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03/11/2000
-
11h09
da France Presse
em Miami (EUA)
A Flórida se converteu, a quatro dias da eleição presidencial, em um dos estados mais cobiçados e imprevisíveis dos EUA: numa inesperada guinada, o reduto republicano pode agora passar para as mãos do candidato democrata, Al Gore.
Há um ano, ninguém duvidava da vitória do republicano George W. Bush na
Flórida, cujo popular governador é também seu irmão Jeb. Mas hoje as pesquisas situam Gore com uma pequena vantagem no Estado.
"Nós demos a George o apoio suficiente, pecamos por excesso de confiança", admitiu Tom Slade, ex-presidente do Partido Republicano na Flórida, que qualifica de "anêmica" a campanha de Bush na Flórida.
Além disso, a relativamente pequena implicação de Jeb Bush na campanha
presidencial de seu irmão surpreende os observadores e é objeto de veladas críticas no campo republicano.
Minorias e campanha
Os analistas juntam a isso mais dois fatores que podem contribuir para uma humilhante derrota de Bush em um Estado supostamente familiar: o voto das minorias e a eficiente campanha na Flórida de Gore e seu companheiro de chapa, o senador judeu Joseph Lieberman.
Os aposentados de mais de 65 anos constituem quase um terço do eleitorado da Flórida, a minoria mais poderosa do estado. A campanha de Gore em matéria de saúde, cobertura médica e segurança social lhe valeu, segundo todas as pesquisas, um apoio majoritário entre estes votantes da terceira idade.
As minorias afro-americanas (12% de votantes da Flórida) e judia (cerca de 5%), tradicionalmente democratas, podem ser também uma baixa importante para Gore. Além disso, "graças ao 'efeito Lieberman', a comunidade judia mobilizará ainda mais seu voto", segundo o analista político Darío Moreno, da FIU (Universidade Internacional da Flórida).
A comunidade cubano-americana da Flórida, com cerca de 8% dos votantes, em compensação, é abertamente republicana. A presença de Lieberman _amigo declarado da causa anticastrista_ pode ter atraído intenções daquele grupo, segundo os analistas.
Gore nunca deu por perdido este Estado em que ganharam
candidatos republicanos nos últimos 20 anos, com exceção de 1996, quando Bill Clinton obteve uma apertada vitória.
Desde março passado, o vice-presidente visitou doze vezes a Flórida (Bush o fez 10 vezes), centralizando boa parte de sua mensagem eleitoral nos quase 3 milhões de aposentados que vivem entre os 15 milhões de habitantes.
"Tem sido uma campanha inteligente", admite um dirigente republicano da Flórida, que prefere o anonimato.
Em contrapartida, Bush gastou na Flórida o dobro de Gore em anúncios
eleitorais pela televisão, segundo o Brennan Center da Universidade de Nova York. O governador do Texas "sabe que há empate na Flórida e que a Flórida é um Estado em que não se pode perder", afirma Joshua Rosenkranz, diretor do centro.
O vencedor na Flórida levará terça-feira os 25 grandes eleitores do Estado, quase a décima parte dos 270 necessários para ganhar a Casa Branca. Somente Califórnia (54), Nova York (33) e Texas (32) têm maior peso, mas uma derrota republicana na Flórida pode ter um efeito crucial na eleição do dia 7.
Leia mais no especial Eleições nos EUA.
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Gore pode ter vantagem em reduto republicano
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em Miami (EUA)
A Flórida se converteu, a quatro dias da eleição presidencial, em um dos estados mais cobiçados e imprevisíveis dos EUA: numa inesperada guinada, o reduto republicano pode agora passar para as mãos do candidato democrata, Al Gore.
Há um ano, ninguém duvidava da vitória do republicano George W. Bush na
Flórida, cujo popular governador é também seu irmão Jeb. Mas hoje as pesquisas situam Gore com uma pequena vantagem no Estado.
"Nós demos a George o apoio suficiente, pecamos por excesso de confiança", admitiu Tom Slade, ex-presidente do Partido Republicano na Flórida, que qualifica de "anêmica" a campanha de Bush na Flórida.
Além disso, a relativamente pequena implicação de Jeb Bush na campanha
presidencial de seu irmão surpreende os observadores e é objeto de veladas críticas no campo republicano.
Minorias e campanha
Os analistas juntam a isso mais dois fatores que podem contribuir para uma humilhante derrota de Bush em um Estado supostamente familiar: o voto das minorias e a eficiente campanha na Flórida de Gore e seu companheiro de chapa, o senador judeu Joseph Lieberman.
Os aposentados de mais de 65 anos constituem quase um terço do eleitorado da Flórida, a minoria mais poderosa do estado. A campanha de Gore em matéria de saúde, cobertura médica e segurança social lhe valeu, segundo todas as pesquisas, um apoio majoritário entre estes votantes da terceira idade.
As minorias afro-americanas (12% de votantes da Flórida) e judia (cerca de 5%), tradicionalmente democratas, podem ser também uma baixa importante para Gore. Além disso, "graças ao 'efeito Lieberman', a comunidade judia mobilizará ainda mais seu voto", segundo o analista político Darío Moreno, da FIU (Universidade Internacional da Flórida).
A comunidade cubano-americana da Flórida, com cerca de 8% dos votantes, em compensação, é abertamente republicana. A presença de Lieberman _amigo declarado da causa anticastrista_ pode ter atraído intenções daquele grupo, segundo os analistas.
Gore nunca deu por perdido este Estado em que ganharam
candidatos republicanos nos últimos 20 anos, com exceção de 1996, quando Bill Clinton obteve uma apertada vitória.
Desde março passado, o vice-presidente visitou doze vezes a Flórida (Bush o fez 10 vezes), centralizando boa parte de sua mensagem eleitoral nos quase 3 milhões de aposentados que vivem entre os 15 milhões de habitantes.
"Tem sido uma campanha inteligente", admite um dirigente republicano da Flórida, que prefere o anonimato.
Em contrapartida, Bush gastou na Flórida o dobro de Gore em anúncios
eleitorais pela televisão, segundo o Brennan Center da Universidade de Nova York. O governador do Texas "sabe que há empate na Flórida e que a Flórida é um Estado em que não se pode perder", afirma Joshua Rosenkranz, diretor do centro.
O vencedor na Flórida levará terça-feira os 25 grandes eleitores do Estado, quase a décima parte dos 270 necessários para ganhar a Casa Branca. Somente Califórnia (54), Nova York (33) e Texas (32) têm maior peso, mas uma derrota republicana na Flórida pode ter um efeito crucial na eleição do dia 7.
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