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11/03/2007
-
12h47
da Folha Online
Ataques a bombas mataram mais de 50 pessoas no Iraque neste domingo, apenas um dia depois de uma conferência internacional para dar fim à violência e levar estabilidade ao país, que reuniu representantes de 17 países em Bagdá neste sábado.
No pior atentado, um suicida atirou um carro-bomba contra um caminhão que transportava peregrinos xiitas, matando 32 no distrito de Karrada, no centro de Bagdá, e ferindo outros 24.
Os peregrinos retornavam da cidade sagrada de Karbala, ao sul de Bagdá, onde milhões de fiéis se reuniram no final de semana para participar da celebração do fim dos 40 dias de luto pelo aniversário da morte do imã Hussein, considerado o sucessor do profeta Maomé.
Outros ataques contra veículos que transportavam peregrinos mataram mais cinco pessoas em Bagdá neste domingo. Cerca de 340 pessoas --em sua maioria xiitas a caminho de Karbala-- morreram em ataques de violência sectária na semana passada.
Um dos peregrinos, Nasir Sultan, relatou ter sido jogado para fora do caminhão com a força da explosão. "Eu vi muitos corpos queimados", afirmou.
Outro xiita que estava no caminhão, Mustafa Moussawi, 31, disse que o grupo sentiu-se mais seguro após passar pelas áreas sunitas e chegar ao centro de Bagdá. "Em seguida, o carro-bomba nos atingiu", disse ele, que sofreu ferimentos em uma das mãos e nos ombros.
Ao leste de Bagdá, um suicida se explodiu em um microônibus, matando dez pessoas e ferindo oito, segundo a polícia. A força da explosão destruiu o veículo. O ataque ocorreu em uma área próxima de Cidade de Sadr, bastião da milícia armada xiita Exército de Mehdi.
No centro de Bagdá, uma bomba atingiu um veículo, matando três peregrinos e ferindo seis.
Também neste domingo, um explosivo deixado na beira de uma estrada matou duas mulheres que estavam em um veículo em Mahmoudiyah, 30 quilômetros ao sul de Bagdá.
Reunião
Na reunião deste sábado, o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, pediu que os países da região e as potências mundiais ajudam a dar fim à violência sectária, que ameaça mergulhar o Iraque em um conflito civil que poderia se espalhar para outros países do Oriente Médio.
"Nós convocamos todos a assumir a responsabilidade moral pela adoção de fortes medidas contra o terrorismo, e cooperarem no combate às forças do terror", disse Al Maliki.
O premiê qualificou as ações do terror como uma "epidemia internacional", cujo preço vem sendo pago pelo povo iraquiano, já que o Iraque está na "linha de confronto". Segundo ele, seu país precisa da ajuda de seus vizinhos para deter a violência entre xiitas e sunitas.
"Confrontar o terrorismo significa suspender qualquer tipo de ajuda financeira ou apoio ideológico, assim como apoio logístico, vendas de armas e envio de homens que realizam ações suicidas, matando nossas crianças, mulheres e idosos e destruindo nossas mesquitas".
Países vizinhos e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU --Reino Unido, Estados Unidos, França, Rússia e China-- participaram do encontro em Bagdá, que reuniu na mesa de negociações os EUA, a Síria e o Irã.
O Iraque também convidou outros países do Oriente Médio para as discussões --entre eles, o Bahrein, Egito, Jordânia, Kuait, Arábia Saudita e Turquia.
Resultados
Ao final da conferência, o ministro iraquiano de Relações Exteriores, Hoshiyar Zebari, afirmou que o encontro teve resultados "positivos". "A reunião foi construtiva e positiva, os assuntos discutidos foram totalmente voltados para a segurança e a estabilidade no Iraque", afirmou.
Após o encontro, os EUA anunciaram que a Turquia se ofereceu como anfitriã de uma nova conferência em abril, e que a secretária de Estado Condoleezza Rice participará da reunião.
Abbas Araghchi, vice-ministro iraniano de Relações Exteriores, também qualificou o encontro de "construtivo". Durante a reunião deste sábado, o Embaixador americano para o Iraque, Zalmay Khalilzad, pediu que os vizinhos do Iraque façam mais para deter o fluxo de terroristas suicidas, armas e propaganda que contribua para a violência sectária no Iraque.
"Nenhum país representado aqui hoje se beneficiaria com a desintegração do Iraque. Pelo contrário, todos os países sofreriam muito", afirmou ele, pedindo que todos os países da região tomem passos "concretos e imediatos" para ajudar o Iraque.
Os EUA acusam o Irã e a Síria de fomentarem a violência no Iraque, acusações que são negadas pelos dois países. Autoridades da segurança nas duas regiões dizem que extremistas sunitas vindo da Arábia Saudita também entram no Iraque.
O Irã é um importante aliado da maioria xiita no Iraque, enquanto a Arábia Saudita e outros países de maioria sunita são aliados da minoria sunita no Iraque.
