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20/04/2007 - 09h08

Familiares enterram em Israel professor morto em massacre nos EUA

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da Efe, em Jerusalém
da Folha Online

Liviu Librescu, 76, o professor da universidade Virginia Tech que com sua morte conseguiu salvar seus alunos do massacre, foi enterrado nesta sexta-feira na cidade de Raanana, em Israel, onde vive um de seus filhos.

Librescu bloqueou a porta da sala de aula onde estava, impedindo a entrada do assassino Cho Seung-hui, 23, que era estudante de letras. O enterrro estava previsto para as 10h (5h de Brasília), segundo a família. Professor de aeronáutica, Librescu nasceu na Romênia.

Emilio Morenatti/AP
Parentes de professor Librescu choram durante enterro em Israel
Parentes de professor Librescu choram durante enterro em Israel
Em 1977, foi para Israel, com a ajuda do então primeiro-ministro, Menachem Begin.

Um de seus dois filhos relatou à imprensa local que sua carreira em seu país natal foi prejudicada porque ele se negou a jurar lealdade ao Partido Comunista. Em 1984, mudou-se para os Estados Unidos.

Os alunos relataram que na segunda-feira (16), quando Cho iniciou o massacre, o professor bloqueou com seu corpo a porta da sala de aula. Assim, vários estudantes puderam fugir pelas janelas.

A imprensa israelense destacou a coincidência do massacre da Virgínia com a comemoração do Dia do Holocausto, em Israel. Librescu sobreviveu à matança de judeus, quando a Romênia se aliou aos nazistas na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O corpo chegou dos Estados Unidos nesta quinta-feira, trazido por funcionários consulares israelenses e pela viúva, Marlena.

"Ele salvou seus alunos. Era muito humano, sempre ajudava a todos", disse Marlena, com quem Librescu foi casado por 42 anos.

Massacre

A Virginia Tech enfrentou dois ataques nesta segunda-feira. As ações, que ocorreram em lados opostos do campus, tiveram início às 7h15 (8h15 de Brasília) em West Ambler Johnston Hall, residência estudantil que abriga ao menos 895 pessoas. Duas pessoas morreram.

Duas horas depois, Norris Hall, edifício da engenharia, foi alvo de outro ataque a tiros. Outras 30 pessoas morreram, na maioria estudantes.

Cho, que se suicidou em seguida, usou duas armas --uma pistola Glock 9 milímetros e outra arma calibre 22 no massacre. A polícia também encontrou facas com o estudante.

Nesta terça-feira (17), uma carta encontrada pela polícia aparentemente indica que Cho premeditou a ação. No texto de várias páginas, ele se queixa dos garotos "ricos, festeiros e charlatões" da universidade e afirma que foram eles que "causaram a tragédia".

Vídeo

Fotos e arquivos em vídeo enviados pelo autor do pior massacre em um campus dos Estados Unidos na história chocaram familiares e amigos das 32 vítimas, que criticaram nesta quinta-feira sua divulgação pela mídia. O material, enviado pelo atirador Cho Seung-hui na manhã de segunda-feira (16), entre os ataques cometidos no campus do Instituto Tecnológico da Virgínia (Virginia Tech), contém fotografias violentas e mensagens de ódio aos ricos.

Reuters
O atirador Cho Seung-Hui, 23, estudava inglês na Virginia Tech
O atirador Cho Seung-Hui, 23, estudava inglês na Virginia Tech
"Peço pelo amor de deus e por nossos filhos a todas as TVs e jornais que parem de retransmitir aquele vídeo [de Cho]. É um segundo ataque a nós", disse o pai de Mary Read, que morreu no massacre, em entrevista à rede de TV CNN.

Enquanto os familiares expressaram sua repulsa à divulgação das imagens, a polícia que investiga o massacre disse que o material ajudou muito pouco no esclarecimento dos fatos.

Para o chefe da polícia estadual da Virgínia, Steve Flaherty, as famílias das vítimas foram atingidas duas vezes --uma pelas 32 mortes causadas pelos ataques a tiros de Cho e outra pela atenção da mídia sobre o material enviado pelo atirador à rede de TV americana NBC. "Sinto muito que todos tenham sido expostos a essas imagens", disse Flaherty.

"O pacote, simplesmente, confirma o que já sabíamos na maior parte dos casos", completou. Na universidade, as autoridades enfrentam dura pressão agora que se tornou público que os problemas mentais do atirador, que estudava inglês na instituição, foram notados 17 meses antes que ele cometesse os ataques desta segunda-feira.

Com agências internacionais

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