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13/11/2000 - 19h44

Problema com cédula não é novidade nos EUA

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RODRIGO UCHÔA
da Folha de S.Paulo

Mesmo George W. Bush levando a Flórida, eleitores do Colégio Eleitoral poderiam trocar de lado e dar a vitória a Al Gore. Não seria novidade na história americana, mas, ironicamente, quando algo assim ocorreu, em 1877, o favorecido foi o Partido Republicano.

Em 1876, a eleição presidencial deu o democrata Samuel J. Tilden como o vencedor no voto popular _4,2 milhões de votos contra 4 milhões do republicano Rutherford B. Hayes. Apesar disso, 20 votos no Colégio Eleitoral estavam sendo contestados, deixando a votação indireta empatada.

Mesmo com dois candidatos moderados, a disputa se deu num clima tenso. O Sul, agrícola, ainda se ressentia da derrota na Guerra Civil (1861-65) _conflito causado pela insistência da região em manter o escravismo_ e da imposição de políticas do Norte.

A situação era crítica: o Sul, reduto democrata, estava ocupado militarmente desde o fim da guerra. Os republicanos, avessos à escravatura e com base no Norte, dominavam a Presidência desde a eleição de Lincoln, em 1860.

O Congresso, confrontado pela situação inédita, formou uma comissão _metade democrata, metade republicana_ para decidir o destino da Presidência. Um democrata acabou decidindo, em janeiro do ano seguinte, a pendenga em favor de Hayes.

Não saiu de graça para os republicanos. O desempate saiu de um compromisso para evitar que os democratas obstruíssem a comissão indefinidamente, criando um impasse constitucional.

Ficou acertado que: o Sul seria desmilitarizado; ao menos um sulista faria parte do gabinete republicano; e haveria liberdade de políticas incentivos econômicos para os Estados sulistas.

Os republicanos, por outro lado, acabaram por desistir de implementar a igualdade de direitos entre negros e brancos no sul.

Outra ironia: hoje são os democratas os mais identificados com as causas das minorias étnicas.



 

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