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20/04/2007
-
16h06
da Folha Online
Familiares e amigos das vítimas do ataque contra uma escola em Columbine --que completa oito anos nesta sexta-feira-- prestaram homenagem aos 13 mortos na ação em Littleton. O aniversário de oito anos da tragédia coincidiu com um novo massacre, desta vez contra o campus do Instituto Tecnológico da Virgínia, que deixou 32 mortos na segunda-feira (16).
Na ação em Columbine, os estudantes Eric Harris, 18, e Dylan Klebold, 17, mataram 12 estudantes e um professor antes de cometerem suicídio. Para marcar os 8 anos do ataque, o governador do Estado do Colorado convocou a população a aderir a um minuto de silêncio.
"Nós passamos por uma tragédia terrível em Columbine", disse o governador Bill Ritter. "A população do Colorado fará um minuto de silêncio no aniversário deste dia lamentável".
"Columbine tornou-se um local para cicatrizar as feridas, para a união e a esperança", afirmou Ritter após assistir à principal cerimônia de homenagem aos mortos da tragédia, que ocorreu na Catedral da Imaculada Conceição, em Denver.
Em homenagem às vítimas, as bandeiras em todo o Estado ficarão a meio-mastro até as 16h (19h de Brasília) do próximo domingo (22). A escola permaneceu fechada nesta sexta-feira, tradição que deverá ser mantida nos próximos anos nos aniversários do crime.
O ataque deu origem ao documentário "Tiros em Columbine" (2002), dirigido por Michael Moore, que questiona o culto à violência e o fácil acesso às armas nos Estados Unidos.
O massacre de segunda-feira na universidade da Virgínia também suscitou intensas críticas nos Estados Unidos a respeito da política em relação à compra e venda de armas.
O autor do ataque, o estudante sul-coreano Cho Seung-hui, 23, comprou legalmente uma das armas que utilizou no ataque, uma Glock 9 milímetros, mais a munição utilizada por apenas US$ 571.
Após a ação, o jornal americano "The New York Times" publicou um editorial no qual afirma que o massacre na Virgínia "é mais uma lembrança aterrorizante de que alguns dos maiores perigos enfrentados pelos americanos vem de assassinos domésticos com armas que são assustadoramente fáceis de se obter".
Enquete realizada pela Folha Online perguntando que tipo de ação pode ser feita para tentar barrar ataques como o ocorrido no campus da Virgínia aponta que a maioria dos internautas defende a restrição da venda de armas como resposta à tragédia.
Vídeo
Fotos e arquivos em vídeo enviados pelo autor do pior massacre em um campus dos Estados Unidos na história chocaram familiares e amigos das 32 vítimas, que criticaram nesta quinta-feira sua divulgação pela mídia. O material, enviado pelo atirador Cho Seung-hui na manhã de segunda-feira (16), entre os ataques cometidos no campus do Instituto Tecnológico da Virgínia (Virginia Tech), contém fotografias violentas e mensagens de ódio aos ricos.
"Peço pelo amor de deus e por nossos filhos a todas as TVs e jornais que parem de retransmitir aquele vídeo [de Cho]. É um segundo ataque a nós", disse o pai de Mary Read, que morreu no massacre, em entrevista à rede de TV CNN.
Enquanto os familiares expressaram sua repulsa à divulgação das imagens, a polícia que investiga o massacre disse que o material ajudou muito pouco no esclarecimento dos fatos.
Para o chefe da polícia estadual da Virgínia, Steve Flaherty, as famílias das vítimas foram atingidas duas vezes --uma pelas 32 mortes causadas pelos ataques a tiros de Cho e outra pela atenção da mídia sobre o material enviado pelo atirador à rede de TV americana NBC. "Sinto muito que todos tenham sido expostos a essas imagens", disse Flaherty.
"O pacote, simplesmente, confirma o que já sabíamos na maior parte dos casos", completou. Na universidade, as autoridades enfrentam dura pressão agora que se tornou público que os problemas mentais do atirador, que estudava inglês na instituição, foram notados 17 meses antes que ele cometesse os ataques desta segunda-feira.
Trauma
Segundo Frank DeAngelis, diretor da escola em Columbine, os alunos que presenciaram a em 1999 sofreram um "novo trauma" ao ver imagens do massacre na Virgínia na TV.
Coincidentemente, uma aluna do Instituto Tecnológico da Virgínia escapou por pouco do ataque em Columbine há oito anos. Na época da ação, Regina Rohde estava no prédio que foi cenário do crime, mas teve a sorte de deixar o local pouco antes do ocorrido.
Ela lamentou o massacre contra o campus em que estuda, na Virgínia, em entrevista ao programa de TV "Today", da rede NBC. "Vai levar tempo. As pessoas estão tentando viver cada momento, mas vai demorar muito para se recuperarem dessa tragédia", disse ela.
Na segunda-feira, embora não estivesse nos dois prédios onde ocorreram os ataques a tiros, ela diz ter recordado as mesmas emoções que sentiu em 1999. "A sensação foi muito parecida. Você se pergunta: O que está acontecendo? Alguém se machucou? O que fazemos agora?. Foram as mesmas perguntas que nos fizemos após o ataque em Columbine", disse.
Para ela, a intensa cobertura da mídia dificultou a recuperação dos alunos e de outras pessoas afetadas. Ela diz que a decisão de dar entrevista à rede NBC foi "difícil".
Segundo Rohde, é compreensível que a imprensa tenha que noticiar a tragédia, mas o assédio constante é prejudicial. "A cada vez que um grupo de estudante se reunia, havia câmeras os filmando. Não sentimos que estávamos sendo respeitados como comunidade".
