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06/11/2000
-
17h25
da France Presse
em Jerusalém
Os israelenses, ou em todo caso o governo do premier Ehud Barak, se inclinam pelo candidato democrata à presidência americana Al Gore, frente ao republicano George W.Bush, mas para os palestinos, entre Gore e Bush, não há muitas diferenças.
"A política americana apóia Israel", lembra o professor Shlomo Slonim, da universidade hebraica de Jerusalém, e "é uma política aceita e aplicada pelos dois partidos", democrata e republicano, disse.
De fato, Bush e Gore orientaram seus discursos eleitorais durante a campanha para a influente comunidade judaica americana, que tradicionalmente vota nos democratas, para ganhar sua simpatia.
Mahdi Abdul Hadi, diretor da Sociedade Acadêmica Palestina para o Estudo de Assuntos Internacionais (Passia), se manifesta no mesmo sentido que Slonim.
"O elemento principal" para israelenses e palestinos é que "Israel tem uma aliança estratégica com Washington", afirma.
"Estas eleições não mudarão grande coisa", estima. A propósito da renovação da câmara de representantes e de um terço do senado, a qual ocorrerá também amanhã, considera que "o congresso americano é ainda mais sionista que a Knesset (parlamento israelense)".
Embora os israelenses estejam seguros de sair vencedores nestas eleições ganhe quem ganhar, Slonim destaca "uma ligeira tendência a pensar que um governo Gore seria um pouco melhor" para Israel.
O atual vice-presidente americano representa, de fato, a continuidade da política de Clinton. E os israelenses, com exceção da extrema-direita, apreciam sem dúvida a política do presidente atual, extremamente popular em Israel e considerado um dos melhores amigos do país.
Essa inclinação por Gore é com efeito ainda mais certa, embora não confessada, na assessoria do premier Ehud Barak, que espera de Clinton um novo impulso das negociações de paz antes que deixe a Casa Branca, a 20 de janeiro, apesar dos danos causados pela revolta palestina.
Com esse propósito, Clinton receberá em Washington o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, esta quinta-feira, e Barak no domingo.
Mas, como explicava esta segunda-feira um analista do jornal Ha'aretz, "se George W. Bush for eleito, Clinton perderá a pouca autoridade que ainda lhe resta", enquanto uma vitória de Gore "daria ao presidente atual uma dose de vitalidade política, que agora precisa desesperadamente".
O fraco de muitos israelenses por Gore responde também ao fato de que o candidato à vice-presidência, o senador de Connecticut Joseph Lieberman, é judeu, uma novidade na história dos Estados Unidos.
Para o professor Slonim, trata-se de uma faca de dois gumes. "Ao mesmo tempo que se sentem orgulhosos ante o fato de que um judeu possa atingir tal nível", explica, "há também uma impressão de temor" entre muitos israelenses diante da idéia de que isso possa inclinar a presidência Gore a se mostrar um pouco mais pró-árabe do que Clinton para demonstrar sua imparcialidade.
No lado palestino, a situação é mais simples. "Não vemos nenhuma mudança real na política americana no Oriente Médio ou quanto a Israel, porque todo mundo no Departamento de Estado e na Casa Branca é leal aos interesses israelenses", diz Abdul Hadi.
Em sua opinião, a verdadeira dúvida é saber se o futuro presidente estará tão estreitamente implicado no processo de paz como Clinton, questão sobre a qual não é muito otimista.
"Seja quem for o vencedor, a evitará durante bastante tempo", afirma.
Israelenses preferem Gore mas para palestinos não há diferenças
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em Jerusalém
Os israelenses, ou em todo caso o governo do premier Ehud Barak, se inclinam pelo candidato democrata à presidência americana Al Gore, frente ao republicano George W.Bush, mas para os palestinos, entre Gore e Bush, não há muitas diferenças.
"A política americana apóia Israel", lembra o professor Shlomo Slonim, da universidade hebraica de Jerusalém, e "é uma política aceita e aplicada pelos dois partidos", democrata e republicano, disse.
De fato, Bush e Gore orientaram seus discursos eleitorais durante a campanha para a influente comunidade judaica americana, que tradicionalmente vota nos democratas, para ganhar sua simpatia.
Mahdi Abdul Hadi, diretor da Sociedade Acadêmica Palestina para o Estudo de Assuntos Internacionais (Passia), se manifesta no mesmo sentido que Slonim.
"O elemento principal" para israelenses e palestinos é que "Israel tem uma aliança estratégica com Washington", afirma.
"Estas eleições não mudarão grande coisa", estima. A propósito da renovação da câmara de representantes e de um terço do senado, a qual ocorrerá também amanhã, considera que "o congresso americano é ainda mais sionista que a Knesset (parlamento israelense)".
Embora os israelenses estejam seguros de sair vencedores nestas eleições ganhe quem ganhar, Slonim destaca "uma ligeira tendência a pensar que um governo Gore seria um pouco melhor" para Israel.
O atual vice-presidente americano representa, de fato, a continuidade da política de Clinton. E os israelenses, com exceção da extrema-direita, apreciam sem dúvida a política do presidente atual, extremamente popular em Israel e considerado um dos melhores amigos do país.
Essa inclinação por Gore é com efeito ainda mais certa, embora não confessada, na assessoria do premier Ehud Barak, que espera de Clinton um novo impulso das negociações de paz antes que deixe a Casa Branca, a 20 de janeiro, apesar dos danos causados pela revolta palestina.
Com esse propósito, Clinton receberá em Washington o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, esta quinta-feira, e Barak no domingo.
Mas, como explicava esta segunda-feira um analista do jornal Ha'aretz, "se George W. Bush for eleito, Clinton perderá a pouca autoridade que ainda lhe resta", enquanto uma vitória de Gore "daria ao presidente atual uma dose de vitalidade política, que agora precisa desesperadamente".
O fraco de muitos israelenses por Gore responde também ao fato de que o candidato à vice-presidência, o senador de Connecticut Joseph Lieberman, é judeu, uma novidade na história dos Estados Unidos.
Para o professor Slonim, trata-se de uma faca de dois gumes. "Ao mesmo tempo que se sentem orgulhosos ante o fato de que um judeu possa atingir tal nível", explica, "há também uma impressão de temor" entre muitos israelenses diante da idéia de que isso possa inclinar a presidência Gore a se mostrar um pouco mais pró-árabe do que Clinton para demonstrar sua imparcialidade.
No lado palestino, a situação é mais simples. "Não vemos nenhuma mudança real na política americana no Oriente Médio ou quanto a Israel, porque todo mundo no Departamento de Estado e na Casa Branca é leal aos interesses israelenses", diz Abdul Hadi.
Em sua opinião, a verdadeira dúvida é saber se o futuro presidente estará tão estreitamente implicado no processo de paz como Clinton, questão sobre a qual não é muito otimista.
"Seja quem for o vencedor, a evitará durante bastante tempo", afirma.
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