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20/04/2007
-
10h32
PAULO RANIERI
especial para a Folha Online
Seguindo uma tendência global, os candidatos à Presidência da França vêem na internet um instrumento eficiente para a divulgação de idéias e planos de governo, além da possibilidade de se criar debates e discussão de idéias com eleitores.
O uso de tecnologia na política, por meio da internet, pode gerar maior eficiência e transparência, onde o cidadão conquista seu espaço para participar na gestão pública, ganha mais acesso às informações e controle das contas públicas.
Segundo recentes pesquisas divulgadas na França, 24% dos internautas dizem que as informações e os debates na rede podem ajudá-los a decidir o seu voto. Porém, para 58% do eleitorado, a televisão continua sendo o principal veículo de informação. Entre os eleitores de 18 anos a 34 anos 10% preferem a internet. Ao se digitar "election presidentielle 2007" no YouTube surgem mais de 700 opções de vídeos com os mais variados conteúdos, desde declarações dos candidatos e trechos de entrevistas a charges.
Apostando na grande rede, o candidato centrista François Bayrou, esquecido por parte da mídia nos primeiros meses de campanha, ganhou visibilidade e possui chances reais de chegar ao segundo turno. Com aparência de blog, o site oficial do candidato oferece notícias atualizadas, fotos e vídeos de campanha, além de um espaço
para que internautas cadastrem seu e-mail.
A socialista Ségolène Royal, em seu site, organiza debates participativos, grande destaque de sua campanha em termos virtuais. Mais de 2 milhões de internautas já participaram, segundo a imprensa local. A possibilidade de se organizar um debate participativo é um dos grandes diferenciais da internet em relação a algumas outras ferramentas de comunicação.
Um pouco mais atraente e tomado pela cor azul, o site do atual ministro do Interior e líder nas pesquisas, Nicolas Sarkozy, também busca de forma prática a difusão de idéias e notícias da campanha do candidato [em vídeo e textos], além da busca por maior interação com eleitores. Assessores próximos a Sarkozy dizem ter o apoio de 900 blogueiros.
O quarto colocado nas pesquisas, Jean-Marie Le Pen confiou à sua filha a difícil tarefa de se esquivar da imagem de extrema direita. O site possui alguns textos, poucas imagens e cores e nenhum vídeo. Le Pen inovou ao fazer parte da Second Life, ato seguido depois por Royal e Sarkozy --não se sabe se os próprios candidatos usam a Second Life ou se as criações foram de assessores ou pessoas próximas.
Em tempos de Second Life, por onde já passaram cerca de 5,5 milhões de pessoas e a população européia tem considerável participação, o leitor pode questionar a possibilidade do voto seguro pela internet ou se haverá um candidato virtual. Se há transações bancárias e compras seguras pela internet, por que não haverá um sistema de votação virtual sem fraudes? É para se pensar. Em relação aos candidatos internautas, eles estão surgindo.
Na Suécia já existe o PiratPartiet (Partido Pirata), essencialmente formado por "cibercidadãos", que apresenta em seu programa de governo uma proposta de liberação dos downloads.
No Brasil, os dois principais candidatos à Presidência da República em 2006 destacaram em seus discursos ferramentas como Orkut e YouTube em suas campanhas. Luiz Inácio Lula da Silva apareceu em um vídeo de 15 segundos agradecendo aos "companheiros de Orkut" pelo apoio, e Geraldo Alckmin improvisou um agradecimento aos "orkuteiros" após evento político em Minas Gerais.
Se o uso de novos sistemas virtuais de comunicação foi bastante explorado por parte dos políticos e eleitores franceses durante as campanhas, as urnas eletrônicas parecem não ter o mesmo sucesso neste país. Apenas 4% do total de eleitores vão votar utilizando este sistema e grande parte da população alega que o sistema pode apresentar falhas e ser pirateado como qualquer computador. As eleições na França ocorrem no próximo domingo (22).
