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10/03/2007
-
14h12
da Folha Online
Ao final da conferência internacional para discutir a violência no Iraque, que reuniu representantes de 17 países neste sábado em Bagdá, o ministro iraquiano de Relações Exteriores, Hoshiyar Zebari, afirmou que o encontro teve resultados "positivos".
Os países vizinhos do Iraque e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU --Reino Unido, Estados Unidos, França, Rússia e China--realizaram neste sábado o encontro em Bagdá, que reúne na mesa de negociações os EUA, a Síria e o Irã.
Além do Irã e da Síria e dos EUA, o Iraque também convidou outros países do Oriente Médio para as discussões --entre eles, o Bahrein, Egito, Jordânia, Kuait, Arábia Saudita e Turquia.
"A reunião foi construtiva e positiva, os assuntos discutidos foram totalmente voltados para a segurança e a estabilidade no Iraque", afirmou Zebari à imprensa após o fim do evento.
Em seu discurso de abertura, o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, afirmou que todos os países envolvidos no processo de paz no Oriente Médio devem manter-se firmes contra o terrorismo no Iraque. "Nós convocamos todos a assumir a responsabilidade moral pela adoção de fortes medidas contra o terrorismo, e cooperarem no combate às forças do terror", disse Al Maliki.
O premiê qualificou as ações do terror como uma "epidemia internacional", cujo preço vem sendo pago pelo povo iraquiano, já que o Iraque está no "linha de confronto". Segundo ele, seu país precisa da ajuda de seus vizinhos para deter a violência entre xiitas e sunitas.
"Confrontar o terrorismo significa suspender qualquer tipo de ajuda financeira ou apoio iedológico, assim como apoio logístico, vendas de armas e envio de homens que realizam ações suicidas, matando nossas crianças, mulheres e idosos e destruindo nossas mesquitas".
EUA
Os EUA acusam o Irã e a Síria de fomentarem a violência no Iraque, acusações que são negadas pelos dois países. Autoridades da segurança nas duas regiões dizem que extremistas sunitas vindo da Arábia Saudita também entram no Iraque.
O Irã é um importante aliado da maioria xiita no Iraque, enquanto a Arábia Saudita e outros países de maioria sunita são aliados da minoria sunita no Iraque.
Na reunião deste sábado, o Embaixador americano para o Iraque, Zalmay Khalilzad, pediu que os vizinhos do Iraque façam mais para deter o fluxo de terroristas suicidas, armas e propaganda que contribua para a violência sectária no Iraque.
"Nenhum país representado aqui hoje se beneficiaria com a desintegração do Iraque. Pelo contrário, todos os países sofreriam muito", afirmou ele, pedindo que todos os países da região tomem passos "concretos e imediatos" para ajudar o Iraque.
Violência
A explosão de um carro-bomba matou ao menos 20 pessoas no bastião xiita de Cidade de Sadr, em Bagdá. O atentado também deixou 45 feridos, de acordo com a polícia iraquiana.
Em um ataque separado, dois morteiros caíram dentro da fortificada Zona Verde, em Bagdá, perto do prédio do Ministério de Relações Exteriores, onde ocorre a reunião internacional.
Não houve registro de feridos, de acordo com o Exército dos EUA. Em outro episódio de violência, a explosão de uma bomba deixada na beira de uma estrada matou três policiais iraquianos e feriu um quarto no centro de Ramadi, de acordo com a polícia.
Homens armados abriram fogo contra peregrinos xiitas em Latifiyah, 35 km ao sul de Bagdá, segundo a polícia. Uma pessoa morreu e três ficaram feridas. Pouco depois, dois peregrinos morreram em ataques a tiros no leste de Bagdá, segundo a polícia.
Os peregrinos seguiam para a cidade sagrada de Karbala, onde milhões de fiéis se reúnem neste final de semana para celebrar o fim dos 40 dias de luto pelo aniversário da morte do imã Hussein, considerado pelos xiitas o sucessor do profeta Maomé.
Cerca de 340 pessoas --em sua maioria xiitas a caminho de Karbala-- morreram em ataques de violência sectária na semana passada.
Segurança
O ataque ocorreu apesar do reforço nas medidas de segurança na capital, devido à conferência internacional. "Medidas adicionais de segurança foram adotadas para proteger as autoridades que participam do encontro, e também o local da reunião", afirmou Abdul Karim Khalaf, porta-voz do Ministério iraquiano do Interior, nesta sexta-feira.
O premiê iraquiano, Nouri al Maliki, percorreu as ruas de Bagdá e visitou postos de controle. O escritório de Al Maliki não divulgou detalhes do trajeto --feito no período de quatro horas durante o qual o tráfego de veículos é proibido, às sextas-feiras-- por questões de segurança.
"A conferência [deste sábado] é um passo em direção à estabilidade ao fortalecimento do processo político, que os iraquianos constroem com seu esforço e com seu próprio sangue", disse hoje Al Maliki em declarações à imprensa no distrito de Dora, em Bagdá.
