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09/03/2007
-
20h50
da Efe, em Belfast
Os resultados das eleições desta semana na Irlanda do Norte (Ulster), divulgados nesta sexta-feira, confirmaram que os principais líderes republicanos e pró-Reino Unido terão que deixar para trás uma longa história de desavenças e se entender na formação de um governo de união.
O eleitorado confirmou o Partido Democrático Unionista (DUP, sigla em inglês), liderado pelo reverendo Ian Paisley, e Sinn Fein, comandado por Gerry Adams e braço político do Exército Republicano Irlandês (IRA), como os principais representantes das comunidades protestante e católica, respectivamente.
O DUP foi o partido mais votado no pleito realizado na quarta-feira para formar uma Assembléia autônoma no Ulster. A sigla radical de Paisley obteve 36 das 108 cadeiras do Legislativo norte-irlandês, seis a mais do que na votação de 2003.
Por outro lado, o Sinn Fein atingiu 28 cadeiras, quatro a mais do que nas eleições anteriores, o que confirmou o partido como o principal representante da comunidade católica e a segunda maior força política norte-irlandesa.
Governo independente
O objetivo das eleições é formar um Legislativo para que possa ser estabelecido o primeiro governo próprio da Irlanda do Norte desde outubro de 2002, quando uma grave crise política fez com que a autonomia da Província britânica fosse suspensa.
Os contatos entre o governo do Reino Unido e os partidos norte-irlandeses já começaram nesta sexta-feira e se intensificarão durante as próximas semanas.
A intenção é formar um governo de poder compartilhado entre os católicos republicanos e os protestantes pró-britânicos (unionistas) até 26 de março.
Essa foi a data limite estabelecida no Acordo de Saint Andrews para o restabelecimento da autonomia do Ulster pelos governos do Reino Unido e da República da Irlanda, que, apesar de ser um país totalmente independente, participa das negociações sobre a Província.
Alerta
Apesar da possibilidade aberta pelas eleições, o ministro britânico para a Irlanda do Norte, Peter Hain, alertou hoje, após os primeiros contatos, que seria uma "tremenda tragédia" que os políticos "dessem as costas aos cidadãos", que, segundo ele, votaram em peso para restaurar as instituições autônomas do Ulster.
Hain também lembrou que o prazo não é passível de mudança, e insistiu que, se não houver acordo, o governo britânico suspenderá a Assembléia norte-irlandesa por tempo indeterminado, assim como os salários dos deputados, e administrará a Província em estreita cooperação com a República da Irlanda.
É o chamado Plano B, opção que assusta os unionistas, mas que não desagrada os republicanos, que vêem nele mais um passo rumo à reunificação da ilha irlandesa.
Os primeiros-ministros do Reino Unido e da República da Irlanda, Tony Blair e Bertie Ahern, respectivamente, também destacaram hoje que a possibilidade de restaurar a autonomia norte-irlandesa "representa uma oportunidade de proporções históricas".
Prontidão
Reforçados pelo amplo apoio eleitoral recebido, o DUP e o Sinn Féin afirmaram que estão prontos para formar um governo. O problema, segundo cada um deles, é que o outro lado não está.
De acordo com o prazo estipulado, os republicanos têm 17 dias a partir de hoje para convencer os unionistas de que a recente decisão de reconhecer que a autoridade da polícia e da Justiça do Ulster --uma medida tão simbólica quanto importante-- é real, e que sua incorporação à via estritamente democrática é irreversível.
Os outros dois partidos que devem participar do Executivo norte-irlandês, unionistas e republicanos moderados, como são chamados, pouco podem fazer para convencer o reverendo Paisley.
O Partido Unionista do Ulster (UUP) e o Social-Democrata e Trabalhista (SDLP) voltaram a perder autoridade política devido a seu fraco desempenho no pleito norte-irlandês.
O UUP perdeu nove deputados e ficou com 18 cadeiras, após conseguir 14,9% dos votos, enquanto o SDLP, de Mark Durkan obteve 15,2% de apoio nas urnas e perdeu dois dos dezoito assentos que tinha na legislatura anterior.
Além do DUP e do Sinn Féin, só aumentou sua representação na futura Assembléia o Partido Aliança, de caráter misto, que, contrariando todas as previsões, passou de seis para sete parlamentares, mas não entrará no futuro Executivo.
O Partido Unionista Progressista (PUP), ligado ao grupo paramilitar protestante Força de Voluntários do Ulster (UVF), e o médico Kieran Deeny, candidato independente, mantiveram cada um sua cadeira.
