Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
07/11/2000 - 08h17

Ataques dominam disputa Hillary-Lazio pelo Senado

Publicidade

SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo

Terminou em baixaria a campanha para o Senado pelo Estado de Nova York, cuja eleição ocorre hoje. De um lado, o candidato republicano, Rick Lazio, deputado federal por Long Island, acusando sua oponente de anti-semitismo.

De outro, a primeira-dama Hillary Clinton (democrata) rebatendo ataques com mais ataques. Começou quando o jornal "The New York Post", que apóia Lazio, disse que um grupo islâmico que doara US$ 50 mil para a campanha da mulher de Bill Clinton era radical e favorável ao terrorismo (o que mais tarde se provou um exagero).

Ela foi a público dizer que devolvera o dinheiro quando soube da natureza do apoio. Dois dias depois, o Partido Republicano passou a usar uma tática que havia sido praticamente banida nas últimas eleições. Travestidos de pesquisadores, correligionários ligaram para a casa de eleitores para perguntar: "O fato de Hillary Clinton ser anti-semita afeta seu voto?".

Descoberto pelos democratas, o partido recuou, cancelando as ligações, mas continuou o ataque na TV. A alegação não é nova. Lazio vinha batendo na tecla do suposto desrespeito aos judeus pela primeira-dama havia tempo. Dizia que, em 1998, ela defendeu a criação de um Estado palestino, o que Hillary nega. Que, há 20 anos, chamou um assessor seu de "judeuzinho sugador de sangue", o que ela e o próprio assessor negaram. E mostrou na TV fotos de Hillary beijando a mulher do líder palestino Iasser Arafat.

O objetivo é conquistar o voto do influente eleitorado judeu nova-iorquino, que responde por 13% do Estado. Mas a artilharia pesada não parece ter afetado o prestígio de Hillary junto à comunidade. Segundo as últimas pesquisas, ela continua na frente entre eles, com 61% das intenções de voto, contra 30% de Lazio.

Do lado democrata, o nível não esteve muito acima. No último fim-de-semana, Hillary colocou no ar anúncio em que acusa Lazio de "ser a favor do câncer de mama", por não ter comparecido ao Congresso no dia da votação de lei de auxílio.

"A tática (de Hillary) é não admitir seus erros no caso dos judeus e, em vez de se explicar, me atacar de volta, mudando o assunto", disse Lazio.

Ambos gastaram cerca de US$ 2 milhões cada um nos últimos cinco dias. Estima-se que as duas campanhas somadas tenham consumido US$ 180 milhões.

Ontem, a 24 horas de uma eleição embolada, embora com vantagem para a primeira-dama, os dois candidatos lançaram mão das últimas armas. Segundo pesquisa feita ontem por emissora da Time-Warner, Hillary tem 47% das intenções de voto, contra 40% de Lazio. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

Lazio convocou duas estrelas republicanas, o governador George Pataki, até então virtualmente ausente da campanha, e o prefeito Rudolph Giuliani, que pode fazer a diferença na cidade de Nova York, onde 7 de cada 10 eleitores planejam votar em Hillary.

Já Hillary começou o dia em Buffalo, no interior do Estado, onde Lazio está na frente. À tarde, foi para a capital, Albany, e terminou seu dia fazendo um comício-relâmpago em Manhattan. Hoje, vota logo cedo, com o marido, no subúrbio de Chappaqua, para onde o casal mudou seu domicílio eleitoral e comprou casa no começo deste ano.

A democrata passou seu domingo na igreja, como vem fazendo desde o começo da campanha, alternando-se em sete cultos de maioria negra nos bairros de Brooklyn, Bronx e Queens.

No Queens, disse: "Peço que vocês façam tudo o que puderem, falem com todos, liguem para todos os seus conhecidos e digam para votar hoje".

Hillary Clinton, 53, lançou sua candidatura ao Senado no ano passado. É a primeira mulher de um presidente a concorrer e, eleita, será a primeira senadora que também foi primeira-dama.

Já Rick Lazio, 42, entrou na disputa em abril deste ano, depois de o prefeito Rudolph Giuliani ter desistido de concorrer. Na época, Giuliani disse que estava com câncer na próstata e deveria enfrentar um divórcio doloroso, portanto preferia não concorrer.

A cadeira em disputa é a do democrata Daniel Moynihan. O mandato é de quatro anos e o salário, US$ 12 mil mensais.


  • Leia mais no especial Eleições nos EUA.
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página