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14/12/2000 - 16h01

Eleição de Bush dá esperança ao Oriente Médio

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da France Presse
em Nicósia (Chipre)

A eleição do republicano George W Bush à Presidência dos Estados Unidos deu lugar hoje a uma tímida esperança entre líderes árabes e israelenses de conseguir a paz no Oriente Médio.

Os palestinos e seus aliados nas capitais árabes pediram a Bush equilíbrio na política externa norte-americana que, em sua opinião, tornou-se muito favorável a
Israel durante a presidência de Bill Clinton.

O atual primeiro-ministro israelense Ehud Barak, que acaba de renunciar ao cargo, e que, como a maioria dos israelenses preferiria a vitória do candidato democrata, Al Gore, congratulou-se, no entanto, com a chegada à Casa Branca de um homem "que conheço e aprecio".

Recordou em comunicado que "há décadas, as relações entre Israel e Estados Unidos estão caracterizadas por valores e interesses comuns".

"Não há nenhuma dúvida de que o presidente eleito Bush (...) seguirá conosco fortalecendo essas relações e desenvolvendo-as", disse, declarando-se além disso "convencido de que o novo governo seguirá o caminho traçado pelo anterior, e que estará disposto a promover a paz entre os povos da região".

Do lado palestino, a eleição de George W Bush deu lugar a uma esperança, ainda que prudente, sobre uma mudança na atitude dos Estados Unidos.

O presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, considerou uma notícia positiva para o processo de paz e recordou que George Bush pai havia organizado a conferência de Madri em 1991, que marcou o início do processo de paz israelo-palestino.

O ministro palestino da Cooperação Internacional, Nabil Chaath, disse que espera que Bush "siga uma política honesta, imparcial e objetiva no que se refere ao processo de paz", dando a entender que essa não é a atual política de Washington.

A dirigente palestina Hanan Achraui foi mais direta. 'A posição dos Estados Unidos, sua credibilidade, seus interesses foram afetados seriamente e de forma negativa por esta aproximação parcial' em relação ao processo de paz, comentou durante entrevista à rede de televisão CNN.

"Talvez agora (Washington) se dê conta de que os interesses dos Estados Unidos dependem mais do mundo árabe, de uma aproximação global mais equilibrada na região", disse.

Egito, o primeiro país árabe a reconhecer Israel e que desempenhou um papel importante no processo de paz, exigiu, por meio de seu ministro das Relações Exteriores, Amr Mussa, ao presidente eleito "uma posição equilibrada sobre o Oriente Médio".

Na Jordânia, o outro país árabe que firmou um tratado de paz com Israel, o chanceler Abdel Ilá al Jatib expressou desejo de que "sob a presidência de George W Bush, os Estados Unidos continuem cumprindo seu papel essencial na busca da paz".

No Líbano, o primeiro-ministro Rafic Hariri expressou "a esperança de que os Estados Unidos, através do novo presidente, voltem a fazer despertar confiança no processo de paz, garantindo os direitos dos árabes".

O presidente sírio Bachar al Assad, cujo pai Hafez al Assad retomou brevemente o diálogo com Israel, incentivado por Washington, antes de falecer em junho passado, expressou a esperança de poder "trabalhar junto" com Bush "para reforçar as relações entre nossos dois países e pela instauração de uma paz justa e global na região".

O Emir de Bahrein, xeque Hamad ben Issa al Jalifa, o emir de Qatar, xeque Hamad Ben Jalifa al Thani, e o sultão Qabus ben Saíd de Omã, limitaram-se a dirigir uma simples mensagem de felicitações a George W. Bush.

Em Bahrein está estacionado o comando da V Frota americana, e periodicamente navios de guerra e aviões de combate chegam a uma base aeronaval, localizada no sul do arquipélago.

No Irã, país que não mantém relações diplomáticas com os Estados Unidos há mais de 20 anos, a rádio estatal recordou que durante sua campanha eleitoral, Bush havia se comprometido em implementar uma política externa menos intervencionista.

"Se Bush cumprir suas promessas nos próximos quatro anos, os Estados Unidos se intrometerão menos nos assuntos do resto do mundo", comentou a emissora, afirmando que "Bush acredita menos que seu predecessor que os Estados Unidos devem governar o mundo".

A rádio estatal iraniana exigiu do futuro governo americano que levante as sanções impostas ao Irã.



 

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