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23/02/2007
-
12h21
da Efe, em Londres
da Folha Online
Muitos dos dados sobre o programa nuclear iraniano recolhidos pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos são "infundados", segundo fontes diplomáticas que atuam na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) citadas pelo jornal britânico "The Guardian', nesta sexta-feira.
As afirmações --que lembram o ocorrido antes da Guerra do Iraque, em 2003, quando Washington apresentou informações falsas sobre a existência de armas químicas-- coincidem com o aumento da tensão internacional depois de a AIEA, com sede em Viena, anunciar que o Irã desafiou o ultimato do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas).
Também nesta sexta-feira, outro importante jornal britânico, o "Times", informou que autoridades do governo britânico temem que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ordene um ataque ao Irã antes do fim de seu mandato, em dois anos "Bush não quer deixar a questão para o sucessor", disse uma das fontes, que pediram anonimato.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou nesta quinta-feira que nenhuma intervenção militar contra o Irã estava em preparação por parte do governo americano.
Os EUA acusam o Irã de tentar desenvolver em segredo um programa nuclear militar, mas a maioria das informações sobre os supostos depósitos secretos de armamento iranianos fornecidos à ONU eram falsos, segundo fontes em Viena citadas pelo jornal.
"A maioria (desses dados) se demonstrou incorreto. Apresentaram-nos um documento com uma lista de situações. (Os inspetores) fizeram um acompanhamento e foram a alguns locais, mas não encontraram sinal algum de atividades (nucleares proibidas)", disse uma fonte.
Um tema especialmente polêmico refere-se aos supostos planos de fabricação de uma ogiva nuclear que, segundo a CIA (inteligência dos EUA), estavam em um computador portátil fornecido como prova por um informante no Irã.
Em julho de 2005, funcionários dos serviços de inteligência americanos mostraram aos da AIEA versões impressas desse material, mas os membros da agência da ONU consideraram que as supostas provas não eram conclusivas para denunciar Teerã.
"Em primeiro lugar, se alguém tem um programa clandestino, não põe os dados em um computador portátil", disse um funcionário, que chamou a atenção sobre o fato de que os dados estavam todos em inglês.
"Isso (o idioma usado) parece razoável no que diz respeito aos assuntos técnicos, mas se esperava pelo menos algumas notas em idioma persa. Portanto há dúvidas sobre a procedência do computador (portátil)", disse uma das fontes.
Um funcionário europeu especialista na luta contra a proliferação nuclear reconheceu que os dados apresentados sobre o Irã às vezes são imperfeitos, mas acrescentou que isso não pode descartar "que durante 20 anos (os iranianos) têm violado os acordos sobre salvaguardas" da AIEA.
"Há uma falta de confiança sobre as verdadeiras intenções do regime", disse o funcionário ao jornal.
Com "Times" e France Presse
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da Folha Online
Muitos dos dados sobre o programa nuclear iraniano recolhidos pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos são "infundados", segundo fontes diplomáticas que atuam na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) citadas pelo jornal britânico "The Guardian', nesta sexta-feira.
As afirmações --que lembram o ocorrido antes da Guerra do Iraque, em 2003, quando Washington apresentou informações falsas sobre a existência de armas químicas-- coincidem com o aumento da tensão internacional depois de a AIEA, com sede em Viena, anunciar que o Irã desafiou o ultimato do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas).
Também nesta sexta-feira, outro importante jornal britânico, o "Times", informou que autoridades do governo britânico temem que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ordene um ataque ao Irã antes do fim de seu mandato, em dois anos "Bush não quer deixar a questão para o sucessor", disse uma das fontes, que pediram anonimato.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou nesta quinta-feira que nenhuma intervenção militar contra o Irã estava em preparação por parte do governo americano.
Os EUA acusam o Irã de tentar desenvolver em segredo um programa nuclear militar, mas a maioria das informações sobre os supostos depósitos secretos de armamento iranianos fornecidos à ONU eram falsos, segundo fontes em Viena citadas pelo jornal.
"A maioria (desses dados) se demonstrou incorreto. Apresentaram-nos um documento com uma lista de situações. (Os inspetores) fizeram um acompanhamento e foram a alguns locais, mas não encontraram sinal algum de atividades (nucleares proibidas)", disse uma fonte.
Um tema especialmente polêmico refere-se aos supostos planos de fabricação de uma ogiva nuclear que, segundo a CIA (inteligência dos EUA), estavam em um computador portátil fornecido como prova por um informante no Irã.
Em julho de 2005, funcionários dos serviços de inteligência americanos mostraram aos da AIEA versões impressas desse material, mas os membros da agência da ONU consideraram que as supostas provas não eram conclusivas para denunciar Teerã.
"Em primeiro lugar, se alguém tem um programa clandestino, não põe os dados em um computador portátil", disse um funcionário, que chamou a atenção sobre o fato de que os dados estavam todos em inglês.
"Isso (o idioma usado) parece razoável no que diz respeito aos assuntos técnicos, mas se esperava pelo menos algumas notas em idioma persa. Portanto há dúvidas sobre a procedência do computador (portátil)", disse uma das fontes.
Um funcionário europeu especialista na luta contra a proliferação nuclear reconheceu que os dados apresentados sobre o Irã às vezes são imperfeitos, mas acrescentou que isso não pode descartar "que durante 20 anos (os iranianos) têm violado os acordos sobre salvaguardas" da AIEA.
"Há uma falta de confiança sobre as verdadeiras intenções do regime", disse o funcionário ao jornal.
Com "Times" e France Presse
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