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01/05/2007 - 11h47

Irã descarta negociar com os EUA, mas não exclui debate

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da Efe, em Teerã

O vice-ministro de Relações Exteriores iraniano, Mehdi Mostafavi, descartou a possibilidade de negociações entre representantes dos EUA e do Irã na cúpula que começa amanhã em Sharm el Sheikh, no Egito, mas não excluiu a possibilidade de "um debate".

"As condições atuais não são as adequadas para negociar com os EUA. Eles têm que mostrar primeiro que não são nossos inimigos", disse Mostafavi em declarações divulgadas pela agência iraniana de notícias Isna.

"Os EUA têm que retirar suas condições e sua atitude de intimidação antes de pedir negociações conosco. Eles não podem simplesmente dizer que estão interessados em negociar e depois atuar contra nós", afirmou ainda o vice-ministro.

No entanto, ele acrescentou que, "certamente, podemos iniciar um debate" [com os EUA].

Amanhã, começa a cúpula de três dias que reunirá os ministros de Relações Exteriores dos países vizinhos ao Iraque, além de Egito, Bahrein, dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, da União Européia (UE), da Liga Árabe e da Conferência Islâmica.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta segunda-feira que, se a chefe da diplomacia americana, Condoleezza Rice, se reunir com o chanceler iraniano nesta semana no Egito, pedirá que Teerã interrompa seu programa de enriquecimento de urânio.

No domingo (29), Rice tinha afirmado que não descarta reunir-se com o ministro de Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, durante a cúpula sobre o Iraque.

Reunião

O vice-ministro iraniano mostrou seu desejo de que o Irã possa ter papel efetivo nesta conferência internacional, onde será discutida a situação no Iraque e que sentará na mesma mesa de negociações dos ministros de Exteriores dos EUA, Irã e Síria.

"A República Islâmica do Irã é um Estado mais próximo à região e ao Iraque que os EUA ou o Reino Unido, e quero que possa ter um papel efetivo para ajudar o Iraque em Sharm el Sheikh", disse.

Além disso, insistiu em que "a presença destes dois Estados no Iraque não pode ajudar na estabilidade e na segurança a esse Estado", e ressaltou que sua presença apenas piorará a situação, "como de fato já ocorreram".

Mostafavi insistiu em que "deveriam sair do Iraque, porque esse é o único caminho para que a segurança volte a esse país".

Violência

Nesta terça-feira, o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano, Ali Larijani, discutiu com a máxima autoridade xiita no Iraque, o aiatolá Ali Sistani, uma saída para o fim da escalada de violência sectária no Iraque.

A reunião aconteceu na cidade de Najaf, situada 170 quilômetros ao sul de Bagdá, considerada cidade sagrada para os xiitas. Em entrevista coletiva oferecida depois da reunião, Larijani voltou a acusar os Estados Unidos de introduzir o terrorismo no Iraque.

"O terrorismo no Iraque é o resultado da conduta equivocada dos EUA e de seus aliados", disse, acrescentando que "a República Islâmica do Irã apóia o processo político do Iraque desde seu início, e a América do Norte, os países vizinhos do Iraque e a ONU sabem disso".

Larijani, que chegou ao Iraque nesta segunda-feira em uma visita surpresa, reuniu-se antes com o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, com quem trocou opiniões sobre as medidas a serem tomadas para restaurar a estabilidade e a segurança no Iraque.

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