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23/10/2000
-
11h52
da France Presse
em Washington
Um norte-americano em cada dois não vota mais, péssimo exemplo entre as grandes democracias, embora este ano a Presidência do país dependa dos indecisos que vão comparecer às urnas.
Os analistas, que citam várias razões para esta indiferença na hora de votar -desinteresse dos jovens, papel negativo da televisão, prosperidade econômica, pouca diferença entre os programas, não ser feriado no dia das eleições de 7 de novembro etc.-, se preocupam com essa apatia.
"Os abstencionistas são a vergonha de nosso país", escreveu na última quarta-feira (16) o jornal "The New York Times", que propõe dois possíveis remédios nos Estados Unidos: a votação obrigatória ou uma insígnia que diga"votei", para ter direito a entrar nos bares.
Mais seriamente, o jornal "Christian Science Monitor" estima que esta falta de civismo mostra uma contradição: os norte-americanos "gostam de ser considerados coletivamente como o farol da democracia no mundo".
Mas quando se trata do privilégio elementar, a votação, o modelo norte-americano de conduta é na base do "façam o que eu digo, não façam que eu faço".
O jornal assinala que na Itália, 86,7% dos eleitores votaram nas duas últimas eleições nacionais, com 49% nos Estados Unidos e 37% na Suíça, um país em que se multiplicam as consultas públicas.
Em 1960, 63% dos norte-americanos em idade de votar compareceram às urnas, quando John Kennedy derrotou Richard Nixon, mas somente 49% quando Bill Clinton esmagou Bob Dole em 1996.
Por isso, Clinton foi eleito por apenas 24,1% da população adulta.
As causas desta queda da participação eleitoral, muito mais forte que em outros países, são complexas, diz o jornal "The Washington Post", que considera possível que os norte-americanos não acreditam mais em seus líderes e em seu sistema político' bipartidário.
Este cinismo pode ter sua origem em uma dúvida quando à independência dos candidatos, devido ao crescente peso do dinheiro privado no financiamento eleitoral.
Os cidadãos, além disso, não estão suficientemente informados: os canais de televisão difundem publicidade política paga, geralmente esquemática, e favorecem a política-espetáculo. Mas não são obrigados a transmitir os debates, cuja audiência caiu em picada: 80 milhões de telespectadores para o cara-a-cara Carter-Reagan em 1980 e somente 37,7 milhões para o último debate Gore-Bush, na terça-feira (17).
Por último, e talvez seja o mais importante, " crescimento econômico, a ausência de crise externa importante (exceção no Oriente Médio) e de temas internos determinantes significam que as pessoas encontram poucas razões para vota", estima Ronald Walters, professor da universidade de Maryland.
"É uma eleição muito disputada e se poderia pensar que haverá uma participação mais forte. Mas não é nada seguro."
"Se os mobilizadores como Jesse Jackson fizerem seu trabalho, muitos mais negros e latinos, mais numerosos que em 1996, poderão comparecer às urnas em massa" dado mais possibilidades aos democratas de vitória, adianta.
Para combater a abstenção, uma lei chamada "motor vote" ("eleitor motorizado") facilitou a inscrição, assim como o voto por correspondência.
Leia mais no especial Eleições nos EUA.
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Um em cada dois norte-americanos não vota, segundo imprensa
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em Washington
Um norte-americano em cada dois não vota mais, péssimo exemplo entre as grandes democracias, embora este ano a Presidência do país dependa dos indecisos que vão comparecer às urnas.
Os analistas, que citam várias razões para esta indiferença na hora de votar -desinteresse dos jovens, papel negativo da televisão, prosperidade econômica, pouca diferença entre os programas, não ser feriado no dia das eleições de 7 de novembro etc.-, se preocupam com essa apatia.
"Os abstencionistas são a vergonha de nosso país", escreveu na última quarta-feira (16) o jornal "The New York Times", que propõe dois possíveis remédios nos Estados Unidos: a votação obrigatória ou uma insígnia que diga"votei", para ter direito a entrar nos bares.
Mais seriamente, o jornal "Christian Science Monitor" estima que esta falta de civismo mostra uma contradição: os norte-americanos "gostam de ser considerados coletivamente como o farol da democracia no mundo".
Mas quando se trata do privilégio elementar, a votação, o modelo norte-americano de conduta é na base do "façam o que eu digo, não façam que eu faço".
O jornal assinala que na Itália, 86,7% dos eleitores votaram nas duas últimas eleições nacionais, com 49% nos Estados Unidos e 37% na Suíça, um país em que se multiplicam as consultas públicas.
Em 1960, 63% dos norte-americanos em idade de votar compareceram às urnas, quando John Kennedy derrotou Richard Nixon, mas somente 49% quando Bill Clinton esmagou Bob Dole em 1996.
Por isso, Clinton foi eleito por apenas 24,1% da população adulta.
As causas desta queda da participação eleitoral, muito mais forte que em outros países, são complexas, diz o jornal "The Washington Post", que considera possível que os norte-americanos não acreditam mais em seus líderes e em seu sistema político' bipartidário.
Este cinismo pode ter sua origem em uma dúvida quando à independência dos candidatos, devido ao crescente peso do dinheiro privado no financiamento eleitoral.
Os cidadãos, além disso, não estão suficientemente informados: os canais de televisão difundem publicidade política paga, geralmente esquemática, e favorecem a política-espetáculo. Mas não são obrigados a transmitir os debates, cuja audiência caiu em picada: 80 milhões de telespectadores para o cara-a-cara Carter-Reagan em 1980 e somente 37,7 milhões para o último debate Gore-Bush, na terça-feira (17).
Por último, e talvez seja o mais importante, " crescimento econômico, a ausência de crise externa importante (exceção no Oriente Médio) e de temas internos determinantes significam que as pessoas encontram poucas razões para vota", estima Ronald Walters, professor da universidade de Maryland.
"É uma eleição muito disputada e se poderia pensar que haverá uma participação mais forte. Mas não é nada seguro."
"Se os mobilizadores como Jesse Jackson fizerem seu trabalho, muitos mais negros e latinos, mais numerosos que em 1996, poderão comparecer às urnas em massa" dado mais possibilidades aos democratas de vitória, adianta.
Para combater a abstenção, uma lei chamada "motor vote" ("eleitor motorizado") facilitou a inscrição, assim como o voto por correspondência.
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