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17/10/2000 - 07h46

Gore e Bush fazem hoje último debate na TV

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MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo

Presos num empate técnico a 21 dias das eleições norte-americanas, os candidatos democrata e republicano à Presidência dos EUA, Al Gore e George W. Bush, realizam hoje, na cidade de St. Louis, no Missouri, o terceiro e último debate televisionado, que poderá ser decisivo para a escolha do sucessor de Bill Clinton na Casa Branca.

Pesquisa diária divulgada ontem pela agência de notícias "Reuters" e pela rede de TV MSNBC indicou que Bush, governador do Texas, ainda lidera a corrida, por uma margem pequena de votos, em todo o país.

No entanto a pesquisa mostra que Gore, vice-presidente dos EUA, recuperou parte do terreno que havia perdido depois do segundo debate presidencial, realizado na quarta passada e, segundo sondagens, vencido por Bush.

A pesquisa divulgada ontem indica que Gore, em apenas três dias, diminuiu de três para um ponto percentual a diferença que o separa de seu adversário: Bush teria 43% das intenções de voto, e Gore, 42%. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Apesar do empate técnico entre os dois candidatos e da ligeira vantagem de Bush, analistas apontam que Gore venceria a eleição se ela fosse realizada hoje, porque teria uma vantagem sobre seu adversário no complicado sistema eleitoral norte-americano, que é indireto.

Nos EUA, o presidente é eleito por um colégio eleitoral nacional composto por 538 representantes eleitorais escolhidos nos Estados -os chamados votos eleitorais. É eleito o candidato a presidente que conquistar pelo menos 270 votos no colégio eleitoral.

Cada Estado tem um número específico de votos eleitorais e regras próprias para escolhê-los. Por exemplo: todos os representantes de Estados como a Califórnia (54 votos eleitorais e Estado mais poderoso do país eleitoralmente), no qual Gore vence Bush, são obrigados a votar, no colégio eleitoral, para o vencedor do voto popular no Estado -independentemente da diferença entre o primeiro e o segundo colocados.

Por causa desse sistema, quem ganha o maior número de votos nos EUA pode não ser o escolhido no colégio eleitoral.

Esse cenário, no entanto, tem sido raro na política norte-americana. A última vez em que se verificou foi em 1888, quando o republicano Benjamin Harrison perdeu do democrata Glover Cleveland no voto popular, mas ganhou no colégio eleitoral.

Alguns analistas acreditam que o cenário teria voltado a se repetir em 1960, quando John F. Kennedy venceu Richard Nixon numa eleição popular extremamente apertada.

Oficialmente, Kennedy teve pouco mais de 30 mil votos a mais que Nixon na contagem popular. No entanto uma confusão legal envolvendo os votos do Estado do Alabama tiraram de Nixon um resultado que lhe teria dado vantagem de quase 60 mil votos no país.

Isso não mudaria o resultado das eleições, já que Nixon foi claramente derrotado no colégio eleitoral, mas, segundo alguns, poderia tirar parte da legitimidade da vitória de Kennedy.

A hipótese de algo similar se repetir tem sido discutida hoje nos EUA, tendo em vista o persistente empate entre Bush e Gore indicado pelas pesquisas nos últimos meses. O debate de hoje poderá manter essa indefinição, caso Bush se mantenha à frente de Gore por uma pequena margem no voto popular, ou definir o vencedor, se o vice-presidente virar o jogo.

Em tese, o formato do debate de hoje - o do "town hall meeting" (encontro da comunidade) - favorece Gore, acostumado a participar de reuniões diretas com grupos de cidadãos. No entanto os dois debates anteriores mostraram que Bush pode ter desempenho muito melhor do que o previsto por analistas políticos.

O debate será transmitido ao vivo pela rede norte-americana "CNN" às 23h. A rede "Bandeirantes" também transmitirá o debate, com tradução em português às 23h45.

  • Leia mais no especial Eleições nos EUA.

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