Paulo Ranieri, 25, é pesquisador na área de comunicação digital do Centro de Pesquisa da Opinião Pública em Contextos Digitais - Cepop/Atopos da USP (Universidade de São Paulo) e jornalista da agência Ansa
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Seguindo uma tendência global, os candidatos à Presidência da França vêem na internet um instrumento eficiente para a divulgação de idéias e planos de governo, além da possibilidade de se criar debates e discussão de idéias com eleitores.
O uso de tecnologia na política, por meio da internet, pode gerar maior eficiência e transparência, onde o cidadão conquista seu espaço para participar na gestão pública, ganha mais acesso às informações e controle das contas públicas.
Segundo recentes pesquisas divulgadas na França, 24% dos internautas dizem que as informações e os debates na rede podem ajudá-los a decidir o seu voto. Porém, para 58% do eleitorado, a televisão continua sendo o principal veículo de informação. Entre os eleitores de 18 anos a 34 anos 10% preferem a internet. Ao se digitar "election presidentielle 2007" no YouTube surgem mais de 700 opções de vídeos com os mais variados conteúdos, desde declarações dos candidatos e trechos de entrevistas a charges.
Apostando na grande rede, o candidato centrista François Bayrou, esquecido por parte da mídia nos primeiros meses de campanha, ganhou visibilidade e possui chances reais de chegar ao segundo turno. Com aparência de blog, o site oficial do candidato oferece notícias atualizadas, fotos e vídeos de campanha, além de um espaço
para que internautas cadastrem seu e-mail.
A socialista Ségolène Royal, em seu site, organiza debates participativos, grande destaque de sua campanha em termos virtuais. Mais de 2 milhões de internautas já participaram, segundo a imprensa local. A possibilidade de se organizar um debate participativo é um dos grandes diferenciais da internet em relação a algumas outras ferramentas de comunicação.
Um pouco mais atraente e tomado pela cor azul, o site do atual ministro do Interior e líder nas pesquisas, Nicolas Sarkozy, também busca de forma prática a difusão de idéias e notícias da campanha do candidato [em vídeo e textos], além da busca por maior interação com eleitores. Assessores próximos a Sarkozy dizem ter o apoio de 900 blogueiros.
O quarto colocado nas pesquisas, Jean-Marie Le Pen confiou à sua filha a difícil tarefa de se esquivar da imagem de extrema direita. O site possui alguns textos, poucas imagens e cores e nenhum vídeo. Le Pen inovou ao fazer parte da Second Life, ato seguido depois por Royal e Sarkozy --não se sabe se os próprios candidatos usam a Second Life ou se as criações foram de assessores ou pessoas próximas.
Em tempos de Second Life, por onde já passaram cerca de 5,5 milhões de pessoas e a população européia tem considerável participação, o leitor pode questionar a possibilidade do voto seguro pela internet ou se haverá um candidato virtual. Se há transações bancárias e compras seguras pela internet, por que não haverá um sistema de votação virtual sem fraudes? É para se pensar. Em relação aos candidatos internautas, eles estão surgindo.
Na Suécia já existe o PiratPartiet (Partido Pirata), essencialmente formado por "cibercidadãos", que apresenta em seu programa de governo uma proposta de liberação dos downloads.
No Brasil, os dois principais candidatos à Presidência da República em 2006 destacaram em seus discursos ferramentas como Orkut e YouTube em suas campanhas. Luiz Inácio Lula da Silva apareceu em um vídeo de 15 segundos agradecendo aos "companheiros de Orkut" pelo apoio, e Geraldo Alckmin improvisou um agradecimento aos "orkuteiros" após evento político em Minas Gerais.
Se o uso de novos sistemas virtuais de comunicação foi bastante explorado por parte dos políticos e eleitores franceses durante as campanhas, as urnas eletrônicas parecem não ter o mesmo sucesso neste país. Apenas 4% do total de eleitores vão votar utilizando este sistema e grande parte da população alega que o sistema pode apresentar falhas e ser pirateado como qualquer computador. As eleições na França ocorrem no próximo domingo (22).
Paulo Ranieri, 25, é pesquisador na área de comunicação digital do Centro de Pesquisa da Opinião Pública em Contextos Digitais - Cepop/Atopos da USP (Universidade de São Paulo) e jornalista da agência Ansa
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