Com Efe e Associated Press
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Colorado lembra 8º aniversário da tragédia em escola em Columbine
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Familiares e amigos das vítimas do ataque contra uma escola em Columbine --que completa oito anos nesta sexta-feira-- prestaram homenagem aos 13 mortos na ação em Littleton. O aniversário de oito anos da tragédia coincidiu com um novo massacre, desta vez contra o campus do Instituto Tecnológico da Virgínia, que deixou 32 mortos na segunda-feira (16).
Na ação em Columbine, os estudantes Eric Harris, 18, e Dylan Klebold, 17, mataram 12 estudantes e um professor antes de cometerem suicídio. Para marcar os 8 anos do ataque, o governador do Estado do Colorado convocou a população a aderir a um minuto de silêncio.
"Nós passamos por uma tragédia terrível em Columbine", disse o governador Bill Ritter. "A população do Colorado fará um minuto de silêncio no aniversário deste dia lamentável".
"Columbine tornou-se um local para cicatrizar as feridas, para a união e a esperança", afirmou Ritter após assistir à principal cerimônia de homenagem aos mortos da tragédia, que ocorreu na Catedral da Imaculada Conceição, em Denver.
Ed Andrieski/AP |
Familiares depositam flores em homenagem a mortos em ataque contra escola em Columbine |
O ataque deu origem ao documentário "Tiros em Columbine" (2002), dirigido por Michael Moore, que questiona o culto à violência e o fácil acesso às armas nos Estados Unidos.
O massacre de segunda-feira na universidade da Virgínia também suscitou intensas críticas nos Estados Unidos a respeito da política em relação à compra e venda de armas.
O autor do ataque, o estudante sul-coreano Cho Seung-hui, 23, comprou legalmente uma das armas que utilizou no ataque, uma Glock 9 milímetros, mais a munição utilizada por apenas US$ 571.
Após a ação, o jornal americano "The New York Times" publicou um editorial no qual afirma que o massacre na Virgínia "é mais uma lembrança aterrorizante de que alguns dos maiores perigos enfrentados pelos americanos vem de assassinos domésticos com armas que são assustadoramente fáceis de se obter".
Enquete realizada pela Folha Online perguntando que tipo de ação pode ser feita para tentar barrar ataques como o ocorrido no campus da Virgínia aponta que a maioria dos internautas defende a restrição da venda de armas como resposta à tragédia.
Vídeo
Fotos e arquivos em vídeo enviados pelo autor do pior massacre em um campus dos Estados Unidos na história chocaram familiares e amigos das 32 vítimas, que criticaram nesta quinta-feira sua divulgação pela mídia. O material, enviado pelo atirador Cho Seung-hui na manhã de segunda-feira (16), entre os ataques cometidos no campus do Instituto Tecnológico da Virgínia (Virginia Tech), contém fotografias violentas e mensagens de ódio aos ricos.
"Peço pelo amor de deus e por nossos filhos a todas as TVs e jornais que parem de retransmitir aquele vídeo [de Cho]. É um segundo ataque a nós", disse o pai de Mary Read, que morreu no massacre, em entrevista à rede de TV CNN.
Enquanto os familiares expressaram sua repulsa à divulgação das imagens, a polícia que investiga o massacre disse que o material ajudou muito pouco no esclarecimento dos fatos.
Para o chefe da polícia estadual da Virgínia, Steve Flaherty, as famílias das vítimas foram atingidas duas vezes --uma pelas 32 mortes causadas pelos ataques a tiros de Cho e outra pela atenção da mídia sobre o material enviado pelo atirador à rede de TV americana NBC. "Sinto muito que todos tenham sido expostos a essas imagens", disse Flaherty.
"O pacote, simplesmente, confirma o que já sabíamos na maior parte dos casos", completou. Na universidade, as autoridades enfrentam dura pressão agora que se tornou público que os problemas mentais do atirador, que estudava inglês na instituição, foram notados 17 meses antes que ele cometesse os ataques desta segunda-feira.
Trauma
Segundo Frank DeAngelis, diretor da escola em Columbine, os alunos que presenciaram a em 1999 sofreram um "novo trauma" ao ver imagens do massacre na Virgínia na TV.
Coincidentemente, uma aluna do Instituto Tecnológico da Virgínia escapou por pouco do ataque em Columbine há oito anos. Na época da ação, Regina Rohde estava no prédio que foi cenário do crime, mas teve a sorte de deixar o local pouco antes do ocorrido.
Ela lamentou o massacre contra o campus em que estuda, na Virgínia, em entrevista ao programa de TV "Today", da rede NBC. "Vai levar tempo. As pessoas estão tentando viver cada momento, mas vai demorar muito para se recuperarem dessa tragédia", disse ela.
Na segunda-feira, embora não estivesse nos dois prédios onde ocorreram os ataques a tiros, ela diz ter recordado as mesmas emoções que sentiu em 1999. "A sensação foi muito parecida. Você se pergunta: O que está acontecendo? Alguém se machucou? O que fazemos agora?. Foram as mesmas perguntas que nos fizemos após o ataque em Columbine", disse.
Para ela, a intensa cobertura da mídia dificultou a recuperação dos alunos e de outras pessoas afetadas. Ela diz que a decisão de dar entrevista à rede NBC foi "difícil".
Segundo Rohde, é compreensível que a imprensa tenha que noticiar a tragédia, mas o assédio constante é prejudicial. "A cada vez que um grupo de estudante se reunia, havia câmeras os filmando. Não sentimos que estávamos sendo respeitados como comunidade".
Com Efe e Associated Press
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