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22/03/2007 - 09h57

Coréia do Norte abandona reunião sobre questão nuclear

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da Folha Online

As reuniões entre a Coréia do Norte e cinco países envolvidos nas negociações para o fim do programa nuclear norte-coreano terminaram bruscamente nesta quinta-feira, sem progresso.

O motivo foi a questão das contas bancárias norte-coreanas congeladas em um banco de Macau.

Durante toda a sessão entre as duas Coréias, os EUA, a China, o Japão e a Rússia, que começou na segunda-feira (19), a Coréia do Norte evitou conversar sobre um acordo, selado em fevereiro, que prevê o fechamento do principal reator nuclear do país até meados de abril.

A Coréia do Norte exigiu que os cerca de US$ 25 milhões congelados no Banco Delta Asia (BDA) de Macau fossem transferidos para um banco em Pequim antes de continuar a reunião. Os fundos estão bloqueados desde que os EUA suspeitaram que o dinheiro está ligado a atividades ilegais, como lavagem de dinheiro.

O principal negociador norte-coreano, Kim Kye-gwan, foi embora de repente nesta quinta-feira sem falar com jornalistas. "Nossa delegação foi para casa porque não houve progresso na prometida transferência dos fundos", disse uma fonte do governo da Coréia do Norte em Pequim.

Um comunicado divulgado pela China, anfitriã das reuniões do grupo, disse que os seis países apenas concordaram em se encontrar novamente.

Frustração

Christopher Hill, enviado norte-americano para as negociações sobre o programa nuclear da Coréia do Norte, disse que o atraso na transferência entre as contas precisa ser resolvido rapidamente.

"O dia em que eu conseguir explicar o pensamento norte-coreano a vocês provavelmente será o dia em que eu passei tempo demais neste processo", disse Hill aos jornalistas nesta quinta-feira.

Outras delegações também mostraram-se frustradas.

"É deplorável que a Coréia do Norte não tenha mostrado uma atitude positiva, mantendo sua posição de não tomar parte nas conversas caso os fundos não fossem liberados", disse o negociador japonês, Kenichiro Sasae.

Atraso

Washington anunciou na segunda-feira (19) que havia encerrado investigações no BDA. O banco de Macau foi acusado de receber dinheiro norte-coreano ligado a atividades ilegais, o que levou as autoridades do território semi-autônomo da China a congelar as contas.

O dinheiro, que deve ser transferido para uma conta do Banco da China, em Pequim, continua parado em Macau. O negociador chinês, Wu Dawei, disse que o problema está em convencer o Banco da China a aceitar a transferência.

"Esta é uma questão que não pode ser decidida pelo governo", afirmou Wu.

Um porta-voz do Banco da China disse que o banco não recebeu um pedido para que conduza a transação, afirmando que a instituição está obrigada a seguir leis contra lavagem de dinheiro e contra o terrorismo.

Crise nuclear

Enquanto isso, a Coréia do Norte recusa-se a conversar sobre questões importantes de seu desarmamento.

A crise nuclear norte-coreana começou em 2002, quando Washington acusou Pyongyang de possuir um programa secreto de enriquecimento de urânio.

Em represália, o governo norte-coreano expulsou os inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, da ONU) e, em 2003, retirou-se do Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Em outubro de 2006, o país realizou seu primeiro teste com armas nucleares.

Em 13 de fevereiro, um acordo foi firmado para o desarmamento nuclear de Pyongyang, que prevê fechar o principal reator nuclear da Coréia do Norte em um prazo de 60 dias, em troca de ajuda econômica e da normalização das relações do país com os EUA e o Japão.

Os negociadores disseram que ainda há esperança de cumprir a primeira parte do acordo de fevereiro e fechar o reator nuclear norte-coreano de Yongbyon até o mês que vem.

"A Coréia do Norte disse que o acordo de 13 de fevereiro deve ser implementado depois que a questão do BDA for resolvida, mesmo que seja antes da próxima rodada de negociações", disse o enviado sul-coreano, Chun Yung-woo.

Ele também disse que o problema do banco será solucionada logo. "É uma questão de dias", disse. "Acho que ninguém vê isso como um assunto para semanas".

Com Reuters

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