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22/04/2007 - 18h54

Universidade na Virgínia se prepara para retomar atividades após massacre

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da Efe, em Washington

A universidade de Virginia Tech, onde há cerca de uma semana um estudante matou 32 pessoas e depois se suicidou, retomará suas atividades nesta segunda-feira, enquanto prosseguem as investigações e debates em torno do episódio.

O centro de ensino, localizado em Blacksburg, na Virgínia, 450 quilômetros a sudoeste da capital Washington, aguarda o retorno da maioria de seus 26 mil estudantes para a etapa final dos cursos deste ano, ao mesmo tempo em que terminam os funerais das vítimas do estudante sul-coreano Cho Seung Hui.

"Do ponto de vista da universidade, temos de seguir adiante", disse o porta-voz da Virginia Tech, Larry Hincker. "Faremos tudo o que for possível para reorganizar este lugar e impedir que esta tragédia volte a acontecer."

O edifício de engenharia Norris Hall, onde Cho matou 32 pessoas e depois se suicidou, permanecerá fechado pelo resto do semestre.

As autoridades locais também vêm tomando uma série de medidas para diminuir a presença da imprensa no local.

Em poucas horas, o prédio de 1.000 hectares se tornou palco do pior massacre com armas de fogo perpetrado por um indivíduo na história dos Estados Unidos.

A família de Cho divulgou um comunicado no qual expressou seu horror pelas ações do jovem e seu pesar pela tragédia que deixou os EUA em estado de choque.

Numa reportagem publicada hoje pelo jornal americano "The New York Times", familiares de Cho na Coréia do Sul relatam como a mãe do jovem expressou durante anos seu desconcerto pela falta de comunicação com seu filho.

"Quando Cho disse à mãe que era um bom menino, calado, mas que estava de bem com a vida, ela me disse que preferiria que ele tivesse dito a verdade, apesar de não ser tão bom e calmo", declarou à publicação Kim Yang Soon, de 84 anos e que era avó de Cho.

Após a tragédia, como já tinha ocorrido depois de outros episódios de violência, foi retomado nos Estados Unidos o debate sobre o porte de armas de fogo.

No que diz respeito à universidade de Virginia Tech, foram intensificadas neste fim de semana as discussões sobre se as autoridades acadêmicas tomaram as medidas adequadas depois que duas pessoas foram mortas a tiros num dormitório do centro de ensino.

Apesar de Cho ter tido mais duas horas e meia após o primeiro incidente para completar o massacre, a polícia alegou que mantinha sob custódia um suspeito do primeiro tiroteio, razão pela qual as aulas não foram suspensas nem os prédios foram esvaziados.

Sydney Vail, diretor de trauma e neurotrauma no Hospital Carilion Roanoke Memorial, para onde foram levadas várias das vítimas de Cho, disse que alguns dos ferimentos foram mais graves porque o atirador usou uma pistola de 9 mm com balas de ponta oca.

"Quando as balas de ponta oca atingem o corpo se abrem como pétalas metálicas", disse. "Isso causa ferimentos mais largos", acrescentou.

Ted Feinberg, diretor-adjunto da Associação Nacional de Psicólogos Escolares, acrescentou que as feridas emocionais e psicológicas causados por ataques do tipo permanecem por dias, semanas ou meses.

Feinberg, que tratou alunos da escola secundária Columbine após um ataque suicida cometido por dois estudantes em 1999, disse que aproximadamente 20% dos sobreviventes sofrem depressão grave, transtorno por estresse pós-traumático e outras doenças.

"Aqui há um prédio universitário bonito, pacífico, com um entorno tranqüilo, e agora as coisas jamais serão como eram", disse Feinberg ao jornal americano "The Washington Post".

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