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Ataques matam mais de 50 no Iraque, um dia após conferência
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Ataques a bombas mataram mais de 50 pessoas no Iraque neste domingo, apenas um dia depois de uma conferência internacional para dar fim à violência e levar estabilidade ao país, que reuniu representantes de 17 países em Bagdá neste sábado.
No pior atentado, um suicida atirou um carro-bomba contra um caminhão que transportava peregrinos xiitas, matando 32 no distrito de Karrada, no centro de Bagdá, e ferindo outros 24.
Os peregrinos retornavam da cidade sagrada de Karbala, ao sul de Bagdá, onde milhões de fiéis se reuniram no final de semana para participar da celebração do fim dos 40 dias de luto pelo aniversário da morte do imã Hussein, considerado o sucessor do profeta Maomé.
Marko Drobnjakovic/AP |
Fumaça cobre Bagdá após explosões que mataram 50 |
Um dos peregrinos, Nasir Sultan, relatou ter sido jogado para fora do caminhão com a força da explosão. "Eu vi muitos corpos queimados", afirmou.
Outro xiita que estava no caminhão, Mustafa Moussawi, 31, disse que o grupo sentiu-se mais seguro após passar pelas áreas sunitas e chegar ao centro de Bagdá. "Em seguida, o carro-bomba nos atingiu", disse ele, que sofreu ferimentos em uma das mãos e nos ombros.
Ao leste de Bagdá, um suicida se explodiu em um microônibus, matando dez pessoas e ferindo oito, segundo a polícia. A força da explosão destruiu o veículo. O ataque ocorreu em uma área próxima de Cidade de Sadr, bastião da milícia armada xiita Exército de Mehdi.
No centro de Bagdá, uma bomba atingiu um veículo, matando três peregrinos e ferindo seis.
Também neste domingo, um explosivo deixado na beira de uma estrada matou duas mulheres que estavam em um veículo em Mahmoudiyah, 30 quilômetros ao sul de Bagdá.
Reunião
Na reunião deste sábado, o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, pediu que os países da região e as potências mundiais ajudam a dar fim à violência sectária, que ameaça mergulhar o Iraque em um conflito civil que poderia se espalhar para outros países do Oriente Médio.
"Nós convocamos todos a assumir a responsabilidade moral pela adoção de fortes medidas contra o terrorismo, e cooperarem no combate às forças do terror", disse Al Maliki.
O premiê qualificou as ações do terror como uma "epidemia internacional", cujo preço vem sendo pago pelo povo iraquiano, já que o Iraque está na "linha de confronto". Segundo ele, seu país precisa da ajuda de seus vizinhos para deter a violência entre xiitas e sunitas.
"Confrontar o terrorismo significa suspender qualquer tipo de ajuda financeira ou apoio ideológico, assim como apoio logístico, vendas de armas e envio de homens que realizam ações suicidas, matando nossas crianças, mulheres e idosos e destruindo nossas mesquitas".
Países vizinhos e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU --Reino Unido, Estados Unidos, França, Rússia e China-- participaram do encontro em Bagdá, que reuniu na mesa de negociações os EUA, a Síria e o Irã.
O Iraque também convidou outros países do Oriente Médio para as discussões --entre eles, o Bahrein, Egito, Jordânia, Kuait, Arábia Saudita e Turquia.
Resultados
Ao final da conferência, o ministro iraquiano de Relações Exteriores, Hoshiyar Zebari, afirmou que o encontro teve resultados "positivos". "A reunião foi construtiva e positiva, os assuntos discutidos foram totalmente voltados para a segurança e a estabilidade no Iraque", afirmou.
Após o encontro, os EUA anunciaram que a Turquia se ofereceu como anfitriã de uma nova conferência em abril, e que a secretária de Estado Condoleezza Rice participará da reunião.
Abbas Araghchi, vice-ministro iraniano de Relações Exteriores, também qualificou o encontro de "construtivo". Durante a reunião deste sábado, o Embaixador americano para o Iraque, Zalmay Khalilzad, pediu que os vizinhos do Iraque façam mais para deter o fluxo de terroristas suicidas, armas e propaganda que contribua para a violência sectária no Iraque.
"Nenhum país representado aqui hoje se beneficiaria com a desintegração do Iraque. Pelo contrário, todos os países sofreriam muito", afirmou ele, pedindo que todos os países da região tomem passos "concretos e imediatos" para ajudar o Iraque.
Os EUA acusam o Irã e a Síria de fomentarem a violência no Iraque, acusações que são negadas pelos dois países. Autoridades da segurança nas duas regiões dizem que extremistas sunitas vindo da Arábia Saudita também entram no Iraque.
O Irã é um importante aliado da maioria xiita no Iraque, enquanto a Arábia Saudita e outros países de maioria sunita são aliados da minoria sunita no Iraque.
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