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23/03/2007
-
11h34
da Folha Online
Rebeldes islâmicos e tropas somalis e etíopes pró-governo entraram no terceiro dia de confrontos em Mogadício, capital da Somália, nesta sexta-feira. Milhares de moradores abandonaram a cidade. O país teme que os confrontos levem a uma nova guerra civil.
Testemunhas ouviram tiroteios e tiros de canhões perto da antiga sede da Defesa somali, local de lutas constantes desde quarta-feira (21).
Ao menos 16 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas nesta semana, nos enfrentamentos mais sangrentos desde que o governo e as tropas etíopes tomaram a capital da milícia radical conhecida como Conselho dos Tribunais Islâmicos há três meses.
Os ataques são atribuídos a rebeldes islâmicos e homens de clãs zangados com o governo, que tenta restaurar uma administração central na Somália após 16 anos de desordem.
Moradores dizem que os últimos confrontos coincidem com uma tentativa de desarmamento que provocou resistência particularmente do clã Hawiye, de Mogadício.
O governo do presidente somali, Abudllahi Yusuf, diz que quer estabilizar a capital antes de uma conferência de reconciliação agendada para 16 de abril.
Muitos membros do clã Hawiye consideram que a operação é uma tentativa por parte de Yusuf, que é do clã rival Darod, de marginalizá-los.
Ahmed Diriye, dos Hawiye, disse que líderes de seu clã encontraram-se com oficiais etíopes nesta quinta-feira para discutir seus problemas.
"Uma questão que perguntamos era por que apenas um (...) clã está sendo desarmado e sendo alvo de tiros de morteiro todos os dias", disse Diriye. "Se ninguém nos ouvir, nós lutaremos até o último homem", declarou.
Diriye disse que espera ter outra reunião com os etíopes nos próximos dias. Uma tentativa de acordo para um cessar-fogo nesta quinta-feira falhou com os confrontos desta sexta-feira.
Número de mortos
Há temores de que o número de mortos aumente.
"Os mortos não estão sendo levado aos hospitais e é muito perigoso para nossa equipe ir às ruas, então não é possível saber [o número total de mortos] ainda", disse Pascal Hundt, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, de Nairóbi, capital do Quênia.
"Trabalhando dia e noite, médicos e enfermeiras conseguem cuidar dos feridos. Mas nós estamos muito preocupados com a situação", afirmou Hundt.
A Cruz Vermelha estima que 300 pessoas foram feridas nesta semana.
Analistas dizem que mais violência pode estar a caminho, já que facções podem explorar a raiva popular contra qualquer tipo de desarmamento forçado e contra tropas estrangeiras.
"É uma situação trágica", disse o coordenador humanitário da ONU na Somália, Eric Laroche. "Milhares de pessoas estão fugindo de Mogadício e mortes de civis aumentam diariamente".
Na quarta-feira, rebeldes arrastaram os corpos de soldados mortos pelas ruas da capital. O ato foi "uma grotesca violação" de leis humanitárias, disse Laroche.
A Somália não possui um governo central efetivo desde 1991. A administração atual não conseguiu estabelecer controle sobre o país, e a União Africana enviou uma pequena força de paz para defendê-la.
Com Reuters
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Somália enfrenta terceiro dia de violência e teme nova guerra civil
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Rebeldes islâmicos e tropas somalis e etíopes pró-governo entraram no terceiro dia de confrontos em Mogadício, capital da Somália, nesta sexta-feira. Milhares de moradores abandonaram a cidade. O país teme que os confrontos levem a uma nova guerra civil.
Testemunhas ouviram tiroteios e tiros de canhões perto da antiga sede da Defesa somali, local de lutas constantes desde quarta-feira (21).
Ao menos 16 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas nesta semana, nos enfrentamentos mais sangrentos desde que o governo e as tropas etíopes tomaram a capital da milícia radical conhecida como Conselho dos Tribunais Islâmicos há três meses.
Shabelle Media/Reuters |
Garoto somali deixa Mogadício ao lado da família; confrontos entram no terceiro dia |
Moradores dizem que os últimos confrontos coincidem com uma tentativa de desarmamento que provocou resistência particularmente do clã Hawiye, de Mogadício.
O governo do presidente somali, Abudllahi Yusuf, diz que quer estabilizar a capital antes de uma conferência de reconciliação agendada para 16 de abril.
Muitos membros do clã Hawiye consideram que a operação é uma tentativa por parte de Yusuf, que é do clã rival Darod, de marginalizá-los.
Ahmed Diriye, dos Hawiye, disse que líderes de seu clã encontraram-se com oficiais etíopes nesta quinta-feira para discutir seus problemas.
"Uma questão que perguntamos era por que apenas um (...) clã está sendo desarmado e sendo alvo de tiros de morteiro todos os dias", disse Diriye. "Se ninguém nos ouvir, nós lutaremos até o último homem", declarou.
Diriye disse que espera ter outra reunião com os etíopes nos próximos dias. Uma tentativa de acordo para um cessar-fogo nesta quinta-feira falhou com os confrontos desta sexta-feira.
Número de mortos
Há temores de que o número de mortos aumente.
"Os mortos não estão sendo levado aos hospitais e é muito perigoso para nossa equipe ir às ruas, então não é possível saber [o número total de mortos] ainda", disse Pascal Hundt, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, de Nairóbi, capital do Quênia.
"Trabalhando dia e noite, médicos e enfermeiras conseguem cuidar dos feridos. Mas nós estamos muito preocupados com a situação", afirmou Hundt.
A Cruz Vermelha estima que 300 pessoas foram feridas nesta semana.
Analistas dizem que mais violência pode estar a caminho, já que facções podem explorar a raiva popular contra qualquer tipo de desarmamento forçado e contra tropas estrangeiras.
"É uma situação trágica", disse o coordenador humanitário da ONU na Somália, Eric Laroche. "Milhares de pessoas estão fugindo de Mogadício e mortes de civis aumentam diariamente".
Na quarta-feira, rebeldes arrastaram os corpos de soldados mortos pelas ruas da capital. O ato foi "uma grotesca violação" de leis humanitárias, disse Laroche.
A Somália não possui um governo central efetivo desde 1991. A administração atual não conseguiu estabelecer controle sobre o país, e a União Africana enviou uma pequena força de paz para defendê-la.
Com Reuters
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