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21/05/2007
-
11h54
da Folha Online
Tropas libanesas atacaram com tanques e artilharia o campo de refugiados palestinos de Nahr al Bared, em Trípoli (norte do país), nesta segunda-feira, no segundo dia consecutivo de confrontos, os piores desde 1990, quando a Guerra Civil (1975-1990) chegou ao fim.
Anteriormente, fontes médicas palestinas citadas pela France Presse relataram oito mortes de civis nesta segunda-feira. O número de mortes não pode ser confirmado oficialmente.
Segundo a agência de notícias Associated Press, cerca de 50 pessoas --entre soldados e integrantes do grupo radical islâmico Fatah al Islam-- já morreram desde domingo nos conflitos, sem especificar o número de mortes entre civis. Já a agência Reuters contabiliza o total de mortos em 65 --27 soldados, 15 rebeldes e 23 civis.
De acordo com a agência Efe, que cita a imprensa local, os mortos somam 55 --30 militares e 25 integrantes do Fatah al Islam, também sem especificar os civis.
Após o ataque do Exército libanês, uma coluna de fumaça cobriu a área do campo de refugiados. O novo episódio de violência eclodiu depois que foi estabelecido um cessar-fogo para retirar feridos e levar medicamentos à região, segundo a rede de TV Al Jazeera [Qatar].
A violência entre tropas libanesas e membros do Fatah al Islam não tem precedentes no campo de refugiados, onde vivem milhares de palestinos, e onde o Exército não pode entrar.
Tanques cercaram Nahr al Bared, onde vivem cerca de 40 mil refugiados no norte de Líbano, enquanto membros do Fatah al Islam, que é acusado de ligação com a rede terrorista Al Qaeda, lançavam granadas e disparavam com armas automáticas, segundo testemunhas.
A facção sunita, que surgiu em 2006, conta apenas com centenas de integrantes, mas aparentemente é bem armada, organizada e motivada.
A violência aponta a fragilidade da segurança no Líbano, ameaçada por tensões políticas e sectárias desde a guerra entre Israel e a milícia xiita Hizbollah, em julho do ano passado.
O governo libanês deve se reunir nesta segunda-feira para discutir a crise na segurança.
Ameaças
Um porta-voz do Fatah al Islam, Abu Salim, alertou que caso o Exército não cesse os ataques, membros do grupo poderão lançar foguetes e realizar ataques com artilharia, levando os confrontos para "outras regiões fora de Trípoli".
"É uma batalha de vida ou morte. O objetivo [do Exército] é destruir o Fatah al Islam. Nós responderemos, e sabemos como fazer isso", disse Salim à Associated Press.
O grupo radical nega manter relações com a rede Al Qaeda. Em coletiva de imprensa em março último, o líder do grupo, Shakir al Absi, negou que a organização envie combatentes ao Iraque. "Lutar em nossa terra natal [territórios palestinos] é mais importante", afirmou.
"Não temos conexão com nenhum regime ou organização. Nossa conexão é com o lema 'Não há outro deus senão deus' [slogan do islã]. Nós viemos para anunciar isto no céu de Jerusalém", afirmou Al Absi na ocasião.
No entanto, no passado, foram apontadas ligações entre Al Absi e Abu Musab al Zarqawi, líder da rede Al Qaeda no Iraque morto em um bombardeio dos EUA em junho de 2006.
Al Absi foi condenado à morte em revelia na Jordânia, ao lado de Al Zarqawi, pelo assassinato de um diplomata americano em Amã, ocorrido em 2002.
Explosão
Neste domingo, uma explosão no bairro cristão de Ashrafieh matou uma mulher e feriu outras dez pessoas. Não ficou claro se a explosão teve ligação com os confrontos no norte do país.
Quatro membros do Fatah al Islam foram responsabilizados por explosões no início deste ano. A bomba explodiu dentro de um carro estacionado na entrada de um shopping center.
Fontes políticas ligadas ao primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, afirmaram que os explosivos usados eram similares aos utilizados em outros bairros cristãos desde o assassinato do premiê libanês Rafik al Hariri em 2005.
O Conselho de Segurança (CS) da ONU estuda a aprovação de uma resolução que prevê o estabelecimento de um tribunal internacional para o julgamento dos suspeitos pelo crime.
Segundo as fontes, a explosão visa criar instabilidade no Líbano antes da decisão do CS.
