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19/11/2000
-
16h01
da Reuters
em Moscou (Rússia)
Os oligarcas das comunicações da Rússia tiveram uma má semana, com dois de seus mais conhecidos representantes no exílio envolvidos em polêmicas com o Kremlin e se negando a voltar ao país para serem interrogados.
Vladimir Gusinsky e Boris Berezovsky, dois dos magnatas que enriqueceram rapidamente nos primeiros anos após o fim da URSS, controlam dois dos maiores canais de TV russos - a mais influente fonte de informação no vasto território.
A NTV de Gusinsky e a ORT de Berezovsky foram úteis na reeleição de Boris Yeltsin, em 1996. A ORT também fez forte lobby pelo atual presidente Vladimir Putin e seus aliados, nas eleições gerais.
Os dois homens agora estão sendo procurados por promotores, acusados de fraude e lavagem de dinheiro, enquanto outros barões pós-comunistas continuam a ter seus interesses intocados.
Analistas dizem que não se trata de uma questão de liberdade de imprensa, como se comenta no Ocidente, mas de uma tentativa de Putin de neutralizar o que vê como uma ameaça.
"A questão não é liberdade de imprensa, e as autoridades formalmente vão defender a manutenção dessa liberdade"', disse Igor Bunin, diretor do Centro para Tecnologia Política.
"O que importa é o que acontece nos bastidores. Na verdade, não há nenhum contrapeso no momento ao poder do presidente - as duas casas do Parlamento foram enfraquecidas ou controladas. A imprensa é vista como o único contrapeso restante."
Desde que foi eleito, em março, Putin vem tentando centralizar ainda mais poderes nas mãos do presidente, diminuindo a força do Parlamento e dos Estados.
Ele fez várias advertências aos oligarcas, dizendo que os perseguiria com um cajado se eles não andassem na linha e violassem as leis.
Berezovsky e Gusinsky foram alvo de seguidos ataques. Gusinsky foi mantido numa prisão em Moscou por três dias, em junho, acusado de fraude. Ele recebeu autorização para deixar o país após aceitar entregar o controle de seu conglomerado Media-Most para o gigante grupo estatal de gás Gazprom (a quem devia milhões de dólares). Ele renegou o acordo depois, alegando ter assinado sob pressão.
Gusinsky, que estaria em algum lugar na Europa, se negou a voltar a Moscou para encontrar os procuradores, e um novo mandado de prisão foi expedido.
Berezovsky, que renunciou à sua cadeira no Parlamento em julho, não compareceu a uma audiência com os promotores do "caso Aeroflot" (acusações de que ele teria utilizado empresas suíças para desviar dinheiro pertencente à empresa aérea russa).
As chances de um acordo de paz, que permitiria a volta dos dois oligarcas para casa, não estão claras. Alguns analistas dizem que as autoridades não devem recuar, até que o controle das duas emissoras seja tirado deles.
Magnatas da imprensa não voltarão à Russia para interrogatório
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em Moscou (Rússia)
Os oligarcas das comunicações da Rússia tiveram uma má semana, com dois de seus mais conhecidos representantes no exílio envolvidos em polêmicas com o Kremlin e se negando a voltar ao país para serem interrogados.
Vladimir Gusinsky e Boris Berezovsky, dois dos magnatas que enriqueceram rapidamente nos primeiros anos após o fim da URSS, controlam dois dos maiores canais de TV russos - a mais influente fonte de informação no vasto território.
A NTV de Gusinsky e a ORT de Berezovsky foram úteis na reeleição de Boris Yeltsin, em 1996. A ORT também fez forte lobby pelo atual presidente Vladimir Putin e seus aliados, nas eleições gerais.
Os dois homens agora estão sendo procurados por promotores, acusados de fraude e lavagem de dinheiro, enquanto outros barões pós-comunistas continuam a ter seus interesses intocados.
Analistas dizem que não se trata de uma questão de liberdade de imprensa, como se comenta no Ocidente, mas de uma tentativa de Putin de neutralizar o que vê como uma ameaça.
"A questão não é liberdade de imprensa, e as autoridades formalmente vão defender a manutenção dessa liberdade"', disse Igor Bunin, diretor do Centro para Tecnologia Política.
"O que importa é o que acontece nos bastidores. Na verdade, não há nenhum contrapeso no momento ao poder do presidente - as duas casas do Parlamento foram enfraquecidas ou controladas. A imprensa é vista como o único contrapeso restante."
Desde que foi eleito, em março, Putin vem tentando centralizar ainda mais poderes nas mãos do presidente, diminuindo a força do Parlamento e dos Estados.
Ele fez várias advertências aos oligarcas, dizendo que os perseguiria com um cajado se eles não andassem na linha e violassem as leis.
Berezovsky e Gusinsky foram alvo de seguidos ataques. Gusinsky foi mantido numa prisão em Moscou por três dias, em junho, acusado de fraude. Ele recebeu autorização para deixar o país após aceitar entregar o controle de seu conglomerado Media-Most para o gigante grupo estatal de gás Gazprom (a quem devia milhões de dólares). Ele renegou o acordo depois, alegando ter assinado sob pressão.
Gusinsky, que estaria em algum lugar na Europa, se negou a voltar a Moscou para encontrar os procuradores, e um novo mandado de prisão foi expedido.
Berezovsky, que renunciou à sua cadeira no Parlamento em julho, não compareceu a uma audiência com os promotores do "caso Aeroflot" (acusações de que ele teria utilizado empresas suíças para desviar dinheiro pertencente à empresa aérea russa).
As chances de um acordo de paz, que permitiria a volta dos dois oligarcas para casa, não estão claras. Alguns analistas dizem que as autoridades não devem recuar, até que o controle das duas emissoras seja tirado deles.
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