Completam a lista os Verdes, que pela primeira vez na história terão um deputado, Brian Wilson, na assembléia autônoma norte-irlandesa.
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Depois das urnas, republicanos e pró-britânicos tentam se entender no Ulster
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O eleitorado confirmou o Partido Democrático Unionista (DUP, sigla em inglês), liderado pelo reverendo Ian Paisley, e Sinn Fein, comandado por Gerry Adams e braço político do Exército Republicano Irlandês (IRA), como os principais representantes das comunidades protestante e católica, respectivamente.
O DUP foi o partido mais votado no pleito realizado na quarta-feira para formar uma Assembléia autônoma no Ulster. A sigla radical de Paisley obteve 36 das 108 cadeiras do Legislativo norte-irlandês, seis a mais do que na votação de 2003.
Por outro lado, o Sinn Fein atingiu 28 cadeiras, quatro a mais do que nas eleições anteriores, o que confirmou o partido como o principal representante da comunidade católica e a segunda maior força política norte-irlandesa.
Governo independente
O objetivo das eleições é formar um Legislativo para que possa ser estabelecido o primeiro governo próprio da Irlanda do Norte desde outubro de 2002, quando uma grave crise política fez com que a autonomia da Província britânica fosse suspensa.
Os contatos entre o governo do Reino Unido e os partidos norte-irlandeses já começaram nesta sexta-feira e se intensificarão durante as próximas semanas.
A intenção é formar um governo de poder compartilhado entre os católicos republicanos e os protestantes pró-britânicos (unionistas) até 26 de março.
Essa foi a data limite estabelecida no Acordo de Saint Andrews para o restabelecimento da autonomia do Ulster pelos governos do Reino Unido e da República da Irlanda, que, apesar de ser um país totalmente independente, participa das negociações sobre a Província.
Alerta
Apesar da possibilidade aberta pelas eleições, o ministro britânico para a Irlanda do Norte, Peter Hain, alertou hoje, após os primeiros contatos, que seria uma "tremenda tragédia" que os políticos "dessem as costas aos cidadãos", que, segundo ele, votaram em peso para restaurar as instituições autônomas do Ulster.
Hain também lembrou que o prazo não é passível de mudança, e insistiu que, se não houver acordo, o governo britânico suspenderá a Assembléia norte-irlandesa por tempo indeterminado, assim como os salários dos deputados, e administrará a Província em estreita cooperação com a República da Irlanda.
É o chamado Plano B, opção que assusta os unionistas, mas que não desagrada os republicanos, que vêem nele mais um passo rumo à reunificação da ilha irlandesa.
Os primeiros-ministros do Reino Unido e da República da Irlanda, Tony Blair e Bertie Ahern, respectivamente, também destacaram hoje que a possibilidade de restaurar a autonomia norte-irlandesa "representa uma oportunidade de proporções históricas".
Prontidão
Reforçados pelo amplo apoio eleitoral recebido, o DUP e o Sinn Féin afirmaram que estão prontos para formar um governo. O problema, segundo cada um deles, é que o outro lado não está.
De acordo com o prazo estipulado, os republicanos têm 17 dias a partir de hoje para convencer os unionistas de que a recente decisão de reconhecer que a autoridade da polícia e da Justiça do Ulster --uma medida tão simbólica quanto importante-- é real, e que sua incorporação à via estritamente democrática é irreversível.
Os outros dois partidos que devem participar do Executivo norte-irlandês, unionistas e republicanos moderados, como são chamados, pouco podem fazer para convencer o reverendo Paisley.
O Partido Unionista do Ulster (UUP) e o Social-Democrata e Trabalhista (SDLP) voltaram a perder autoridade política devido a seu fraco desempenho no pleito norte-irlandês.
O UUP perdeu nove deputados e ficou com 18 cadeiras, após conseguir 14,9% dos votos, enquanto o SDLP, de Mark Durkan obteve 15,2% de apoio nas urnas e perdeu dois dos dezoito assentos que tinha na legislatura anterior.
Além do DUP e do Sinn Féin, só aumentou sua representação na futura Assembléia o Partido Aliança, de caráter misto, que, contrariando todas as previsões, passou de seis para sete parlamentares, mas não entrará no futuro Executivo.
O Partido Unionista Progressista (PUP), ligado ao grupo paramilitar protestante Força de Voluntários do Ulster (UVF), e o médico Kieran Deeny, candidato independente, mantiveram cada um sua cadeira.
Completam a lista os Verdes, que pela primeira vez na história terão um deputado, Brian Wilson, na assembléia autônoma norte-irlandesa.
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