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01/05/2007 - 01h51

Fidel Castro escreve novo editorial contra etanol

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da Efe, em Havana

O presidente de Cuba, Fidel Castro, voltou a insistir em suas críticas ao uso de biocombustíveis elaborados a partir de alimentos e à libertação do anticastrista Luis Posada Carriles, num editorial divulgado nesta segunda-feira (30), mas não se referiu a seu estado de saúde nem a uma possível volta a atos públicos.

"Nada tenho contra o Brasil", diz o líder cubano. "Mas ficar em silêncio seria para mim optar entre a idéia de uma tragédia mundial e um suposto benefício para o povo dessa grande nação", acrescenta Castro.

Com o título "O que se impõe imediatamente é uma revolução energética", a última "reflexão" de Castro publicada na imprensa cubana insiste no perigo da política dos Estados Unidos de apoiar o uso de alimentos para a produção de combustíveis como o etanol.

O líder cubano, que está convalescente há nove meses, não se refere a seu estado de saúde. Ele não confirma a informação dada recentemente pelo presidente boliviano, Evo Morales, de que retomaria neste 1º de maio o poder que delegou provisoriamente a seu irmão, Raúl, em 31 de julho de 2006.

28.out.2006/AP
Fidel aparece mais abatido em foto divulgada em 28 de outubro de 2006
Fidel aparece mais abatido em foto divulgada em 28 de outubro de 2006
Castro, de 80 anos, iniciou em março a publicação de uma série de "reflexões" sobre as conseqüências do uso de biocombustíveis elaborados a partir de alimentos, com críticas à estratégia dos presidentes George Bush, dos EUA, e Luiz Inácio Lula da Silva em defesa da produção de etanol.

O presidente cubano denuncia que "insaciável em sua demanda, o império quer que o mundo produza biocombustíveis para liberar os EUA, o maior consumidor mundial de energia, de qualquer dependência exterior em matéria de hidrocarbonetos".

O editorial insiste nos riscos para a população de países em vias de desenvolvimento de usar alimentos como o milho e a cana de açúcar para a produção de biocombustíveis.

"Se o capital americano e europeu financiar, Estados Unidos, Europa e os demais países industrializados economizariam mais de US$ 140 bilhões por ano, sem se preocupar com as conseqüências climáticas e a fome, que afetariam em primeiro lugar os países do Terceiro Mundo", adverte.

A "revolução energética" defendida por Castro inclui a troca do uso de lâmpadas incandescentes por fluorescentes --que consomem menos energia--e a reciclagem em massa de equipamentos elétricos.

Outro risco internacional, aponta, "é o de uma recessão econômica nos Estados Unidos", com a queda do valor do dólar.

"O dia 1º de maio é bom para levar estas reflexões aos trabalhadores e a todos os pobres do mundo, além do protesto contra algo também incrível e humilhante: a libertação de um monstro do terrorismo, no 46º Aniversário da Vitória Revolucionária de Playa Girón", conclui Castro.

O líder cubano se refere assim ao anticastrista Luis Posada Carriles, acusado de atos terroristas, como a explosão de um avião cubano com 73 passageiros a bordo, em 1976.

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