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Ao final da conferência internacional para discutir a violência no Iraque, que reuniu representantes de 17 países neste sábado em Bagdá, o ministro iraquiano de Relações Exteriores, Hoshiyar Zebari, afirmou que o encontro teve resultados "positivos".
Os países vizinhos do Iraque e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU --Reino Unido, Estados Unidos, França, Rússia e China--realizaram neste sábado o encontro em Bagdá, que reúne na mesa de negociações os EUA, a Síria e o Irã.
Além do Irã e da Síria e dos EUA, o Iraque também convidou outros países do Oriente Médio para as discussões --entre eles, o Bahrein, Egito, Jordânia, Kuait, Arábia Saudita e Turquia.
Sabah Arar/Reuters |
Premiê iraquiano Nouri Al Maliki discursa em abertura de reunião sobre violência no Iraque |
Em seu discurso de abertura, o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, afirmou que todos os países envolvidos no processo de paz no Oriente Médio devem manter-se firmes contra o terrorismo no Iraque. "Nós convocamos todos a assumir a responsabilidade moral pela adoção de fortes medidas contra o terrorismo, e cooperarem no combate às forças do terror", disse Al Maliki.
O premiê qualificou as ações do terror como uma "epidemia internacional", cujo preço vem sendo pago pelo povo iraquiano, já que o Iraque está no "linha de confronto". Segundo ele, seu país precisa da ajuda de seus vizinhos para deter a violência entre xiitas e sunitas.
"Confrontar o terrorismo significa suspender qualquer tipo de ajuda financeira ou apoio iedológico, assim como apoio logístico, vendas de armas e envio de homens que realizam ações suicidas, matando nossas crianças, mulheres e idosos e destruindo nossas mesquitas".
EUA
Os EUA acusam o Irã e a Síria de fomentarem a violência no Iraque, acusações que são negadas pelos dois países. Autoridades da segurança nas duas regiões dizem que extremistas sunitas vindo da Arábia Saudita também entram no Iraque.
O Irã é um importante aliado da maioria xiita no Iraque, enquanto a Arábia Saudita e outros países de maioria sunita são aliados da minoria sunita no Iraque.
Na reunião deste sábado, o Embaixador americano para o Iraque, Zalmay Khalilzad, pediu que os vizinhos do Iraque façam mais para deter o fluxo de terroristas suicidas, armas e propaganda que contribua para a violência sectária no Iraque.
"Nenhum país representado aqui hoje se beneficiaria com a desintegração do Iraque. Pelo contrário, todos os países sofreriam muito", afirmou ele, pedindo que todos os países da região tomem passos "concretos e imediatos" para ajudar o Iraque.
Violência
A explosão de um carro-bomba matou ao menos 20 pessoas no bastião xiita de Cidade de Sadr, em Bagdá. O atentado também deixou 45 feridos, de acordo com a polícia iraquiana.
Ali Abbas/Efe |
Soldado vigia prédio do Ministério das Relações Exteriores em Bagdá |
Não houve registro de feridos, de acordo com o Exército dos EUA. Em outro episódio de violência, a explosão de uma bomba deixada na beira de uma estrada matou três policiais iraquianos e feriu um quarto no centro de Ramadi, de acordo com a polícia.
Homens armados abriram fogo contra peregrinos xiitas em Latifiyah, 35 km ao sul de Bagdá, segundo a polícia. Uma pessoa morreu e três ficaram feridas. Pouco depois, dois peregrinos morreram em ataques a tiros no leste de Bagdá, segundo a polícia.
Os peregrinos seguiam para a cidade sagrada de Karbala, onde milhões de fiéis se reúnem neste final de semana para celebrar o fim dos 40 dias de luto pelo aniversário da morte do imã Hussein, considerado pelos xiitas o sucessor do profeta Maomé.
Cerca de 340 pessoas --em sua maioria xiitas a caminho de Karbala-- morreram em ataques de violência sectária na semana passada.
Segurança
O ataque ocorreu apesar do reforço nas medidas de segurança na capital, devido à conferência internacional. "Medidas adicionais de segurança foram adotadas para proteger as autoridades que participam do encontro, e também o local da reunião", afirmou Abdul Karim Khalaf, porta-voz do Ministério iraquiano do Interior, nesta sexta-feira.
O premiê iraquiano, Nouri al Maliki, percorreu as ruas de Bagdá e visitou postos de controle. O escritório de Al Maliki não divulgou detalhes do trajeto --feito no período de quatro horas durante o qual o tráfego de veículos é proibido, às sextas-feiras-- por questões de segurança.
"A conferência [deste sábado] é um passo em direção à estabilidade ao fortalecimento do processo político, que os iraquianos constroem com seu esforço e com seu próprio sangue", disse hoje Al Maliki em declarações à imprensa no distrito de Dora, em Bagdá.
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