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24/03/2007
-
08h34
da Folha Online
O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) decidirá em uma votação neste sábado se vai impor novas sanções contra o Irã devido à recusa do país persa em interromper seu programa nuclear. A votação ocorre em meio à tensão causada pela detenção de 15 marinheiros britânicos por Teerã, que os acusa de terem entrado ilegalmente em águas iranianas. O Reino Unido nega.
O pacote de sanções redigido pelo CS da ONU, que tem como objetivo coibir o enriquecimento de urânio no Irã, foca na exportação de armas, nas ações do banco estatal Sepah e o comando de elite da Guarda Revolucionária do país.
Nesta sexta-feira, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, cancelou uma esperada visita a Nova York, onde ele deveria se dirigir aos membros do CS da ONU antes da votação das novas sanções. Segundo membros do governo iraniano, a visita foi cancelada devido ao atraso --que acusam de proposital-- na entrega dos vistos de entrada nos Estados Unidos aos membros da delegação persa.
Em seu lugar, é aguardado o ministro do Exterior iraniano, Manouchehr Mottaki, que deverá defender frente aos membros do conselho o enriquecimento de urânio de Teerã. O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos e visa a obtenção de energia.
A reunião do CS da ONU está marcada para começar às 15h locais (16h de Brasília) e espera-se que a votação decida, por unanimidade pela imposição das novas sanções.
Propostas
O texto prevê que as novas sanções seriam suspensas caso o Irã suspendesse seu programa nuclear. "É suspensão por suspensão. Não é uma coisa difícil de ser alcançada pelo Irã", afirmou o embaixador interino dos EUA na ONU, Alejandro Wolff.
O ministro iraniano provavelmente fará propostas para o conselho que incluem uma sugestão anterior de que os europeus invistam no programa nuclear do país através de um consórcio sob o controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Negociadores europeus rejeitaram a idéia em outras ocasiões porque ela daria ao Irã controle de uma produção de combustível nuclear potencialmente perigosa.
Acordo
Os principais países que redigiram o texto da nova resolução a ser votada hoje --EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha-- chegaram a um acordo nesta sexta-feira.
Para conseguir o apoio da África do Sul, da Indonésia e do Qatar (que ocupam cadeiras rotativas do CS da ONU), foi discutida no texto a importância de um Oriente Médio livre de armas de destruição em massa e destacado o papel da AIEA.
As negociações foram intensas para que uma votação unânime seja alcançada. As novas medidas são um incremento das sanções decididas em 23 de dezembro de 2006 que baniam o comércio de materiais nucleares e mísseis balísticos com o Irã, além do congelamento de bens de indivíduos e instituições ligados ao programa nuclear iraniano.
Segundo a AIEA, o Irã não apenas desobedeceu as exigências da ONU contidas na resolução anterior como ainda expandiu seu programa de enriquecimento de urânio. Apesar de a comunidade internacional acusar o país de visar a obtenção de armas nucleares, a AIEA nunca conseguiu definir categoricamente o objetivo do programa iraniano.
Especula-se que a resolução de hoje afete a economia iraniana, mas deixe intocada a indústria do petróleo do país --entre as cinco maiores do mundo.
O embargo dessa vez deverá incluir todas as armas convencionais que o Irã pode vender e congelará os bens internacionais do Banco Sepah (o que os EUA já fizeram), isolando a instituição de financiamentos internacionais.
Prisioneiros
O Irã voltou a afirmar hoje que os 15 marinheiros britânicos detidos no golfo Pérsico nesta sexta-feira estavam em águas iranianas, e não em águas territoriais do Iraque. Os marinheiros continuam detidos pelos iranianos, apesar das exigências do Reino Unido para sua imediata libertação.
As forças navais iranianas realizam desde quinta-feira manobras militares em uma região ao sul da área em que os marinheiros britânicos foram detidos.
