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06/03/2007
-
18h40
da France Presse
da Folha Online
O governo americano censurou os regimes que apóia militarmente no Oriente Médio, sobretudo Iraque e Afeganistão, em seu relatório anual sobre os direitos humanos publicado nesta terça-feira.
O informe, divulgado pelo Departamento de Estado americano e enviado ao Congresso, menciona o Iraque e o Afeganistão entre os países nos quais os direitos humanos são violados em razão da "insegurança decorrente dos conflitos internos e transfronteiriços".
Embora os Estados Unidos tenham invadido o Iraque em 2003 para, segundo o governo, derrubar Saddam Hussein e transformar o país, importante produtor de petróleo, em um modelo de democracia no Oriente Médio, o Departamento de Estado reconhece que, passados quatro anos, as violências interconfessionais e o terrorismo continuam a travar os avanços democráticos.
"Apesar do compromisso do governo iraquiano de favorecer uma reconciliação nacional e a reconstrução do país, de respeitar o processo eleitoral e estabelecer um sistema judiciário independente, uma violência confessional crescente e atos terroristas diminuíram os direitos do Homem e os progressos democráticos em 2006", aponta o documento.
"Dois tipos de grupos armados atacaram os direitos do Homem: de um lado, aqueles que proclamam sua hostilidade em relação ao governo, como os terroristas da rede Al Qaeda, os elementos irredutíveis do regime baathista [de Saddam Hussein] e os insurgentes, levando a uma guerrilha armada; e, de outro, os membros das milícias xiitas e os serviços de segurança de diversos ministérios, teoricamente aliados ao governo, e que cometeram torturas e outros abusos", completa o texto.
Melhorias
Washington sustenta, porém, que a situação dos direitos humanos melhorou em relação ao regime de Saddam Hussein.
"Não vejo qualquer comparação", destacou o secretário de Estado adjunto encarregado dos Direitos do Homem, Barry Lowenkron, em uma entrevista coletiva.
"Sob Saddam, não havia absolutamente qualquer esperança de se ter um futuro melhor", acrescentou. Ele disse que "hoje, no Iraque, um país confrontado com a violência confessional, com os atentados terroristas, mesmo que ainda se tenha um longo caminho a percorrer, ainda há esperança".
Lowenkron isentou parcialmente de culpa no processo de violência o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, aliado dos EUA, declarando que este mau balanço no país de maioria árabe se deve mais "a uma falta de meios do que a uma falta de vontade".
Afeganistão
No Afeganistão, o quadro não é diferente e, seis anos após a queda dos talebans, derrocados por uma coalizão internacional liderada pelos EUA em 2001, o balanço dos direitos humanos "continua ruim", completa o relatório.
Denunciando a fraqueza das instituições centrais afegãs, o documento observa que a rede terrorista "Al Qaeda, os talebans e outros grupos extremistas multiplicaram os atentados contra o governo, os serviços de segurança, ONGs e os civis afegãos".
"O número de ataques suicidas aumentou consideravelmente durante o ano, assim como os atentados às escolas e professores", frisa o documento, que também aponta casos de "prisões arbitrárias, tortura, assassinatos cometidos pelas forças da ordem e más condições de detenção".
Mas violência não aparece apenas pelas mãos dos grupos terroristas. Um ataque aéreo de tropas da coalizão liderada pelos EUA matou nove civis --entre eles, cinco mulheres e três crianças-- em Cabul nesta segunda-feira, informaram fontes afegãs.
Foi o segundo episódio de violência das forças ocidentais com mortes de civis em apenas dois dias. Neste domingo (4), membros da corporação dos marines atiraram contra veículos e pedestres logo após escaparem de um ataque suicida. Mais de dez civis morreram na ação.
Em um comunicado, o Exército dos EUA admitiu a ofensiva, dizendo que as tropas de coalizão lançaram bombas de 900 kg contra o local depois que foguetes foram lançados contra uma base militar e rebeldes armados foram vistos se abrigando na casa.
