associated Press
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