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29/10/2000 - 16h42

Para os EUA, vitória de Bush ou Gore não muda privilégio de Israel

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Da France Presse
em Jerusalém

Aliado privilegiado de Estados Unidos, Israel está seguro de que vai conservar este status independentemente de quem será o próximo presidente dos Estados Unidos, o democrata Al Gore ou o republicano George W.Bush.

"Os dois grandes partidos, republicanos e democratas, apoiam o processo de paz israelense-árabe há um quarto de século, cada presidente norte-americano que entra apóia mais Israel do que o anterior", afirmou a deputada trabalhista Collete Avital, ex-cônsul-geral em Nova York.

Estados Unidos e Israel estão ligados desde 1969 por um acordo de cooperação estratégica e o primeiro concede ao país do Oriente Médio uma ajuda econômica e militar anual de cerca de US$ 3 bilhões.

Além disso, os Estados Unidos firmaram com Israel em 1985 um acordo de livre comércio e participa em numerosos projetos comuns universitários, científicos e militares.Estes laços estreitos foram reforçados pela intensa participação no país da comunidade judia norte-americana, formada por seis milhões de pessoas. A mesma atua por meio do Comitê Israelenses de Assuntos Públicos (Aipac), seu grupo de pressão no Congresso.

"Nossa missão é reforçar a aliança bilateral. Na forma tradicional, os judeus norte-americanos votam mais nos democratas, mas não existe uma linha oficial", afirmou Tzipi Barnea, chefe do gabinete do comitê judeu. Segundo ele, a eleição de Gore garantiria a continuidade e a de Bush deixaria a situação um pouco indefinida.

Para Bush, o eleitorado judeu fica à margem. Pode esperar cerca de 18% de seus votos, como seu pai, afirmou Barnea. Entretanto, Ronald Regan, considerado simpatizante de Israel não conseguiu na sua época mais do que 20% dos votos.

Gore ou Bush não significam o mesmo para Israel. "Os republicanos, sobretudo os os recém-eleitos são mais reticentes com sua ajuda aos outros países", avaliou Avital. Ele também disse que os grandes partidos norte-americanos se opõe à colonização (israelense), mas existem diferenças de estilo e de pessoas.

Em março de 1992, o então presidente George Bush, pai do atual candidato republicano, teve problemas com o ex-primeiro-ministro de direita israelense Yitzjak Shamir sobre a colonização, rechaçando garantias financeiras e um empréstimo de US$ 10 bilhões, reservado a imigrantes judeus da ex-URSS.

Seu secretário de Estado, James Baker, disse nesta oportunidade a Shamir: "Aqui está meu número de telefone. Quando quiser falar sério sobre a paz, me chame".

A verdade é que nenhum presidente norte-americano se esforçou tanto para firmar um acordo de paz entre israelenses e palestinos. "A política externa e o Oriente Médio em particular não são prioridades nem para Bush nem para Gore. Eles desejam apenas que a região seja estável para evitar flutuações no preço do petróleo", afirmou Akiva Eldar, ex-correspondente em Washington do jornal Haaretz.

Eldar disse ainda que para os norte-americanos, profundamente religiosos, o Estado Judeu não é um assunto de política externa, devido justamente a seu status de aliado privilegiado e por seu vínculo com a Bíblia.


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