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08/04/2007 - 13h14

Ladrões ferem juíza brasileira no Timor Leste

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da Folha Online

A juíza Sandra Aparecida Silvestre de Frias Torres, uma das integrantes da missão de observadores brasileiros para as eleições presidenciais em Timor Leste, foi ferida durante um assalto na capital Díli, na noite de sábado (7).

Segundo nota divulgada hoje pelo Itamaraty, "a juíza brasileira foi atendida em clínica local por médicos portugueses e passa bem". Ela se recupera dos ferimentos na casa do embaixador do Brasil em Díli, Antonio de Souza e Silva.

A brasileira é juíza do Tribunal de Justiça de Rondônia. Ela é um dos 232 observadores estrangeiros que acompanham as eleições do Timor, que serão realizadas nesta segunda (9). Para tentar evitar fraudes e tumultos, o pleito também contará com 1.655 policiais das Nações Unidas e centenas de militares de uma força internacional.

Em meio à tensão e ao temor da violência, os timorenses escolhem amanhã um sucessor para o carismático presidente e ex-guerrilheiro separatista Xanana Gusmão.

O Timor Leste, uma antiga colônia portuguesa ocupada por 24 anos pela Indonésia (1975-1999), está dividido e o resultado das urnas é considerado imprevisível.

Disputa

Oito candidatos estão na disputa, entre eles o atual primeiro-ministro, o prêmio Nobel da Paz José Ramos Horta. Ele é ligado a Gusmão, que pode se tornar o novo chefe de governo dentro de alguns meses se Horta for eleito.

Os outros concorrentes com chances são Fernando Lasama, do Partido Democrata, e Fransisco Guterres (conhecido como Lu-Olo), da Fretilin (Frente Revolucionária do Timor Leste Independente), de orientação marxista, que simbolizou a luta de resistência dos timorenses do leste.

Se Guterres pode se apoiar no histórico do seu partido no país, Lasama pretende, assim como Ramos Horta, receber os votos daqueles que se desiludiram com a antiga direção da Fretilin, simbolizada pelo ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri.

Nos últimos dias, as manifestações de militantes de diferentes partidos terminaram em violência, com pedradas e disparos de flechas, às vezes envenenadas, de grupos rivais. Os policiais portugueses e os soldados australianos tentavam pôr fim aos confrontos, uma tarefa árdua em um ambiente repleto de ódio.

"Há, principalmente, uma forte instabilidade. Em segundo lugar, uma grande pobreza. Em terceiro, não há investimento nas zonas rurais. Em quarto, uma forte taxa de desemprego. Quem gostaria de continuar a viver assim?", resumiu o ministro das Relações Exteriores José Luis Gutteres.

"Um grupo tentará lançar provocações, como o fez hoje, ontem e no passado", declarou à agência France Presse o presidente Gusmão, sem citar a Fretilin, muito criticada por ele nas últimas semanas.

Para enfrentar a Fretilin, Gusmão e Ramos Horta esperam conquistar a adesão dos 520.000 eleitores para um novo partido, o Congresso Nacional para a Reconstrução do Timor.

"Acho que o CNRT pode reunir o Timor novamente, com o objetivo de reconstruir este país e cicatrizar as feridas", declarou Ramos Horta.

A criação do CNRT suscitou uma polêmica, porque retoma a mesma sigla do Conselho Nacional da Resistência Timorense, uma coalizão que agrupava os partidários da independência durante a ocupação indonésia.

O ex-primeiro-ministro Alkatiri, secretário-geral do Fretilin, denunciou uma "tentativa oportunista e cínica" de associar o novo partido à antiga organização de resistência.

A campanha oficial que, terminou na sexta-feira (6), foi relativamente tranqüila, segundo o representante da ONU no Timor Leste, Atual Khare. Segundo ele, 15 dos 128 atos de campanha foram afetados por episódios de violência. O representante da ONU, contudo, afirmou estar "preocupado" e pediu aos partidos que controlem seus militantes nas eleições.

Com France Presse

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