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da Folha Online
O governo americano censurou os regimes que apóia militarmente no Oriente Médio, sobretudo Iraque e Afeganistão, em seu relatório anual sobre os direitos humanos publicado nesta terça-feira.
O informe, divulgado pelo Departamento de Estado americano e enviado ao Congresso, menciona o Iraque e o Afeganistão entre os países nos quais os direitos humanos são violados em razão da "insegurança decorrente dos conflitos internos e transfronteiriços".
Embora os Estados Unidos tenham invadido o Iraque em 2003 para, segundo o governo, derrubar Saddam Hussein e transformar o país, importante produtor de petróleo, em um modelo de democracia no Oriente Médio, o Departamento de Estado reconhece que, passados quatro anos, as violências interconfessionais e o terrorismo continuam a travar os avanços democráticos.
"Apesar do compromisso do governo iraquiano de favorecer uma reconciliação nacional e a reconstrução do país, de respeitar o processo eleitoral e estabelecer um sistema judiciário independente, uma violência confessional crescente e atos terroristas diminuíram os direitos do Homem e os progressos democráticos em 2006", aponta o documento.
"Dois tipos de grupos armados atacaram os direitos do Homem: de um lado, aqueles que proclamam sua hostilidade em relação ao governo, como os terroristas da rede Al Qaeda, os elementos irredutíveis do regime baathista [de Saddam Hussein] e os insurgentes, levando a uma guerrilha armada; e, de outro, os membros das milícias xiitas e os serviços de segurança de diversos ministérios, teoricamente aliados ao governo, e que cometeram torturas e outros abusos", completa o texto.
Melhorias
Washington sustenta, porém, que a situação dos direitos humanos melhorou em relação ao regime de Saddam Hussein.
"Não vejo qualquer comparação", destacou o secretário de Estado adjunto encarregado dos Direitos do Homem, Barry Lowenkron, em uma entrevista coletiva.
"Sob Saddam, não havia absolutamente qualquer esperança de se ter um futuro melhor", acrescentou. Ele disse que "hoje, no Iraque, um país confrontado com a violência confessional, com os atentados terroristas, mesmo que ainda se tenha um longo caminho a percorrer, ainda há esperança".
Lowenkron isentou parcialmente de culpa no processo de violência o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, aliado dos EUA, declarando que este mau balanço no país de maioria árabe se deve mais "a uma falta de meios do que a uma falta de vontade".
Afeganistão
No Afeganistão, o quadro não é diferente e, seis anos após a queda dos talebans, derrocados por uma coalizão internacional liderada pelos EUA em 2001, o balanço dos direitos humanos "continua ruim", completa o relatório.
Denunciando a fraqueza das instituições centrais afegãs, o documento observa que a rede terrorista "Al Qaeda, os talebans e outros grupos extremistas multiplicaram os atentados contra o governo, os serviços de segurança, ONGs e os civis afegãos".
"O número de ataques suicidas aumentou consideravelmente durante o ano, assim como os atentados às escolas e professores", frisa o documento, que também aponta casos de "prisões arbitrárias, tortura, assassinatos cometidos pelas forças da ordem e más condições de detenção".
Mas violência não aparece apenas pelas mãos dos grupos terroristas. Um ataque aéreo de tropas da coalizão liderada pelos EUA matou nove civis --entre eles, cinco mulheres e três crianças-- em Cabul nesta segunda-feira, informaram fontes afegãs.
Foi o segundo episódio de violência das forças ocidentais com mortes de civis em apenas dois dias. Neste domingo (4), membros da corporação dos marines atiraram contra veículos e pedestres logo após escaparem de um ataque suicida. Mais de dez civis morreram na ação.
Em um comunicado, o Exército dos EUA admitiu a ofensiva, dizendo que as tropas de coalizão lançaram bombas de 900 kg contra o local depois que foguetes foram lançados contra uma base militar e rebeldes armados foram vistos se abrigando na casa.
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