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23/04/2007
-
11h03
da Folha Online
O primeiro presidente russo do período pós-comunismo, Boris Ieltsin, que governou entre 1991 e 1999, morreu nesta segunda-feira aos 76 anos em Moscou, informou o Kremlin.
Sua ascensão ao poder marcou o fim da ex-União Soviética (URSS). O porta-voz do Kremlin, Alexander Smirnov, confirmou a morte, mas não forneceu detalhes sobre as causas.
A agência russa de notícias Interfax, que cita fontes médicas, informa que ele morreu em decorrência de uma doença cardíaca.
Ieltsin sempre foi uma figura política polêmica. Em sua biografia, lançada em 2000, reconheceu que em alguns momentos de seu mandato agiu sob a influência do álcool e recordou uma situação constrangedora em Berlim, em 1994. No livro, ele conta que durante uma cerimônia com o então chanceler (premiê) alemão, Helmut Kohl, diz que "baixou a guarda e, depois de vários copos, sentiu que poderia fazer qualquer coisa, como reger a banda de música. À época, a cena transmitida por TV provocou risos no mundo inteiro.
Após deixar o governo [Ieltsin renunciou à Presidência em 31 de dezembro de 1999, seis meses antes de encerrar seu mandato], disse que preferia ficar vendo shows de Celine Dion e George Michael em DVD a voltar a trabalhar como político.
"Quem se aposenta tem de fazer sua escolha: se manter na vida pública, viajar, dar palestras, continuar a trabalhar ou devotar seu tempo a quem gosta", afirmou em 2000 ao jornal russo "Komsomolskaya Pravda". "Eu escolhi a segunda opção, mais coerente com meu momento."
Antecessor do atual presidente russo, Vladimir Putin, a quem ele havia designado como herdeiro político, Ieltsin ganhou popularidade durante seus oito anos de governo devido às suas promessas de combate à corrupção, sem conseguir, no entanto, manter o controle de grande parte de empresas estatais que foram progressivamente privatizadas.
Primeiro líder russo eleito democraticamente, durante seu mandato, a Rússia sofreu com problemas como o desemprego e a inflação. Ieltsin também levou o país a um conflito contra rebeldes separatistas na Tchetchênia, que culminou a expulsão dos russos.
Ele sofria de problemas cardíacos e renunciou à Presidência em 1999, vários meses antes do fim oficial de seu mandato. Putin, que era seu primeiro-ministro, tornou-se presidente em exercício e foi eleito democraticamente para o cargo em 2000.
Crise
A morte de Ieltsin ocorre em um momento em que a Rússia passa por um período de crise.
Na semana passada, centenas de manifestantes foram detidos em vários protestos em Moscou e São Petersburgo contra Putin, a quem a oposição acusa de "sufocar a democracia".
Os confrontos nas duas principais cidades russas podem ser o prenúncio de um longo período de tensão entre autoridades russas e a oposição, com a proximidade de eleições parlamentares e presidenciais.
Em um dos protestos, a polícia deteve o ex-campeão de xadrez Garry Kasparov, 44, que hoje é um dos líderes da coalizão Outra Rússia, uma das organizadoras dos protestos.
Sobre a ação violenta da polícia, que chocou os manifestantes, ele afirmou que o governo "mostrou que já não respeita a imprensa mundial, a opinião pública ou mesmo as leis russas".
"Agora [a Rússia] é um país em algum lugar entre Belarus e o Zimbábue, duas ditaduras que acabaram com os movimentos de oposição", disse ele.
Com Efe, France Presse e Associated Press
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Kremlin
Leia o que já foi publicado sobre Boris Ieltsin
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Leia cobertura sobre a morte de Boris Ieltsin
Morre aos 76 anos o presidente russo Boris Ieltsin
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O primeiro presidente russo do período pós-comunismo, Boris Ieltsin, que governou entre 1991 e 1999, morreu nesta segunda-feira aos 76 anos em Moscou, informou o Kremlin.
Sua ascensão ao poder marcou o fim da ex-União Soviética (URSS). O porta-voz do Kremlin, Alexander Smirnov, confirmou a morte, mas não forneceu detalhes sobre as causas.
A agência russa de notícias Interfax, que cita fontes médicas, informa que ele morreu em decorrência de uma doença cardíaca.
Alexander Zemlianichenko/AP |
Boris Ieltsin, primeiro presidente russo da era pós-comunismo |
Após deixar o governo [Ieltsin renunciou à Presidência em 31 de dezembro de 1999, seis meses antes de encerrar seu mandato], disse que preferia ficar vendo shows de Celine Dion e George Michael em DVD a voltar a trabalhar como político.
"Quem se aposenta tem de fazer sua escolha: se manter na vida pública, viajar, dar palestras, continuar a trabalhar ou devotar seu tempo a quem gosta", afirmou em 2000 ao jornal russo "Komsomolskaya Pravda". "Eu escolhi a segunda opção, mais coerente com meu momento."
Antecessor do atual presidente russo, Vladimir Putin, a quem ele havia designado como herdeiro político, Ieltsin ganhou popularidade durante seus oito anos de governo devido às suas promessas de combate à corrupção, sem conseguir, no entanto, manter o controle de grande parte de empresas estatais que foram progressivamente privatizadas.
Primeiro líder russo eleito democraticamente, durante seu mandato, a Rússia sofreu com problemas como o desemprego e a inflação. Ieltsin também levou o país a um conflito contra rebeldes separatistas na Tchetchênia, que culminou a expulsão dos russos.
Ele sofria de problemas cardíacos e renunciou à Presidência em 1999, vários meses antes do fim oficial de seu mandato. Putin, que era seu primeiro-ministro, tornou-se presidente em exercício e foi eleito democraticamente para o cargo em 2000.
Crise
A morte de Ieltsin ocorre em um momento em que a Rússia passa por um período de crise.
Na semana passada, centenas de manifestantes foram detidos em vários protestos em Moscou e São Petersburgo contra Putin, a quem a oposição acusa de "sufocar a democracia".
Os confrontos nas duas principais cidades russas podem ser o prenúncio de um longo período de tensão entre autoridades russas e a oposição, com a proximidade de eleições parlamentares e presidenciais.
Em um dos protestos, a polícia deteve o ex-campeão de xadrez Garry Kasparov, 44, que hoje é um dos líderes da coalizão Outra Rússia, uma das organizadoras dos protestos.
Sobre a ação violenta da polícia, que chocou os manifestantes, ele afirmou que o governo "mostrou que já não respeita a imprensa mundial, a opinião pública ou mesmo as leis russas".
"Agora [a Rússia] é um país em algum lugar entre Belarus e o Zimbábue, duas ditaduras que acabaram com os movimentos de oposição", disse ele.
Com Efe, France Presse e Associated Press
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