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05/11/2000 - 11h51

EUA são líderes por decisão e por destino

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GEORGE W. BUSH


Este é um momento notável na história dos Estados Unidos da América. A questão é: de que maneira faremos uso deste momento? Em minha opinião, devemos aproveitar a oportunidade que estes bons tempos nos dão e utilizá-la para alcançar grandes metas.

Devemos dar uma adequada instrução a todas as crianças por meio de um retorno aos altos níveis de ensino, à disciplina escolar, ao controle local das escolas e à responsabilidade. Também devemos aproveitar o momento para fazer com que nossa economia continue crescendo e para ampliar as oportunidades por meio da redução da carga de impostos para todos os norte-americanos.

E há outro grande objetivo a ser alcançado. Se for eleito presidente, reconstruirei o poder militar dos Estados Unidos. O atual governo herdou Forças Armadas prontas para os perigos e os desafios que nossa nação enfrenta. O próximo presidente herdará Forças Armadas decaídas. Nossa força militar ainda não tem similar no mundo, apesar de sofrer sérios problemas que devem ser encarados imediatamente.

Embora tenham triplicado as missões que nossas Forças Armadas, em conjunto, cumprem em todo o mundo, o número de seus efetivos diminuiu cerca de 40%. Nosso investimento em segurança nacional está em seu ponto mais baixo, com relação à porcentagem do Produto Nacional Bruto, desde o bombardeio de Pearl Harbour, em 1941.

A Guerra Fria acabou, mas nossa política de defesa está atada ao modo de pensar típico da Guerra Fria. Proponho uma nova política em matéria de armas nucleares. As ameaças futuras não virão de um conflito entre superpotências, mas de nações perigosas e de terroristas. Os EUA necessitam, portanto, de um sistema de defesa à base de mísseis, e pretendo desenvolver um o mais rápido possível.

Alguns tentam estabelecer um dilema entre os ideais e os interesses dos EUA, entre o que somos e como atuamos. Esse dilema é falso. Os EUA, por decisão e por destino, promovem a liberdade política e obtêm o máximo quando a democracia avança. Acreditam no livre comércio e se beneficiam quando os mercados são abertos.

Os Estados Unidos são uma potência pacífica. Como não temos objetivos territoriais, e precisamente por isso, nossos ganhos não se medem pelas perdas dos outros. São contabilizados nos conflitos que impedimos, na prosperidade que compartilhamos e na paz que estendemos. A poucas nações foram dadas tantas vantagens e oportunidades como à nossa. Poucos foram tão poderosos como país ou tiveram mais êxito em sustentar uma causa.

Também existem riscos, porém. Inclusive para os poderosos.

A primeira tentação dos EUA é a de retirar-se para construir uma torre de isolamento. Num mundo que depende dos EUA para balancear antigas ambições, esse seria um atalho para o caos e um enfoque que implicaria o abandono de nossos aliados e de nossos ideais.

O vazio deixado pela retirada dos EUA provocaria desafios ao nosso poder. E o resultado, no longo prazo, seria um país paralisado e um mundo violento. A política externa dos EUA não pode basear-se no temor de que os trabalhadores norte-americanos não possam competir, no temor de que os EUA corrompam o mundo ou de que sejam corrompidos por ele.

Em tempos de perigo, nossa nação não se retirou da liderança. E, neste momento de oportunidades, não tenho a intenção de trair os interesses, as obrigações e a honra norte-americanos.

Os EUA têm sócios, não satélites. Nosso objetivo é uma associação de nações fortes, não de nações fracas. E isso requer mais consultas por parte dos EUA e também mais liderança norte-americana. Os EUA necessitam de seus aliados europeus, bem como de amigos em outras regiões, para que os ajudem nos desafios à segurança. O apoio dos amigos permite aos EUA reservar seu poder e sua vontade para os interesses vitais que compartilhamos.

Além disso, os organismos internacionais podem servir à causa da paz. Nunca colocarei tropas dos EUA sob o comando da ONU, mas a ONU pode ajudar em inspeções de armamentos, na manutenção da paz e nos esforços humanitários. Se for eleito presidente, os EUA pagarão suas dívidas, mas somente se houver uma reforma na burocracia da ONU e se nossa desproporcional contribuição for reduzida aos seus custos.

Também devem ser feitas reformas nas instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Elas podem ser uma fonte de estabilidade nas crises econômicas. Porém não deveriam apoiar sistemas financeiros fracassados e corruptos.

O que essas organizações deveriam fazer é fortalecer os fundamentos do crescimento econômico e dos mercados livres, difundindo o império da lei e de sábias práticas orçamentárias. Antes de tudo, entretanto, essas instituições devem ser, elas mesmas, mais transparentes e responsáveis.

Todos os objetivos que descrevi são importantes. Mas não são imperialistas. Os Estados Unidos nunca foram um império. Talvez sejamos a única grande potência na história que teve a oportunidade de sê-lo e a rechaçou, preferindo a grandeza ao poder e a justiça à glória.


George W. Bush, governador do Texas, é o candidato republicano à Presidência dos EUA

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