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07/05/2007 - 08h42

Após ser eleito, Sarkozy planeja pacote de mudanças na França

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da Folha Online

Após ser eleito presidente da França, o conservador Nicolas Sarkozy, 52, enfrentará diversos desafios, como implementar o prometido pacote de mudanças econômicas e na área da segurança, além de alcançar o controle do Parlamento para as eleições de junho.

"O povo francês escolheu a mudança", disse ele a partidários durante o discurso de vitória.

Sarkozy, que é filho de imigrantes húngaros, derrotou a candidata socialista, Ségolène Royal, por 53% contra 47% na votação do segundo turno deste domingo, que teve a participação de 84% dos eleitores franceses, de acordo com resultados finais divulgados nesta segunda-feira.

Lionel Cironneau/AP
O presidente eleito, Nicolas Sarkozy, deixa hotel em Paris
O presidente eleito, Nicolas Sarkozy, deixa hotel em Paris
Durante a campanha, o conservador prometeu empreender a liberalização do mercado de trabalho, o aumento da jornada de 35 horas de trabalho semanais e a adoção de medidas mais duras contra o crime e no controle da imigração.

No entanto, implementar as mudanças prometidas não será tarefa fácil. Sarkozy deve enfrentar resistência dos sindicatos e uniões trabalhistas devido a seus planos de reforma, que tornarão mais fácil a contratação e a demissão por parte das empresas.

François Fillon, assessor de Sarkozy, disse à rádio francesa que o presidente eleito deve permanecer fora da vida pública e de Paris por alguns dias, durante os quais irá organizar sua estratégia de governo.

Ele deve tomar posse em 16 de maio, e o novo governo será instalado em 19 ou 20 de maio.

Sarkozy já planejou a agenda dos seus cem dias de governo e pretende apresentar propostas de grandes reformas ao Parlamento francês em julho.

Entre as propostas, estariam a isenção de impostos sobre as horas extras, para incentivar os franceses a trabalharem mais, punições mais severas a criminosos reincidentes e critérios mais rígidos para os imigrantes que querem trazer a família para a a França.

Violência

Na noite deste domingo, vários episódios de violência foram registrados na França após a eleição. Segundo a polícia, 270 pessoas foram detidas para questionamento e 367 veículos foram incendiados. Em uma típica noite na França, cerca de cem carros são queimados.

Eric Gaillard/Reuters
Policiais e manifestantes se confrontam em Paris após vitória de Sarkozy em eleição
Policiais e manifestantes se confrontam em Paris após vitória de Sarkozy em eleição
Em Paris, os primeiros distúrbios ocorreram na praça da Bastilha, local emblemático onde tradicionalmente a esquerda celebra suas vitórias, onde se reuniram cerca de 5.000 pessoas.

Na praça, centenas de jovens que gritavam palavras de ordem contra Sarkozy, atirando paralelepípedos e outros objetos contra os policiais, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo.

Paralelamente, centenas de manifestantes, em sua maioria jovens, se manifestavam sem incidentes na praça da República, procedentes da sede do Partido Socialista (PS), situado na outra margem do rio Sena.

Em Toulouse, no sul do país, cerca de 2.000 pessoas se reuniram para protestar contra a eleição de Sarkozy e, no centro da cidade, alguns manifestantes apedrejaram um escritório do partido do novo presidente, o UMP.

Em Lyon (centro este), onde cerca de 500 pessoas desfilaram em protesto ao futuro chefe de Estado, houve choques com a Polícia. Em Lille (norte) houve incidentes no centro, com alguns carros queimados e várias detenções.

Em Bordeaux, a manifestação de aproximadamente duas mil pessoas gerou enfrentamentos com a polícia. Um dos policiais foi gravemente ferido nos confrontos na cidade.

Discurso

Em seu discurso de vitória, Sarkozy, declarou neste domingo perante as 30 mil pessoas reunidas na Place de la Concorde, em Paris, que será o chefe de Estado de "todos os franceses" e não decepcionará aqueles que votaram nele.

"Serei o presidente da República de todos os franceses, sem exceção. (...) Não os trairei, não mentirei, não os decepcionarei", declarou o novo presidente a uma multidão que o aplaudia. Segundo Sarkozy, a vitória só tem sentido se for "a de um país inteiro".

"A França me deu tudo e chegou a hora de eu devolver o que ganhei", declarou. "Esta é a vitória da França e só existe uma França. Esta noite, apenas peço que sejam generosos, tolerantes e fraternos. Peço que estendam sua mão e mostrem a imagem de uma França unida, que não deixará ninguém no caminho", pediu.

"Vamos escrever uma nova página na história de nosso país. Sei a enorme responsabilidade que recai sobre meus ombros", assegurou, prometendo lutar sem trégua "pelo pleno emprego, o poder aquisitivo e a identidade da França", acrescentou.

Com Efe e Associated Press

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