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22/03/2007
-
07h59
da Folha Online
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, chegou nesta quinta-feira a Bagdá para uma visita-surpresa, segundo a rede de TV estatal Al Iraqiya.
Segundo a emissora, Ban foi recebido no aeroporto pelo primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki.
A visita aconteceu pouco depois de Al Maliki anunciar que tem mantido conversas indiretas com grupos insurgentes sunitas nos últimos três meses, para tentar convencê-los a largar as armas.
Ban ficará apenas um dia em Bagdá, segundo fontes da ONU. Além da reunião com Al Maliki, não foram dados detalhes sobre a visita de Ban.
É a primeira visita de um alto oficial da ONU ao país em quase um ano e meio --em novembro de 2005, o então secretário-geral da entidade, Kofi Annan, visitou o país.
Conversas com os rebeldes
Saad Yousif al Muttalibi, do Ministério do Diálogo Nacional e Reconciliação, disse nesta quinta-feira que as negociações com os grupos rebeldes sunitas começaram a pedido dos insurgentes e têm ocorrido dentro e fora do país.
Al Muttalibi recusou-se a identificar os grupos, mas disse que eles não incluem a rede terrorista Al Qaeda ou membros leais a Saddam Hussein. Mas membros do antigo partido Baath, de Saddam, participaram das negociações, acrescentou.
Segundo Al Muttalibi, as negociações estavam travadas por causa da insistência dos grupos rebeldes em dizer que só largariam as armas quando um cronograma da retirada das tropas de coalização lideradas pelos Estados Unidos for anunciada.
A resposta do governo foi que tal retirada só acontecerá quando a segurança no país for restaurada.
Novas reuniões estão programadas, disse Al Muttalibi, sem dar detalhes.
As declarações foram dadas um dia depois de Al Muttalibi expressar otimismo em uma entrevista à rede de TV britânica BBC sobre os progressos que o governo de Nouri al Maliki estava fazendo em negociações com grupos rebeldes.
"Um dos objetivos é juntar a eles [alguns grupos] na luta contra a Al Qaeda [no Iraque]", disse ele à BBC.
Relatos de conversas entre autoridades iraquianas e americanas com representantes de grupos sunitas rebeldes surgiam ocasionalmente ao longo dos últimos três anos, mas detalhes ou informações sobre algum progresso nunca foram dados claramente. Grupos que teriam participado dessas negociações com freqüência negavam a informação em comunicados pela internet.
Confrontos
Na cidade de Baqouba, no nordeste de Bagdá, um corpo crivado de balas de uma oficial local foi encontrado perto de uma rua, um dia depois que homens armados e mascarados invadiram sua casa e a levaram, disse a polícia.
"Foram só dez minutos e nós estávamos realmente assustados. Não conseguíamos falar", disse o irmão da vítima, Nahaj Namik Shahin, que informou que dez homens a levaram.
Baqouba, na Província de Diyala, a 60 km de Bagdá, tem presenciado um aumento de ações violentas nas últimas semanas, enquanto a violência parece estar diminuindo em Bagdá desde o início de uma operação de segurança na capital em 14 de fevereiro.
Na cidade de Basra, no sul do país, houve confrontos nesta quinta-feira entre membros da milícia xiita Exército de Mahdi e guardas da sede do partido xiita e rival Fadhila, informou a polícia.
O prédio pegou fogo e os guardas fugiram. Não houve mortos.
Os confrontos em Basra, 550 km a sudeste de Bagdá, aconteceram depois da prisão, nesta quinta-feira, de um membro da milícia por policiais que se acredita serem leais ao Fadhila. O homem preso trabalhava na companhia de eletricidade da cidade. Seus companheiros retaliaram seqüestrando um colega dele que é simpatizante do Fadhila. Não se sabe o que aconteceu com os dois homens.
Xiitas contra xiitas
Atritos entre grupos xiitas rivais no sul do Iraque são comuns. São um reflexo da disputa pelo poder entre os principais partidos, incluindo de pessoas que fazem parte do governo do premiê Al Maliki.
A rivalidade na região, rica em petróleo, é uma das mais graves ameaças à unidade da maioria xiita do Iraque.
Em outro episódio de violência entre xiitas, três tiros de morteiros atingiram a sede do Supremo Conselho para a Revolução Islâmica no Iraque (Sciri, na sigla em inglês) nesta quinta-feira em Kut, 160 km a sudeste de Bagdá, informou a polícia, que não disse se houve mortes ou quem seriam os responsáveis pelos ataques.
Em Dujailah, perto de Kut, cerca de 2.000 pessoas zangadas e em luto caminharam com os caixões de três militantes do Exército de Mahdi mortos nesta quarta-feira por homens desconhecidos, disseram testemunhas.
O Exército de Mahdi é leal ao clérigo xiita Muqtada al Sadr, que possui 30 membros leais entre os 275 legisladores do Parlamento iraquiano e seis postos de governo. O Exército já entrou em confronto com os membros leais ao Sciri, parceiro no governo de coalizão de Al Maliki, e outros grupos xiitas.
Também em Basra, a polícia disse que homens em uma moto atiraram uma estudante da Universidade de Basra, Tuhfa Jaafar al Bachay, na noite desta quarta-feira. Como acontece em muitos assassinatos no Iraque, o motivo do atentado é desconhecido.
