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21/05/2007 - 13h04

Síria nega ligação com grupo radical islâmico no Líbano

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da Folha Online

A Síria rejeitou nesta segunda-feira as acusações feitas pelo Líbano de que Damasco mantém ligações com membros do grupo extremista Fatah al Islam, que se confronta com o Exército libanês em Trípoli, no norte do país, há dois dias.

Tropas libanesas invadiram com tanques e atacaram com artilharia o campo de refugiados palestinos de Nahr al Bared, em Trípoli (norte do país), nesta segunda-feira, no segundo dia consecutivo de confrontos, os piores desde 1990, quando a Guerra Civil (1975-1990) chegou ao fim. O objetivo da ação seria deter integrantes do Fatah al Islam.

Mohamed Azakir/Reuters
Coluna de fumaça cobre campo de refugiados palestinos após ataque do Exército libanês
Coluna de fumaça cobre campo de refugiados palestinos após ataque do Exército libanês
"Nossas forças [sírias] tentam prendê-los, até mesmo por meio da Interpol", disse o ministro de Relações Exteriores sírio, Walid al Moualem, durante um discurso na Universidade de Damasco. "Nós rejeitamos esta organização. Ela não serve à causa palestina", afirmou.

O Líbano acusa o Fatah al Islam de ser utilizado pela Síria para criar instabilidade no Líbano, em um esforço para impedir que o Conselho de Segurança (CS) da ONU estabeleça uma corte internacional para julgar os suspeitos pela morte do premiê libanês Rafik al Hariri.

O grupo Fatah al Islam foi formado em novembro de 2006, depois de se separar do Fatah al Intifada, um grupo palestino apoiado pela Síria.

Em suas declarações, Moualem também disse que o tribunal da ONU a respeito da morte de Al Hariri de estar sob controle dos Estados Unidos, e que ele pode trazer ainda mais instabilidade ao Líbano. "O povo sírio tem que entender que este tribunal é uma das armas dos Estados Unidos para atacar a Síria a região. É por isso que nós não o aceitamos", disse.

"Será que a pressa para estabelecer o tribunal trará segurança es estabilidade ao Líbano ou ameaçará o país?", questionou Moualem durante o discurso em Damasco.

Uma investigação da ONU aponta que autoridades libanesas e sírias teriam ligação com o assassinato de Al Hariri, morto em uma explosão em Beirute em 2005. A Síria nega envolvimento, mas se recusa a cooperar com a corte caso oficiais sírios sejam indiciados.

A morte de Al Hariri gerou protestos em todo o Líbano e pressão internacional que forçou a Síria a retirar suas tropas do país, após 29 anos de ocupação militar.

Confrontos

Tanques cercaram Nahr al Bared, onde vivem cerca de 40 mil refugiados no norte de Líbano, enquanto membros do Fatah al Islam, que é acusado de ligação com a rede terrorista Al Qaeda, lançavam granadas e disparavam com armas automáticas, segundo testemunhas.

A violência entre tropas libanesas e membros do Fatah al Islam não tem precedentes no campo de refugiados, onde vivem milhares de palestinos, e onde o Exército não pode entrar.

Após o ataque do Exército libanês, uma coluna de fumaça cobriu a área do campo de refugiados. O novo episódio de violência eclodiu depois que foi estabelecido um cessar-fogo para retirar feridos e levar medicamentos à região, segundo a rede de TV Al Jazeera [Qatar].

Segundo a agência de notícias Associated Press, cerca de 50 pessoas --entre soldados e integrantes do grupo radical islâmico Fatah al Islam-- já morreram desde domingo nos conflitos, sem especificar o número de mortes entre civis. Já a agência Reuters contabiliza o total de mortos em 65 --27 soldados, 15 rebeldes e 23 civis.

De acordo com a agência Efe, que cita a imprensa local, os mortos somam 55 --30 militares e 25 integrantes do Fatah al Islam, também sem especificar os civis.

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