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22/04/2007 - 11h04

Premiê enfrenta desafio de popularidade em eleição japonesa

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FERNANDO MEXÍA
da Efe, em Tóquio

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, enfrentou neste domingo sua segunda prova de popularidade nas urnas em apenas quinze dias, com a realização de eleições locais para as prefeituras de 77 cidades e duas cadeiras da Câmara Alta, na qual as pesquisas prevêem uma dura disputa.

Segundo pesquisa divulgada hoje pela agência local Kyodo no fechamento dos colégios, as forças de oposição teriam conquistado a cadeira da Província de Fukushima, no centro do Japão, enquanto a outra em disputa, a de Okinawa, no sul do país, não estava decidida, já que ambos os grupos estariam quase empatados.

Na jornada eleitoral de hoje tinham sido convocados os japoneses residentes em 77 cidades, 96 povoados e 13 bairros de Tóquio para designar prefeitos e membros das assembléias locais, mas os resultados definitivos serão divulgados apenas na segunda-feira.

Os grandes partidos nacionais concentraram esforços em apoiar seus candidatos para o Senado japonês, pois as eleições são uma prévia do que pode ocorrer no pleito de julho, que redefinirá a distribuição de cadeiras na Câmara Alta.

Apoio

A participação dos eleitores foi de 46,85% em Fukushima (que tem quatro senadores no total) e de 37,79% em Okinawa (dois senadores), bem menor do que em pleitos anteriores, segundo a agência local Kyodo.

Mas, além dos números, esta eleição serve para avaliar o apoio com que o primeiro-ministro conta. Abe, líder do Partido Liberal-Democrata (PLD), no Governo, foi eleito pelo Parlamento em setembro, sem passar pelas urnas.

Desde sua chegada ao poder, Abe vem sofrendo fortes quedas de popularidade nas pesquisas devido à falta de carisma e a vários casos de corrupção entre membros do Executivo, segundo a imprensa japonesa.

No entanto, nas eleições locais realizadas há duas semanas, que elegeram o prefeito de Tóquio, os eleitores deram respaldo aos candidatos apoiados pelo PLD.

Assassinato

Hoje, um dos pontos de interesse do dia foi Nagasaki, no sudoeste do Japão, depois que o prefeito e principal favorito, Itcho Ito, foi assassinado na terça-feira após ser baleado na rua supostamente por um membro da Yakusa, a máfia japonesa, quando tentava o quarto mandato consecutivo.

A morte de Ito, apoiado pelo PLD, desestruturou sua equipe, que teve que buscar um substituto a apenas quatro dias das eleições.

O lugar acabou sendo ocupado pelo jornalista Makoto Yokoo, de 40 anos, genro do prefeito assassinado.

Desde então, as atenções da mídia foram concentradas em Yokoo e em saber se ele seria capaz de conquistar a simpatia dos eleitores de Nagasaki em tão pouco tempo, além de manter os votos que seriam destinados a Ito.

Ito

A "campanha relâmpago" de Yokoo girou em torno da figura de seu sogro, pois se apresentou o tempo todo como um seguidor do trabalho de Ito, que foi uma pessoa de destaque no plano internacional devido a sua luta contra as armas nucleares.

Em agosto de 1945, Nagasaki sofreu, após o bombardeio de Hiroshima, o último ataque com bomba atômica da história, lançado pelos Estados Unidos no final da Segunda Guerra Mundial, o que gerou na localidade uma forte animosidade contra a existência deste tipo de armamento.

A mensagem de Yokoo não passou despercebida e muitos eleitores foram às urnas com o firme propósito de manter vivo o legado de Ito, segundo a agência Kyodo. "A princípio tinha a intenção de apoiar Ito e quero que Yokoo conclua o que o prefeito anterior não pôde fazer", afirmou hoje uma eleitora de 38 anos em Nagasaki.

Junto a Yokoo, Tomihisa Taue, 50, um independente ex-funcionário municipal, partia como outro dos candidatos favoritos durante as eleições neste domingo chuvoso.

Diante da reviravolta ocorrida na campanha após a morte de Ito, Taue decidiu fazer de seus 26 anos de experiência na administração seu principal argumento político.

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