Os exercícios, que serão realizados até 30 de março de 2007 na costa da Província de Busher, onde o Irã constrói uma central nuclear de mesmo nome, as forças iranianas mostraram sua "capacidade defensiva" para proteger as costas do país, segundo o comandante das forças navais do Irã, general Sayad Koyki.
Com Reuters
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O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) decidirá em uma votação neste sábado se vai impor novas sanções contra o Irã devido à recusa do país persa em interromper seu programa nuclear. A votação ocorre em meio à tensão causada pela detenção de 15 marinheiros britânicos por Teerã, que os acusa de terem entrado ilegalmente em águas iranianas. O Reino Unido nega.
O pacote de sanções redigido pelo CS da ONU, que tem como objetivo coibir o enriquecimento de urânio no Irã, foca na exportação de armas, nas ações do banco estatal Sepah e o comando de elite da Guarda Revolucionária do país.
12.mar.2007/Reuters |
Mahmoud Ahmadinejad cancelou sua visita à reunião do CS da ONU em Nova York |
Em seu lugar, é aguardado o ministro do Exterior iraniano, Manouchehr Mottaki, que deverá defender frente aos membros do conselho o enriquecimento de urânio de Teerã. O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos e visa a obtenção de energia.
A reunião do CS da ONU está marcada para começar às 15h locais (16h de Brasília) e espera-se que a votação decida, por unanimidade pela imposição das novas sanções.
Propostas
O texto prevê que as novas sanções seriam suspensas caso o Irã suspendesse seu programa nuclear. "É suspensão por suspensão. Não é uma coisa difícil de ser alcançada pelo Irã", afirmou o embaixador interino dos EUA na ONU, Alejandro Wolff.
O ministro iraniano provavelmente fará propostas para o conselho que incluem uma sugestão anterior de que os europeus invistam no programa nuclear do país através de um consórcio sob o controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Negociadores europeus rejeitaram a idéia em outras ocasiões porque ela daria ao Irã controle de uma produção de combustível nuclear potencialmente perigosa.
Acordo
Os principais países que redigiram o texto da nova resolução a ser votada hoje --EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha-- chegaram a um acordo nesta sexta-feira.
Para conseguir o apoio da África do Sul, da Indonésia e do Qatar (que ocupam cadeiras rotativas do CS da ONU), foi discutida no texto a importância de um Oriente Médio livre de armas de destruição em massa e destacado o papel da AIEA.
As negociações foram intensas para que uma votação unânime seja alcançada. As novas medidas são um incremento das sanções decididas em 23 de dezembro de 2006 que baniam o comércio de materiais nucleares e mísseis balísticos com o Irã, além do congelamento de bens de indivíduos e instituições ligados ao programa nuclear iraniano.
AP |
Navio britânico similar ao que transportava os 15 marinheiros |
Especula-se que a resolução de hoje afete a economia iraniana, mas deixe intocada a indústria do petróleo do país --entre as cinco maiores do mundo.
O embargo dessa vez deverá incluir todas as armas convencionais que o Irã pode vender e congelará os bens internacionais do Banco Sepah (o que os EUA já fizeram), isolando a instituição de financiamentos internacionais.
Prisioneiros
O Irã voltou a afirmar hoje que os 15 marinheiros britânicos detidos no golfo Pérsico nesta sexta-feira estavam em águas iranianas, e não em águas territoriais do Iraque. Os marinheiros continuam detidos pelos iranianos, apesar das exigências do Reino Unido para sua imediata libertação.
As forças navais iranianas realizam desde quinta-feira manobras militares em uma região ao sul da área em que os marinheiros britânicos foram detidos.
Os exercícios, que serão realizados até 30 de março de 2007 na costa da Província de Busher, onde o Irã constrói uma central nuclear de mesmo nome, as forças iranianas mostraram sua "capacidade defensiva" para proteger as costas do país, segundo o comandante das forças navais do Irã, general Sayad Koyki.
Com Reuters
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