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14/12/2000
-
12h58
da France Presse
em Bruxelas (Bélgica)
Com a chegada ao poder do republicano George W Bush, a UE (União Européia) teme que suas relações com os Estados Unidos se tornem mais difíceis, especialmente nos assuntos comerciais e relacionados à defesa.
"Nos meios diplomáticos europeus, preferia-se a vitória de Al Gore porque seria um sócio já conhecido e sobretudo, porque as declarações de Bush durante a campanha não foram muito tranquilizadoras', explicou hoje um diplomata em Bruxelas (Bélgica).
O contato pode ser bem mais delicado se forem levadas em consideração as críticas feitas pela UE à pena de morte no momento em que se multiplicavam as
execuções no Texas, Estado do qual George W Bush era governador, segundo outro diplomata.
O maior receio é a volta de uma política de defesa norte-americana 'agressiva', depois da atitude benevolente do atual presidente Bill Clinton.
O projeto de escudos antimísseis, que provoca reservas principalmente na França e Alemanha, devido ao risco de que a corrida armamentista seja retomada, voltará a ficar em primeiro plano nas relações entre Washington e seu aliados.
No início de setembro, o presidente Clinton adiou sua decisão sobre o abandono do projeto do escudo e deixou a seu sucessor a decisão de dizer não a uma 'guerra de galáxia', a qual George W Bush se mostrou favorável durante a campanha.
A política européia de defesa que está sendo colocada em prática também poderia ficar prejudicada por uma administração Bush que se oporia à autonomia da UE frente à Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte).
Os europeus temem ainda que Bush caia na 'tentação do isolamento', que afastaria os norte-americanos das operações de paz da Otan nos Balcãs. Se for confirmado, o 'isolamento' pode afetar também as relações comerciais de ambos os lados do Atlântico.
Bush é considerado bem mais favorável aos grandes grupos industriais que pressionam o governo e que participaram generosamente da sua campanha eleitoral.
Fechado à tese da antiglobalização, Bush será sem dúvida favorável a um novo ciclo de negociações multilaterais na OMC (Organização Mundial do Comércio) .
Agradaria aos europeus acabar o quanto antes com as várias disputas comerciais que mantêm com a administração de Clinton.
Uma das coisas que querem é conseguir a flexibilização do sistema de sanções à Europa, que está sendo avaliado em Washington, para punir a UE por colocar restrições às importações de alguns produtos norte-americanos, como a carne bovina com hormônios.
Sobre a interminável guerra sobre a banana, a UE também quer colocar um ponto final o quanto antes, se possível, em janeiro. Os europeus querem um novo regime de importação da fruta, compatível com a OMC, para que os Estados Unidos levantem a atual sanção norte-americana de US$ 191,4 milhões anuais.
Também pressionarão o presidente Clinton para que se pronuncie antes de sair do governo sobre a conferência de Haia a respeito das mudanças climáticas.
A reunião terminou sem que a UE e os Estados Unidos chegassem a um acordo sobre os meios de reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Segundo os especialistas, a administração Bush será muito difícil de lidar neste aspecto.
Primeiro contato entre UE e Bush deve ser delicado
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em Bruxelas (Bélgica)
Com a chegada ao poder do republicano George W Bush, a UE (União Européia) teme que suas relações com os Estados Unidos se tornem mais difíceis, especialmente nos assuntos comerciais e relacionados à defesa.
"Nos meios diplomáticos europeus, preferia-se a vitória de Al Gore porque seria um sócio já conhecido e sobretudo, porque as declarações de Bush durante a campanha não foram muito tranquilizadoras', explicou hoje um diplomata em Bruxelas (Bélgica).
O contato pode ser bem mais delicado se forem levadas em consideração as críticas feitas pela UE à pena de morte no momento em que se multiplicavam as
execuções no Texas, Estado do qual George W Bush era governador, segundo outro diplomata.
O maior receio é a volta de uma política de defesa norte-americana 'agressiva', depois da atitude benevolente do atual presidente Bill Clinton.
O projeto de escudos antimísseis, que provoca reservas principalmente na França e Alemanha, devido ao risco de que a corrida armamentista seja retomada, voltará a ficar em primeiro plano nas relações entre Washington e seu aliados.
No início de setembro, o presidente Clinton adiou sua decisão sobre o abandono do projeto do escudo e deixou a seu sucessor a decisão de dizer não a uma 'guerra de galáxia', a qual George W Bush se mostrou favorável durante a campanha.
A política européia de defesa que está sendo colocada em prática também poderia ficar prejudicada por uma administração Bush que se oporia à autonomia da UE frente à Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte).
Os europeus temem ainda que Bush caia na 'tentação do isolamento', que afastaria os norte-americanos das operações de paz da Otan nos Balcãs. Se for confirmado, o 'isolamento' pode afetar também as relações comerciais de ambos os lados do Atlântico.
Bush é considerado bem mais favorável aos grandes grupos industriais que pressionam o governo e que participaram generosamente da sua campanha eleitoral.
Fechado à tese da antiglobalização, Bush será sem dúvida favorável a um novo ciclo de negociações multilaterais na OMC (Organização Mundial do Comércio) .
Agradaria aos europeus acabar o quanto antes com as várias disputas comerciais que mantêm com a administração de Clinton.
Uma das coisas que querem é conseguir a flexibilização do sistema de sanções à Europa, que está sendo avaliado em Washington, para punir a UE por colocar restrições às importações de alguns produtos norte-americanos, como a carne bovina com hormônios.
Sobre a interminável guerra sobre a banana, a UE também quer colocar um ponto final o quanto antes, se possível, em janeiro. Os europeus querem um novo regime de importação da fruta, compatível com a OMC, para que os Estados Unidos levantem a atual sanção norte-americana de US$ 191,4 milhões anuais.
Também pressionarão o presidente Clinton para que se pronuncie antes de sair do governo sobre a conferência de Haia a respeito das mudanças climáticas.
A reunião terminou sem que a UE e os Estados Unidos chegassem a um acordo sobre os meios de reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Segundo os especialistas, a administração Bush será muito difícil de lidar neste aspecto.
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