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07/05/2007 - 19h35

Washington espera que Sarkozy recupere relações entre França e EUA

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da France Presse, em Washington

O governo americano de George W. Bush conta com o presidente eleito da França, Nicolas Sarkozy, para restabelecer uma relação privilegiada entre os EUA e os franceses, que piorou após a firme oposição do atual presidente, Jacques Chirac, à guerra no Iraque.

Bush foi um dos primeiros a parabenizar Sarkozy no domingo por sua vitória na eleição presidencial francesa. A imprensa americana concedeu a ele nesta segunda-feira a primeira página, celebrando o fato de que se declara amigo dos EUA.

"Um presidente pró-americano foi eleito na França", afirmava o jornal nacional "USA Today", enquanto que outras publicações destacavam que Sarkozy se definiu, em seu primeiro discurso após o anúncio dos resultados, como amigo dos Estados Unidos, apesar de ter advertido Washington sobre riscos da mudança climática.

"Adeus, Jacques Chirac, e bem-vindo o novo presidente francês, amigo dos americanos, que se identifica com o sonho americano e afirma alegremente que os franceses amam hambúrgueres, Madonna e Miami Vice", escreveu o conservador "Washington Times".

Para o "Wall Street Journal", Sarkozy "pode fazer história e dar à França um novo papel no mundo".

Casa Branca

A Casa Branca comemorou nesta segunda-feira a chegada de Sarkozy ao palácio presidencial do Eliseu. "Sabemos que haverá temas em que discordaremos, mas, por outro lado, haverá oportunidades reais de trabalho conjunto sobre um amplo espectro de questões", declarou o porta-voz da presidência americana, Tony Snow.

O porta-voz enfatizou que Bush se reunirá com Sarkozy durante a cúpula de países desenvolvidos na Alemanha no começo de junho. "Eles terão a oportunidade de começar a trabalhar juntos", acrescentou.

Segundo analistas, a diplomacia francesa mudará mais de estilo do que de política. "Não há dúvida de que a lembrança do confronto com Jacques Chirac continuou marcando a relação franco-americana num nível pessoal", comentou Simon Serfaty, do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS).

"Sarkozy tem, em relação a muitos assuntos, uma atitude que permite um novo começo", falou o especialista em relações franco-americanas, ressaltando que o presidente eleito da França "é menos conhecedor de assuntos geopolíticos", mas é "muito mais pragmático" que seu antecessor, Jacques Chirac.

Entretanto, segundo Serfaty, isso não significa que a diplomacia francesa vá mudar por completo, especialmente quanto ao Oriente Médio. Não haverá "mudanças radicais, não há motivo para esperá-las", disse.

Política externa

A opinião de Serfaty é compartilhada por Michael Moran, do Conselho de Relações Internacionais (CFR), para quem a política externa esteve em segundo lugar na campanha eleitoral do presidente eleito.

"À medida que a campanha eleitoral avançava, Sarkozy se distanciou prudentemente de Washington, dizendo que jamais se submeteria (aos Estados Unidos) e reafirmando sua oposição à guerra no Iraque", acrescentou Michael Moran.

Desde o anúncio dos resultados, Sarkozy declarou que os "amigos americanos" da França "podem contar" com sua amizade e que a França estaria "sempre ao seu lado quando precisassem".

Mas ele também cobrou de Washington "entrar de cabeça na luta" para proteger o meio ambiente, "porque o que está em jogo é o destino da humanidade".

O porta-voz do departamento de Estado, Sean McCormack, se absteve de fazer qualquer prognóstico de mudança na diplomacia francesa.

"São ele e seu governo que decidem que política aplicar". E quando decidirem, afirmou McCormack, "veremos".

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