Com agências internacionais
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Segundo a emissora, Ban foi recebido no aeroporto pelo primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki.
A visita aconteceu pouco depois de Al Maliki anunciar que tem mantido conversas indiretas com grupos insurgentes sunitas nos últimos três meses, para tentar convencê-los a largar as armas.
Ban ficará apenas um dia em Bagdá, segundo fontes da ONU. Além da reunião com Al Maliki, não foram dados detalhes sobre a visita de Ban.
É a primeira visita de um alto oficial da ONU ao país em quase um ano e meio --em novembro de 2005, o então secretário-geral da entidade, Kofi Annan, visitou o país.
Conversas com os rebeldes
Saad Yousif al Muttalibi, do Ministério do Diálogo Nacional e Reconciliação, disse nesta quinta-feira que as negociações com os grupos rebeldes sunitas começaram a pedido dos insurgentes e têm ocorrido dentro e fora do país.
Al Muttalibi recusou-se a identificar os grupos, mas disse que eles não incluem a rede terrorista Al Qaeda ou membros leais a Saddam Hussein. Mas membros do antigo partido Baath, de Saddam, participaram das negociações, acrescentou.
Segundo Al Muttalibi, as negociações estavam travadas por causa da insistência dos grupos rebeldes em dizer que só largariam as armas quando um cronograma da retirada das tropas de coalização lideradas pelos Estados Unidos for anunciada.
A resposta do governo foi que tal retirada só acontecerá quando a segurança no país for restaurada.
Novas reuniões estão programadas, disse Al Muttalibi, sem dar detalhes.
As declarações foram dadas um dia depois de Al Muttalibi expressar otimismo em uma entrevista à rede de TV britânica BBC sobre os progressos que o governo de Nouri al Maliki estava fazendo em negociações com grupos rebeldes.
"Um dos objetivos é juntar a eles [alguns grupos] na luta contra a Al Qaeda [no Iraque]", disse ele à BBC.
Relatos de conversas entre autoridades iraquianas e americanas com representantes de grupos sunitas rebeldes surgiam ocasionalmente ao longo dos últimos três anos, mas detalhes ou informações sobre algum progresso nunca foram dados claramente. Grupos que teriam participado dessas negociações com freqüência negavam a informação em comunicados pela internet.
Confrontos
Na cidade de Baqouba, no nordeste de Bagdá, um corpo crivado de balas de uma oficial local foi encontrado perto de uma rua, um dia depois que homens armados e mascarados invadiram sua casa e a levaram, disse a polícia.
"Foram só dez minutos e nós estávamos realmente assustados. Não conseguíamos falar", disse o irmão da vítima, Nahaj Namik Shahin, que informou que dez homens a levaram.
Baqouba, na Província de Diyala, a 60 km de Bagdá, tem presenciado um aumento de ações violentas nas últimas semanas, enquanto a violência parece estar diminuindo em Bagdá desde o início de uma operação de segurança na capital em 14 de fevereiro.
Na cidade de Basra, no sul do país, houve confrontos nesta quinta-feira entre membros da milícia xiita Exército de Mahdi e guardas da sede do partido xiita e rival Fadhila, informou a polícia.
O prédio pegou fogo e os guardas fugiram. Não houve mortos.
Os confrontos em Basra, 550 km a sudeste de Bagdá, aconteceram depois da prisão, nesta quinta-feira, de um membro da milícia por policiais que se acredita serem leais ao Fadhila. O homem preso trabalhava na companhia de eletricidade da cidade. Seus companheiros retaliaram seqüestrando um colega dele que é simpatizante do Fadhila. Não se sabe o que aconteceu com os dois homens.
Xiitas contra xiitas
Atritos entre grupos xiitas rivais no sul do Iraque são comuns. São um reflexo da disputa pelo poder entre os principais partidos, incluindo de pessoas que fazem parte do governo do premiê Al Maliki.
A rivalidade na região, rica em petróleo, é uma das mais graves ameaças à unidade da maioria xiita do Iraque.
Em outro episódio de violência entre xiitas, três tiros de morteiros atingiram a sede do Supremo Conselho para a Revolução Islâmica no Iraque (Sciri, na sigla em inglês) nesta quinta-feira em Kut, 160 km a sudeste de Bagdá, informou a polícia, que não disse se houve mortes ou quem seriam os responsáveis pelos ataques.
Em Dujailah, perto de Kut, cerca de 2.000 pessoas zangadas e em luto caminharam com os caixões de três militantes do Exército de Mahdi mortos nesta quarta-feira por homens desconhecidos, disseram testemunhas.
O Exército de Mahdi é leal ao clérigo xiita Muqtada al Sadr, que possui 30 membros leais entre os 275 legisladores do Parlamento iraquiano e seis postos de governo. O Exército já entrou em confronto com os membros leais ao Sciri, parceiro no governo de coalizão de Al Maliki, e outros grupos xiitas.
Também em Basra, a polícia disse que homens em uma moto atiraram uma estudante da Universidade de Basra, Tuhfa Jaafar al Bachay, na noite desta quarta-feira. Como acontece em muitos assassinatos no Iraque, o motivo do atentado é desconhecido.
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