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Coréia do Norte lança mísseis; Japão e EUA minimizam ação
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da Folha Online
Ainda sem cumprir os acordos sobre o desmantelamento de seu programa nuclear, a Coréia do Norte lançou nesta sexta-feira vários mísseis de curto alcance. Apesar do ato, os Estados Unidos expressou otimismo quanto a uma nova rodada de negociações nucleares com Pyongyang, e o Japão minimizou a importância dos mísseis.
"Não considero isso uma ameaça grave à segurança do Japão", afirmou o premiê japonês, Shinzo Abe, acrescentando que gostaria que a Coréia do Norte voltasse para a mesa de negociações com seis países sobre seu programa nuclear. Os países que tentam convencer Pyongyang a cumprir os acordos são, além do Japão e da própria Coréia do Norte, a Coréia do Sul, a China, os Estados Unidos e a Rússia.
O serviço de inteligência da Coréia do Sul informou que o lançamento de mísseis pelo vizinho do norte faz parte de um treinamento militar anual. Segundo a agência Associated Press, ao menos alguns dos mísseis foram lançados da costa leste da Coréia do Norte em direção ao mar do Japão.
O secretário de Estado assistente dos EUA, Christopher Hill, principal negociador da questão norte-coreana, disse que o lançamento de mísseis não é incomum. "Eles já fizeram isso antes", lembrou.
De acordo com um acordo firmado em fevereiro, Pyongyang concordou em começar a desmantelar seu programa de armas nucleares, mas exigiu o descongelamentos de fundos de cerca de US$ 25 milhões em um banco de Macau. Os EUA congelou os fundos por suspeitar de lavagem de dinheiro.
Os EUA prometeram descongelar o dinheiro, mas ele ainda não chegou à Coréia do Norte, que permanece reticente quanto a fechar seu reator nuclear de Yongbyon.
Negociações
Hill afirmou que o lançamento dos mísseis não irá afetar as negociações entre seis partes. Toshimitsu Shigemura, professor da Universidade Waseda, disse à TV japonesa Nippon que a Coréia do Norte só queria chamar a atenção e por isso lançou mísseis de curto alcance.
19.jan.2007/AP |
Christopher Hill, negociador dos EUA, discute desmantelamento nuclear de Pyongyang |
"Se eles foram lançados em direção ao mar do Japão, pode ser um sinal de que estão insatisfeitos com o atraso na transferência dos fundos", completou. A Waseda é uma universidade japonesa que possui centros de pesquisa em vários países, como China, França e Alemanha.
Mais cedo nesta sexta-feira, Hill disse que Washington tem grandes esperanças de que a Coréia do Norte feche suas instalações nucleares ainda neste mês, depois de receber os fundos de Macau.
"Acredito que a Coréia do Norte está sinalizando, privada e publicamente, que assim que o problema do banco for resolvido, eles implementarão rapidamente sua parte do acordo", disse o americano.
Críticas
Os EUA abandonaram nos últimos dias as críticas mais duras à Coréia do Norte, o que, segundo especialistas, deixa o lançamento de mísseis de hoje fora de contexto.
No início deste mês, no entanto, o presidente americano, George W. Bush, e Shinzo Abe criticaram o fato de a Coréia do Norte não ter cumprido sua promessa de começar a desmantelar seu programa de armas nucleares.
Bush e Abe conversaram por telefone sobre a situação norte-coreana e "concordaram que é lamentável que a Coréia do Norte não tenha cumprido ainda seu compromisso sob o acordo de 13 de fevereiro", disse a jornalistas o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow.
Abe, que deu o telefonema, advertiu que o Japão "não será paciente para sempre" e que "se a Coréia do Norte não cumprir o que prometeu, temos de pensar em uma variedade de opções". No final de abril, Bush havia afirmado que sua "paciência tem limite".
Com Reuters e Associated Press
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