Com Reuters, Associated Press e France Presse
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Exército ataca campo de refugiados palestinos no norte do Líbano
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Tropas libanesas atacaram com tanques e artilharia o campo de refugiados palestinos de Nahr al Bared, em Trípoli (norte do país), nesta segunda-feira, no segundo dia consecutivo de confrontos, os piores desde 1990, quando a Guerra Civil (1975-1990) chegou ao fim.
Anteriormente, fontes médicas palestinas citadas pela France Presse relataram oito mortes de civis nesta segunda-feira. O número de mortes não pode ser confirmado oficialmente.
Segundo a agência de notícias Associated Press, cerca de 50 pessoas --entre soldados e integrantes do grupo radical islâmico Fatah al Islam-- já morreram desde domingo nos conflitos, sem especificar o número de mortes entre civis. Já a agência Reuters contabiliza o total de mortos em 65 --27 soldados, 15 rebeldes e 23 civis.
Mohamed Azakir/Reuters |
Coluna de fumaça cobre campo de refugiados palestinos após ataque do Exército libanês |
Após o ataque do Exército libanês, uma coluna de fumaça cobriu a área do campo de refugiados. O novo episódio de violência eclodiu depois que foi estabelecido um cessar-fogo para retirar feridos e levar medicamentos à região, segundo a rede de TV Al Jazeera [Qatar].
A violência entre tropas libanesas e membros do Fatah al Islam não tem precedentes no campo de refugiados, onde vivem milhares de palestinos, e onde o Exército não pode entrar.
Tanques cercaram Nahr al Bared, onde vivem cerca de 40 mil refugiados no norte de Líbano, enquanto membros do Fatah al Islam, que é acusado de ligação com a rede terrorista Al Qaeda, lançavam granadas e disparavam com armas automáticas, segundo testemunhas.
A facção sunita, que surgiu em 2006, conta apenas com centenas de integrantes, mas aparentemente é bem armada, organizada e motivada.
A violência aponta a fragilidade da segurança no Líbano, ameaçada por tensões políticas e sectárias desde a guerra entre Israel e a milícia xiita Hizbollah, em julho do ano passado.
O governo libanês deve se reunir nesta segunda-feira para discutir a crise na segurança.
Ameaças
Um porta-voz do Fatah al Islam, Abu Salim, alertou que caso o Exército não cesse os ataques, membros do grupo poderão lançar foguetes e realizar ataques com artilharia, levando os confrontos para "outras regiões fora de Trípoli".
Mohamed Azakir/Reuters |
Soldados libaneses correm durante confrontos com grupo radical Fatah al Islam no norte |
O grupo radical nega manter relações com a rede Al Qaeda. Em coletiva de imprensa em março último, o líder do grupo, Shakir al Absi, negou que a organização envie combatentes ao Iraque. "Lutar em nossa terra natal [territórios palestinos] é mais importante", afirmou.
"Não temos conexão com nenhum regime ou organização. Nossa conexão é com o lema 'Não há outro deus senão deus' [slogan do islã]. Nós viemos para anunciar isto no céu de Jerusalém", afirmou Al Absi na ocasião.
No entanto, no passado, foram apontadas ligações entre Al Absi e Abu Musab al Zarqawi, líder da rede Al Qaeda no Iraque morto em um bombardeio dos EUA em junho de 2006.
Al Absi foi condenado à morte em revelia na Jordânia, ao lado de Al Zarqawi, pelo assassinato de um diplomata americano em Amã, ocorrido em 2002.
Explosão
Neste domingo, uma explosão no bairro cristão de Ashrafieh matou uma mulher e feriu outras dez pessoas. Não ficou claro se a explosão teve ligação com os confrontos no norte do país.
Quatro membros do Fatah al Islam foram responsabilizados por explosões no início deste ano. A bomba explodiu dentro de um carro estacionado na entrada de um shopping center.
Fontes políticas ligadas ao primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, afirmaram que os explosivos usados eram similares aos utilizados em outros bairros cristãos desde o assassinato do premiê libanês Rafik al Hariri em 2005.
O Conselho de Segurança (CS) da ONU estuda a aprovação de uma resolução que prevê o estabelecimento de um tribunal internacional para o julgamento dos suspeitos pelo crime.
Segundo as fontes, a explosão visa criar instabilidade no Líbano antes da decisão do CS.
Com Reuters, Associated Press e France Presse
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