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23/05/2007
-
12h34
da Folha Online
Autoridades britânicas preparam-se para pedir a extradição do ex-agente da KGB Andrei Lugovoi, acusado pelo assassinato do ex-espião russo Alexander Litvinenko, 43, morto em Londres em 2006 após ser contaminado com radiação.
"Um pedido de extradição está sendo preparado e será encaminhado ao governo russo pela Embaixada britânica em Moscou", disse um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores.
O procurador-geral adjunto da Rússia, Sabir Kejlerov, afirmou hoje que espera a documentação da Justiça britânica. "O Reino Unido, se considerar necessário ou se acreditar que está demonstrada a culpa de um cidadão russo, deve enviar os materiais do caso", disse ele, citado pela agência de notícias Interfax.
No entanto, ontem, a procuradoria-geral da Rússia já havia afirmado que não extraditará Lugovoi. "De acordo com a lei russa, cidadãos russos não podem ser entregues a outros Estados", afirmou a porta-voz Marina Gridneva à NTV.
O ex-agente da KGB, que nega envolvimento com o crime, encontrou-se com Litvinenko em um hotel em Londres horas antes de ele passar mal, após ser envenenado com polônio 210, substância rara e altamente radioativa.
Em uma carta póstuma, Litvinenko acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de estar por trás de sua morte. O governo russo nega envolvimento com o crime.
A polêmica em torno da extradição deve prejudicar as já tensas relações entre Rússia e Reino Unido. O Kremlin desaprova o fato de o Reino Unido ter dado abrigo ao bilionário Boris Berezovsky, que era influente durante o governo de Boris Ieltsin. Depois que Putin tomou posse, ele fugiu para o Reino Unido para evitar uma investigação por lavagem de dinheiro.
Risco de morte
Hoje, Berezovsky afirmou que a vida de Lugovoi pode "correr perigo" na Rússia, agora que ele foi acusado pelo assassinato de Litvinenko.
Ontem, ele afirmou que as acusações "apontam diretamente contra o Kremlin", porque uma ação "tão audaciosa e complicada" não seria possível sem o apoio do Estado.
"Estou 100% certo de que o governo britânico entende a importância deste caso", disse ele.
"É impossível produzir e transportar polônio sem apoio estatal. Não pode acontecer sem participação pessoal de Putin. Foi isso que Alexander me disse no hospital", disse ele hoje.
"Por isso, Lugovoi nunca será extraditado ao Reino Unido. Mas acho que a vida dele está em perigo, porque é a forma totalmente típica da KGB de resolver o problema: matar a testemunha", opinou o empresário.
Rastro de radiação
Após o envenenamento do ex-espião, no final do ano passado. investigadores identificaram um rastro de radiação em Londres que levou a sete edifícios, que tiveram de ser cercados.
Alguns vôos da companhia British Airways foram cancelados devido ao receio de que eles pudessem estar contaminados.
Testes realizados em um total de 17 pessoas apontaram resultados positivos para a presença de polônio 210, mas autoridades afirmaram à época que o risco para a saúde era pequeno.
A viúva de Litvinenko, Marina, disse nesta terça-feira estar "feliz com o trabalho da Scotland Yard". Ela disse esperar que Lugovoi seja trazido ao Reino Unido para ser julgado, e para que a "Justiça seja feita" para seu filho de 11 anos, Anatoly. "Tenho certeza de que [o julgamento] será em Londres, e não na Rússia. Tudo aconteceu aqui", afirmou ela.
Com Efe e Associated Press
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Autoridades britânicas preparam-se para pedir a extradição do ex-agente da KGB Andrei Lugovoi, acusado pelo assassinato do ex-espião russo Alexander Litvinenko, 43, morto em Londres em 2006 após ser contaminado com radiação.
10.mai.2002/AP |
O ex-espião Alexander Litvinenko, morto em Londres em 2006 |
O procurador-geral adjunto da Rússia, Sabir Kejlerov, afirmou hoje que espera a documentação da Justiça britânica. "O Reino Unido, se considerar necessário ou se acreditar que está demonstrada a culpa de um cidadão russo, deve enviar os materiais do caso", disse ele, citado pela agência de notícias Interfax.
No entanto, ontem, a procuradoria-geral da Rússia já havia afirmado que não extraditará Lugovoi. "De acordo com a lei russa, cidadãos russos não podem ser entregues a outros Estados", afirmou a porta-voz Marina Gridneva à NTV.
O ex-agente da KGB, que nega envolvimento com o crime, encontrou-se com Litvinenko em um hotel em Londres horas antes de ele passar mal, após ser envenenado com polônio 210, substância rara e altamente radioativa.
Em uma carta póstuma, Litvinenko acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de estar por trás de sua morte. O governo russo nega envolvimento com o crime.
A polêmica em torno da extradição deve prejudicar as já tensas relações entre Rússia e Reino Unido. O Kremlin desaprova o fato de o Reino Unido ter dado abrigo ao bilionário Boris Berezovsky, que era influente durante o governo de Boris Ieltsin. Depois que Putin tomou posse, ele fugiu para o Reino Unido para evitar uma investigação por lavagem de dinheiro.
Risco de morte
Hoje, Berezovsky afirmou que a vida de Lugovoi pode "correr perigo" na Rússia, agora que ele foi acusado pelo assassinato de Litvinenko.
24.nov.2006/AP |
O ex-agente da KGB Andrei Lugovoi, acusado do crime |
"Estou 100% certo de que o governo britânico entende a importância deste caso", disse ele.
"É impossível produzir e transportar polônio sem apoio estatal. Não pode acontecer sem participação pessoal de Putin. Foi isso que Alexander me disse no hospital", disse ele hoje.
"Por isso, Lugovoi nunca será extraditado ao Reino Unido. Mas acho que a vida dele está em perigo, porque é a forma totalmente típica da KGB de resolver o problema: matar a testemunha", opinou o empresário.
Rastro de radiação
Após o envenenamento do ex-espião, no final do ano passado. investigadores identificaram um rastro de radiação em Londres que levou a sete edifícios, que tiveram de ser cercados.
Alguns vôos da companhia British Airways foram cancelados devido ao receio de que eles pudessem estar contaminados.
Testes realizados em um total de 17 pessoas apontaram resultados positivos para a presença de polônio 210, mas autoridades afirmaram à época que o risco para a saúde era pequeno.
A viúva de Litvinenko, Marina, disse nesta terça-feira estar "feliz com o trabalho da Scotland Yard". Ela disse esperar que Lugovoi seja trazido ao Reino Unido para ser julgado, e para que a "Justiça seja feita" para seu filho de 11 anos, Anatoly. "Tenho certeza de que [o julgamento] será em Londres, e não na Rússia. Tudo aconteceu aqui", afirmou ela.
Com Efe e Associated Press
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