Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
05/03/2007 - 21h53

ONU deixará Irã isolado com novas sanções contra Teerã

Publicidade

da Folha Online

Embaixadores dos Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha se reuniram nesta segunda-feira para discutir os detalhes de uma nova resolução do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) contra o Irã pela recusa do país persa em interromper definitivamente seu programa nuclear.

Os seis países estão decididos, segundo diplomatas, a introduzirem novas sanções contra o Irã, após o país ter fracassado em obedecer a última resolução do CS da ONU, de 23 de dezembro, que exigia o fim das atividades nucleares de Teerã.

6.fev.2007/Efe
Nicholas Burns afirmou que deseja mostrar ao Irã seu isolamento internacional
Nicholas Burns afirmou que deseja mostrar ao Irã seu isolamento internacional
Na última semana, diretores políticos das chancelarias dos EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha organizaram três rodadas de negociações sobre o fortalecimento das sanções contra o Irã.

A discussão sobre uma nova resolução veio após um relatório da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) afirmar que o país do presidente Mahmoud Ahmadinejad não apenas não interrompeu seu programa de enriquecimento de urânio como ainda o expandiu.

O subsecretário de Estado dos EUA, Nicholas Burns, que representou a delegação americana nas negociações, disse a repórteres nesta segunda feira que os seis países desejam uma resolução contra o Irã "o mais rápido possível". Após se reunir com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, Burns afirmou que a questão está agora nas mãos dos membros do CS da ONU.

"Agora precisamos apenas concordar com todos os outros membros [não-permanentes] do conselho quanto à natureza das sanções", disse Burns. "Esperamos que as deliberações sejam conduzidas o mais rápido possível, para que o governo iraniano saiba que está realmente isolado", afirmou.

Programa interrompido

Envolto na controvérsia internacional acerca de seu programa nuclear, o Irã aparentemente interrompeu o enriquecimento de urânio enquanto aguarda as resoluções da ONU sobre novas sanções, informou nesta segunda-feira o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei.

Morteza Nikoubazl/Reuters
Mulher passa por muro em Teerã; Conselho da ONU discute imposição de mais sanções
Mulher passa por muro em Teerã; Conselho da ONU discute imposição de mais sanções
ElBaradei afirmou também que a falta de cooperação por parte do Irã com os inspetores da AIEA significa que a agência não foi capaz de estabelecer se as atividades nucleares iranianas servem meramente a propósitos pacíficos.

"Eu não acredito que o número de centrífugas [de enriquecimento de urânio] tenha aumentado, e não acredito que materiais nucleares tenham sido introduzidos nas centrífugas de Natanz", disse ElBaradei.

Ainda assim, ele afirmou que a AIEA continua "incapaz de determinar o propósito das atividades nucleares do Irã".

Para um oficial sênior da AIEA, a interrupção temporária das atividades nucleares do Irã dificilmente levará à aceitação por parte de Teerã do congelamento total do programa de enriquecimento de urânio do país, conforme exigido pela ONU. Ali Ashgar Soltanieh, líder iraniano dos delegados da AIEA, afirmou que seu país nunca abrirá mão do direito de enriquecer urânio.

Oposição européia

Também hoje, Ministros das Relações Exteriores da União Européia (UE) concordaram em manter a pressão contra o Irã devido à recusa do país em interromper seu programa nuclear. A UE, fazendo coro ao Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas), alertou o país hoje de que aumentaria as sanções contra Teerã se o governo persa não obedecer as exigências internacional de suspensão de suas atividades nucleares e retorno às negociações.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, que liderou a reunião dos ministros europeus hoje, afirmou que diplomatas do CS da ONU em Nova York já estão escrevendo uma proposta de texto para uma eventual nova resolução punitiva contra o Irã.

Em um comunicado conjunto, os ministros europeus disseram que continuarão a apoiar as medidas da ONU contra Teerã e que apoiarão ações para "adotar outras medidas apropriadas (...) caso o Irã não obedeça" a comunidade internacional.

Segundo o ministro, a Alemanha e os cinco membros permanentes do CS da ONU concordaram em criar rapidamente uma nova resolução do órgão para expressar a determinação da comunidade internacional em se opor ao programa nuclear iraniano.

CS da ONU

A reunião das seis grandes potências que negociam a ampliação das sanções em represália à recusa iraniana em abandonar o enriquecimento de urânio --o CS da ONU mais a Alemanha--, é uma resposta à desobediência do Irã em obedecer a uma resolução do conselho de dezembro de 2006, que exigia que Teerã deixasse essas atividades até 21 de fevereiro.

As sanções --que devem incluir a redução da ajuda técnica fornecida pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) ao Irã-- são discutidas três meses depois que o Conselho de Segurança baniu a transferência de tecnologia nuclear e especialistas ao regime iraniano.

O Irã nega a intenção de construir bombas nucleares, afirmando que seu programa é pacífico e visa apenas gerar eletricidade.

Em uma reunião que deve durar quatro dias, o Conselho de Governadores da AIEA deve suspender a implementação de 22 dos 55 projetos de ajuda técnica ao Irã, colocando em prática sanções aprovadas na resolução de dezembro.

Um relatório divulgado pela AIEA em 22 de fevereiro indicou que o Irã instalou duas novas redes nucleares, cada uma com 164 centrífugas, ambas capazes de enriquecer urânio.

O novo sistema visaria produzir urânio enriquecido em escala industrial. Até maio deste ano, o país deve contar com cerca de 3.000 centrífugas. O urânio enriquecido pode ser utilizado tanto para gerar energia e combustível nuclear quanto para fabricar armas atômicas.

O Irã alega que a exigência da ONU para a suspensão de seu programa de enriquecimento de urânio é ilegal. Mas os esforços da agência nuclear da ONU para verificar se o programa é de fato pacífico enfrentam a resistência iraniana desde 2004, segundo oficiais da ONU.

Com agências internacionais

Leia mais
  • Países da ONU se reúnem para discutir Irã; tensão com EUA cresce
  • Pentágono criou grupo para atacar o Irã, segundo "The New Yorker"
  • Jornal britânico diz que dados da CIA sobre o Irã são infundados
  • Autoridades britânicas temem ataque dos EUA ao Irã, diz jornal
  • Saiba mais sobre o programa nuclear do Irã

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o programa nuclear iraniano
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página