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22/05/2007
-
10h53
da Folha Online
A Promotoria britânica acusou nesta terça-feira o ex-agente da KGB [antigo serviço secreto russo] Andrei Lugovoi pela morte do espião russo Alexander Litvinenko, 43, e pediu que a Rússia o extradite para o Reino Unido. Autoridades russas negaram imediatamente o pedido.
Lugovoi, que nega envolvimento com a morte de Litvinenko --que também foi agente da KGB-- encontrou-se com o espião em um hotel em Londres horas antes de ele passar mal, após ser envenenado com polônio 210, substância rara e altamente radioativa.
Em uma carta póstuma, Litvinenko acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de estar por trás de sua morte. O governo russo nega envolvimento com o crime.
A ministra de Relações Exteriores, Margaret Beckett, informou que fez um apelo ao embaixador russo em Londres, Yuri Fedotov, e que espera a "plena cooperação" da Rússia para que Lugovoi possa ser julgado em Londres.
No entanto, a procuradoria-geral da Rússia afirmou que não extraditará Lugovoi. "De acordo com a lei russa, cidadãos russos não podem ser entregues a outros Estados", afirmou a porta-voz Marina Gridneva à NTV.
A polêmica em torno da extradição deve prejudicar as já tensas relações entre Rússia e Reino Unido. O Kremlin desaprova o fato de o Reino Unido ter dado abrigo ao bilionário Boris Berezovsky, que era influente durante o governo de Boris Ieltsin. Depois que Putin tomou posse, ele fugiu para o Reino Unido para evitar uma investigação por lavagem de dinheiro.
Berezovsky afirmou que as acusações contra "apontam diretamente contra o Kremlin", porque uma ação "tão audaciosa e complicada" não seria possível sem o apoio do Estado.
"Estou 100% certo de que o governo britânico entende a importância deste caso", disse ele.
Rastro de radiação
Após o envenenamento, investigadores identificaram um rastro de radiação em Londres que levou a sete edifícios, que tiveram de ser cercados. Alguns vôos da companhia British Airways foram cancelados devido ao receio de que eles pudessem estar contaminados.
Testes realizados em um total de 17 pessoas apontaram resultados positivos para a presença de polônio 210, mas autoridades afirmaram à época que o risco para a saúde era pequeno.
A viúva de Litvinenko, Marina, disse estar "feliz com o trabalho da Scotland Yard". Ela disse esperar que Lugovoi seja trazido ao Reino Unido para ser julgado, e para que a "Justiça seja feita" para seu filho de 11 anos, Anatoly.
"Tenho certeza de que [o julgamento] será em Londres, e não na Rússia. Tudo aconteceu aqui", afirmou ela.
Com Efe e Associated Press
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Reino Unido
Leia o que já foi publicado sobre Alexander Litvinenko
Leia o que já foi publicado sobre a KGB
Reino Unido acusa ex-agente da KGB por morte de espião russo
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A Promotoria britânica acusou nesta terça-feira o ex-agente da KGB [antigo serviço secreto russo] Andrei Lugovoi pela morte do espião russo Alexander Litvinenko, 43, e pediu que a Rússia o extradite para o Reino Unido. Autoridades russas negaram imediatamente o pedido.
Lugovoi, que nega envolvimento com a morte de Litvinenko --que também foi agente da KGB-- encontrou-se com o espião em um hotel em Londres horas antes de ele passar mal, após ser envenenado com polônio 210, substância rara e altamente radioativa.
Alistair Fuller/AP |
O ex-espião Alexander Litvinenko, morto em Londres em 2006 |
A ministra de Relações Exteriores, Margaret Beckett, informou que fez um apelo ao embaixador russo em Londres, Yuri Fedotov, e que espera a "plena cooperação" da Rússia para que Lugovoi possa ser julgado em Londres.
No entanto, a procuradoria-geral da Rússia afirmou que não extraditará Lugovoi. "De acordo com a lei russa, cidadãos russos não podem ser entregues a outros Estados", afirmou a porta-voz Marina Gridneva à NTV.
A polêmica em torno da extradição deve prejudicar as já tensas relações entre Rússia e Reino Unido. O Kremlin desaprova o fato de o Reino Unido ter dado abrigo ao bilionário Boris Berezovsky, que era influente durante o governo de Boris Ieltsin. Depois que Putin tomou posse, ele fugiu para o Reino Unido para evitar uma investigação por lavagem de dinheiro.
Berezovsky afirmou que as acusações contra "apontam diretamente contra o Kremlin", porque uma ação "tão audaciosa e complicada" não seria possível sem o apoio do Estado.
"Estou 100% certo de que o governo britânico entende a importância deste caso", disse ele.
Rastro de radiação
Após o envenenamento, investigadores identificaram um rastro de radiação em Londres que levou a sete edifícios, que tiveram de ser cercados. Alguns vôos da companhia British Airways foram cancelados devido ao receio de que eles pudessem estar contaminados.
Alexander Zemlianichenko/AP |
O ex-agente da KGB Andrei Lugovoi, acusado do crime |
A viúva de Litvinenko, Marina, disse estar "feliz com o trabalho da Scotland Yard". Ela disse esperar que Lugovoi seja trazido ao Reino Unido para ser julgado, e para que a "Justiça seja feita" para seu filho de 11 anos, Anatoly.
"Tenho certeza de que [o julgamento] será em Londres, e não na Rússia. Tudo aconteceu aqui", afirmou ela.
Com Efe e Associated Press
Especial
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