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24/01/2001 - 19h42

Pescadores sofrem com derramamento de combustível

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da France Presse
em Puerto Baquerizo Moreno, Galápagos (Equador)

Os pescadores da ilha de San Cristóbal, em Galápagos, estão suportando grandes perdas econômicas por terem que manter guardadas suas redes, em decorrência do derrame de 600 toneladas de combustível do petroleiro Jéssica, que há nove dias permanece encalhado em frente a baía de Puerto Baquerizo, onde continuava hoje a retirada de combustível em meio a condições climáticas adversas.

"Estamos muito preocupados com a situação. Somos os primeiros a ajudar no resgate", disse Franklin Zavala, representante do setor pesqueiro das Galápagos, em cujas águas habitam milhares de espécies marinhas.

Zavala é um dos vinte pescadores que participa junto a membros da Armada equatoriana e técnicos do Serviço de Guarda-costeira dos Estados Unidos nos trabalhos de resgate do combustível derramado pela embarcação, que se acidentou quando transportava 900 toneladas de diesel e bunker (combustível para barcos).

O desastre já representou uma perda econômica considerável para os pescadores de San Cristóbal, de 10 mil habitantes, e cuja atividade fundamental é a pesca, já que o centro turístico nas Galápagos se concentra na ilha Santa Cruz, que recebe entre 300 e 500 turistas por dia.

Um pescador, segundo Zavala, "pode ganhar entre US$ 100 e 120 diários e agora estamos sem receber um só centavo e com o risco de não poder sair ao mar por mais uma boa quantidade de dias, porque não parece que o problema da embarcação vai se resolver logo".

Os pescadores desta ilha (558 km2), ao leste do arquipélago de Galápagos, de 7.964 km2, obtêm fundamentalmente das águas do Pacífico tubarões, lagostas, pepinos-do-mar e uma grande quantidade de mariscos e outros peixes.

"Somos os mais afetados", disse Zavala, que informou que nas Galápagos existem 900 pescadores e em San Cristóbal entre 450 e 500.

A segunda base naval de San Cristóbal é o centro de operações dos socorristas e mais parece um armazém de recipientes, com o combustível resgatado desde o final da semana passada.

Desde cedo, as embarcações de resgate se dirigem ao local do acidente, a 800 metros da costa, e com métodos artesanais, se encarregam de recolher com muita paciência "as manchas" dispersas de combustível. A água contaminada recolhida é depositada em contêineres, que depois são armazenados em tanques de 60 galões.

Zavala disse que a poluição estaria afetando "30 milhas ao redor de San Cristóbal", cujas praias também começam a sentir os efeitos do vazamento.

Nove embarcações motorizadas fazem os trajetos de ida e volta ao petroleiro, enquanto três rebocadores permanecem ancorados a 300 metros da praia a espera de uma decisão das autoridades para levar o navio mar afora.

Zavala, queimado de sol e com mais de 20 anos no setor pesqueiro, previu que as condições climáticas não favorecerão um rápido reboque do "Jéssica".

O comandante da segunda zona, Francisco Andrade, disse que "os técnicos querem ajustar a nave, que está inclinada em um pouco mais de 50 graus. No entanto, ele reconheceu que a tarefa é "quase impossível" porque o barco está encalhado em um leito de rochas.
 

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