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05/05/2007 - 13h28

Franceses vão às urnas para escolher entre Sarkozy e Royal

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CATALINA GUERRERO
da Efe, em Paris

Cerca de 1 milhão de franceses dos territórios ultramarinos já começaram a votar hoje para escolher o próximo presidente da França, enquanto os outros irão às urnas amanhã decidir entre o conservador Nicolas Sarkozy e a socialista Ségolène Royal.

Os 5.000 eleitores do arquipélago de Saint-Pierre-et-Miquelon, a 25 quilômetros de Terracota, no Canadá, foram os primeiros a votar, às 10h (7h de Brasília).

Eles foram seguidos pelos moradores de Guiana, Martinica e Guadalupe, e depois pelos da Polinésia Francesa, assim como por todos os franceses que moram nas Américas e que estavam inscritos nos consulados.

Os votos deste eleitorado serão apurados no fechamento de seus respectivos colégios, mas os resultados só serão divulgados após as 18h (15h de Brasília) de domingo, com o fechamento das urnas nos 85 mil centros de votação na França, onde deverão comparecer os 44,5 milhões de eleitores inscritos este ano.

Nesta hora, surgirá nas telas de todas as televisões francesas a imagem do vencedor, de acordo com as estimativas. Apesar de Sarkozy aparecer como favorito nas pesquisas, a única certeza neste sábado, dia de reflexão na França, é que o sucessor de Jacques Chirac, de 74 anos, será um cinqüentão: Sarkozy tem 52 anos, e Royal, 53.

Os dois foram bem votados no primeiro turno, em 22 de abril: Sarkozy recebeu 31,18% dos votos, próximo do resultado de Valéry Giscard d'Estaing em 1974 (32,6%), e Royal, 25,87%, quase o mesmo que François Mitterrand em 1981 (25,85%).

Liderança

A diferença de cinco pontos percentuais entre Sarkozy e Royal aumentou para nove pontos nas últimas duas semanas, segundo as pesquisas mais favoráveis ao conservador, que lidera as enquetes desde que confirmou, em janeiro, que seria o candidato da União por um Movimento Popular (UMP) ao Palácio do Eliseu.

Porém, a equação da vitória depende de uma série de fatores: participação, os votos dos centristas e da extrema-direita e disciplina da extrema-esquerda.

Com 83,77%, a participação no primeiro turno foi a terceira maior da V República, após as de 1965 e 1974, e espera-se que seja ainda maior na segunda rodada, pois tradicionalmente aumenta na última etapa.

Centro

A segunda dúvida de domingo está em saber como os 18,57% dos votos recebidos em 22 de abril pelo centrista François Bayrou serão distribuídos.

O candidato derrotado não deu indicação de voto, mas disse que não votará em Sarkozy, sem dizer, no entanto, que votará em Royal, que passou a dirigir seu discurso ao eleitorado centrista.

Outra questão em aberto é se os eleitores do ultradireitista Jean-Marie Le Pen (10,44% dos votos) o obedecerão e se absterão, apesar de as pesquisas indicarem que a maioria votará em Sarkozy.

Por último, analistas dizem que querem ver a reação da extrema-esquerda amanhã-- que obteve 9% dos votos no primeiro turno--, pois é a primeira vez que seus líderes pedem votos a um candidato socialista.

Calmaria

Hoje, o sentimento na França é de calma antes da tempestade. A lei proíbe qualquer manifestação partidária. Mas, mesmo que não tão evidente, a agitação permanece, mais de um lado que do outro: a UMP de Sarkozy já prepara os palcos da vitória.

Sarkozy, que almoçou com o primeiro-ministro, Dominique de Villepin, em Matignon (sede do governo), fará sua declaração na Sala Gaveau, seja no interior --como na noite do primeiro turno-- ou no exterior, na rua da Boétie, caso a quantidade de eleitores supere a capacidade do local.

Não se descarta também que vá para a Praça da Concórdia --tradicional local de celebração da direita francesa-- ou aos Campos de Marte, aos pés da Torre Eiffel, onde será feita uma grande festa.

A equipe de Royal continua agindo discretamente sobre o local da celebração de sua eventual vitória, mas a esquerda costuma fazer esta comemoração na praça da Bastilha.

Independente de vitória ou derrota, Royal fará seu discurso da Casa da América Latina, no boulevard Saint-Germain de Paris, a dois passos do quartel de campanha e perto da sede do Partido Socialista (PS), na rua Solferino.

Mudanças

Os dois representam uma nova geração de mudança no cenário político francês, que desejam renovar as práticas, usos e costumes.

Reflexo disso é que a França escolherá entre um divorciado que se casou novamente e pai de três filhos de seus dois casamentos e uma mãe solteira com quatro filhos com seu companheiro e líder socialista, François Hollande.

O conservador deseja fazer reformas na França, principalmente econômicas, enquanto a socialista aposta em mudanças institucionais profundas que dêem um maior peso aos cidadãos na 6ª República.

Sarkozy quer "reabilitar o trabalho, o esforço, o mérito e o gosto pelo perigo", enquanto Royal, em seu "Pacto Presidencial", enfatiza educação, formação e inovação.

A primeira ação de quem for eleito será nomear um primeiro-ministro: no caso de Sarkozy, os mais cotados são seu conselheiro político François Fillon e os ministros de Coesão Social, Jean-Louis Borloo, e da Defesa, Michèle Alliot-Marie.

Já Royal pode escolher o ex-ministro da Economia Dominique Strauss-Kahn, o deputado Jean-Marc Ayrault e o presidente regional Michel Sapin, e chegou inclusive a ser cogitado o nome de François Bayrou, algo improvável.

Em nível de representatividade da França no exterior, a primeira responsabilidade do novo chefe de Estado será a cúpula do G8 em Heiligendamm (Alemanha, de 6 a 8 de junho) e o Conselho Europeu de Bruxelas, de 21 a 23 de junho.

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