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20/02/2001
-
12h44
da France Presse, em Carcas (Venezuela)
Grupos indígenas venezuelanos da etnia pemón tentaram impedir novamente a ligação de uma rede elétrica entre Venezuela e Brasil, que atravessa áreas florestais no sul da Venezuela.
Eles alegam que sua cultura pode ser destruída com a chegada do desenvolvimento, segundo porta-vozes.
Silviano Castro, Carmelita Ramírez e María Luisa Velásquez, representantes da etnia, afirmaram ao jornal "El Nacional" que "depois da rede elétrica vem um desenvolvimento que ameaça a cultura dos índios".
O projeto da rede elétrica levando energia venezuelana ao Brasil foi criado no governo do presidente Rafael Caldera (1994-1999) e deve ser levado adiante pelo atual governante Hugo Chávez. Entretanto, este interrompeu sua instalção diante das manifestações dos índios, que chegaram a destruir algumas torres do sistema.
"Nossa intenção não é atingir o governo, mas resolver o conflito. Estamos pedindo que se paralise a obra. Queremos que seja feito um estudo de impacto antes de continuar a instalação da rede. Assim serão analisados os documentos e os reais objetivos desta ligação", afirmou Castro.
"A obra continua militarizada", lamenta o representante indígena, ao lembrar o provável progresso que trará para a área amazônica da Venezuela -um território praticamente virgem no extremo sul do país- e a consequente modificação do estilo de vida ancestral da etnia.
As comunidades indígenas dos povoados de San Juan de Kamoirán, San Rafael de Kamoirán, Vista Alegre e San Luis de Awarakay são as que continuam se opondo à obra. Seus habitantes tentaram, sem sucesso, conseguir recursos contra a instalação da rede ante o Supremo Tribunal de Justiça.
"Como a nossa comunidade pode se desenvolver livremente se as nossas terras estão ameaçadas? O que falta é o título de propriedade e reconhecimento a nossa economia, idioma, religião e organização social", avaliou Castro.
Na sua opinião, a rede elétrica já trouxe conseqüências negativas, como a divisão das comunidades. Há cerca de dez povoados na região.
Castro afirma que algumas comunidades já concordaram com a instalação da rede porque o governo teria dito que precisa pagar 40 mil bolívares diários de dívida ao Brasil. "Sempre há manipulação a favor do governo", disse.
Caracas defende a rede elétrica, afirmando que a não instalação implicaria no pagamento de uma vultosa indenização ao Brasil.
Índios venezuelanos tentam impedir ligação de rede elétrica com o Brasil
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Grupos indígenas venezuelanos da etnia pemón tentaram impedir novamente a ligação de uma rede elétrica entre Venezuela e Brasil, que atravessa áreas florestais no sul da Venezuela.
Eles alegam que sua cultura pode ser destruída com a chegada do desenvolvimento, segundo porta-vozes.
Silviano Castro, Carmelita Ramírez e María Luisa Velásquez, representantes da etnia, afirmaram ao jornal "El Nacional" que "depois da rede elétrica vem um desenvolvimento que ameaça a cultura dos índios".
O projeto da rede elétrica levando energia venezuelana ao Brasil foi criado no governo do presidente Rafael Caldera (1994-1999) e deve ser levado adiante pelo atual governante Hugo Chávez. Entretanto, este interrompeu sua instalção diante das manifestações dos índios, que chegaram a destruir algumas torres do sistema.
"Nossa intenção não é atingir o governo, mas resolver o conflito. Estamos pedindo que se paralise a obra. Queremos que seja feito um estudo de impacto antes de continuar a instalação da rede. Assim serão analisados os documentos e os reais objetivos desta ligação", afirmou Castro.
"A obra continua militarizada", lamenta o representante indígena, ao lembrar o provável progresso que trará para a área amazônica da Venezuela -um território praticamente virgem no extremo sul do país- e a consequente modificação do estilo de vida ancestral da etnia.
As comunidades indígenas dos povoados de San Juan de Kamoirán, San Rafael de Kamoirán, Vista Alegre e San Luis de Awarakay são as que continuam se opondo à obra. Seus habitantes tentaram, sem sucesso, conseguir recursos contra a instalação da rede ante o Supremo Tribunal de Justiça.
"Como a nossa comunidade pode se desenvolver livremente se as nossas terras estão ameaçadas? O que falta é o título de propriedade e reconhecimento a nossa economia, idioma, religião e organização social", avaliou Castro.
Na sua opinião, a rede elétrica já trouxe conseqüências negativas, como a divisão das comunidades. Há cerca de dez povoados na região.
Castro afirma que algumas comunidades já concordaram com a instalação da rede porque o governo teria dito que precisa pagar 40 mil bolívares diários de dívida ao Brasil. "Sempre há manipulação a favor do governo", disse.
Caracas defende a rede elétrica, afirmando que a não instalação implicaria no pagamento de uma vultosa indenização ao Brasil.
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