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02/12/2000 - 19h50

Gore tenta em tribunal da Flórida reverter resultado

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da Reuters
de Tallahassee (Flórida)

Advogados dos candidatos norte-americanos Al Gore (Democrata) e de George W. Bush (Republicano) confrontaram-se hoje sobre a recontagem dos votos da eleição presidencial na Flórida em um tribunal da Flórida, com argumentos que podem decidir qual será o próximo ocupante da Casa Branca, sede do governo dos EUA.

Um exército de advogados representando Gore, Bush, o Estado, as autoridades locais e eleitores da Flórida lotaram o terceiro andar do tribunal do condado de Leon, onde mais de 1,1 milhão de cédulas de votação de dois condados estão guardadas.

Correndo contra o prazo final de 12 de dezembro, quando a Flórida deve enviar o resultado das eleições do Estado para o Colégio Eleitoral dos EUA, Gore vem desafiando a certificação da vitória de Bush no Estado e espera que uma rápida recontagem de 14 mil votos possa fazer com que ele ultrapasse a diferença de 537 votos que o separam do republicano.

"Os resultados certificados rejeitam um número de votos legais e incluem votos ilegais", disse David Boies, advogado principal de Gore, ao juiz N. Sanders Sauls. "Em uma eleição contestada, como eles são legais, precisam ser considerados."

Mas advogados republicanos disseram que Gore não pode escolher quais votos sejam recontados, fazendo com isso uma recontagem que acaba somente quando ele conseguir um número vencedor. Além disso eles disseram que Gore não pode lograr os resultados certificados aprovados por comissões eleitorais do Estado.

O advogado de Bush, Barry Richard, disse que os argumentos de Gore "não são razoáveis e são contrários à legislação da Flórida".

"A única questão válida em uma contestação de eleição, quando nós temos uma comissão eleitoral (...) que chegou a uma decisão, é se a comissão abusou ou não de seu trabalho", disse Richard ao tribunal.

A contestação de Gore envolve 10.700 votos do condado de Palm Beach, onde o democrata quer que a recontagem manual do condado seja incluída nos resultados finais do Estado, 3.300 votos que ele afirma que foram erroneamente rejeitados e o condado de Nassau, onde a comissão eleitoral local não fez nenhuma recontagem, o que custou a Gore 51 votos.

O centro da contestação do democrata recai sobre os votos dos condados da Flórida e de Miami-Dade, onde alguns votos tinham marcas que poderiam ser reconhecidas em uma recontagem manual, mas que não foram incluídos na contagem que deu a vitória provisória para Bush no Estado.

Os republicanos devem alegar que a recontagem somente dos votos duvidosos é ilegal e que Gore não provou que os resultados da eleição na Flórida mudariam se os 14 mil votos fossem recontados.

Todos os 1,1 milhão de votos de Miami-Dade e Palm Beach foram enviados para a capital Tallahassee, onde republicanos planejam pedir uma recontagem completa, caso alguma for ordenada pela justiça.

Especialistas dizem que não há possibilidade para que os advogados de Bush concluam sua exposição ao tribunal no sábado.

A audiência do sábado acontece um dia depois a Suprema Corte dos EUA analisar com dificuldade se a Suprema Corte da Flórida infringiu sua autoridade ao estender há duas semanas um prazo para a recontagem manual dos votos no Estado.

Por causa dessa decisão da justiça estadual, a liderança de Bush frente a Gore caiu de 930 para 537, num universo de 6 milhões de votos. Se a Suprema Corte dos EUA decidir à favor de Bush, o resultado anterior passará a valer sobre o último, tornando muito mais difícil a tarefa de Gore em virar essa vantagem.

li>Leia mais no especial Eleições nos EUA
 

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