Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/03/2007 - 14h09

Diálogo sobre programa norte-coreano é adiado até amanhã

Publicidade

da Folha Online

O diálogo entre seis partes a respeito do programa nuclear norte-coreano foi adiado até amanhã, segundo informações de fontes que participaram do encontro desta quarta-feira, que durou apenas cinco minutos.

O adiamento ocorreu depois que Pyongyang se recusou a participar do encontros previstos para ontem e hoje, devido à demora na liberação de US$ 25 mi que estavam congelados em um banco de Macau.

Segundo fontes próximas às negociações --que envolvem as duas Coréias, EUA, Japão, China e Rússia-- os recursos desbloqueados ainda não foram transferidos para uma conta bancária da Coréia do Norte na China.

"A reunião prevista para acontecer hoje entre representantes dos seis países em Pequim foi cancelada depois que representantes norte-coreanos insistiram que não participariam de um novo encontro até a confirmação do desbloqueio dos fundos.

O negociador dos EUA para a desnuclearização da península coreana, Christopher Hill, admitiu nesta quarta-feira que as conversas entre seis lados estão travadas, mas atribuiu a dificuldade a problemas às gestões bancárias entre China e Coréia do Norte.

Hill confirmou que a transferência de US$ 25 milhões das contas do Banco Delta Asia, de Macau, ao Banco da China, em Pequim, ainda não se concretizou.

"É um problema bancário entre Coréia do Norte e China, e enquanto não for resolvido os norte-coreanos não querem discutir questões importantes", afirmou Hill aos jornalistas.

Nós e as outras delegações estamos esperando pelo preenchimento de formulários e envio de faxes", desabafou, visivelmente irritado com a lentidão da burocracia bancária chinesa.

Apesar do atraso, Hill disse hoje aos jornalistas que não acredita que o atual bloqueio seja uma desculpa da Coréia do Norte para manter o seu programa nuclear. "Eles deixaram claro que mantêm os acordos mas querem que o dinheiro seja transferido para suas contas", explicou.

Acordo

Em 13 de fevereiro, um acordo foi firmado para o desarmamento nuclear de Pyongyang, que prevê fechar o principal reator nuclear da Coréia do Norte em um prazo de 60 dias, em troca de ajuda econômica e a normalização das relações do país com os EUA e o Japão.

O pacto prevê o envio de 50 toneladas de combustível a Pyongyang, caso o governo norte-coreano deixe de lado suas ambições nucleares.

A Coréia do Sul, encarregada da primeira remessa de petróleo à Coréia do Norte, já preparou o envio. Mas irá esperar o fechamento do reator de Yongbyon e a chegada de observadores da (AIEA) Agência Internacional de Energia Atômica ao país comunista.

O negociador sul-coreano, Chun Yung Woo, também pareceu irritado. Ele comentou que, diante da situação, "é uma perda de tempo continuar em Pequim", sede das conversas de seis lados. "Estamos esperando que a China encontre uma solução", acrescentou.

Boicote

A Coréia do Norte boicotou as conversas entre seis lados por mais de um ano, depois que o governo dos EUA colocou o banco privado Delta Asia em uma "lista negra", por suspeita de conexão de fundos com lavagem de dinheiro e outras atividades ilegais.

No entanto, na segunda-feira (19), os EUA e a Coréia do Norte chegaram a um acordo para desbloquear cerca de US$ 25 milhões que estavam bloqueados em contas do banco.

No mesmo dia, representantes de seis países --as duas Coréias, EUA, Japão, China e Rússia-- iniciaram a sexta rodada de diálogos para verificar se as primeiras medidas para iniciar o desarmamento nuclear norte-coreano foram tomadas.

O vice-secretário-assistente do Tesouro americano, Daniel Glaser, disse que os fundos seriam transferidos para uma conta norte-coreana no Banco da China, em Pequim, para ser usado para fins educacionais e humanitários. Segundo Glaser, Pyongyang propôs esse arranjo. Os fundos haviam representado um obstáculo nas negociações.

Crise

A crise nuclear da Coréia do Norte começou em 2002, quando Washington acusou Pyongyang de possuir um programa secreto de enriquecimento de urânio.

Em represália, Pyongyang expulsou os inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) e, em 2003, se retirou do Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Em outubro de 2006, o país realizou seu primeiro teste com armas nucleares.

O acordo de 13 de fevereiro visa dar fim à polêmica em torno do programa nuclear.

Com Efe e agências internacionais

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Macau
  • Leia o que já foi publicado sobre a AIEA
  • Leia o que já foi publicado sobre a China
  • Leia cobertura completa sobre a crise da Coréia do Norte
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página