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08/03/2001 - 21h24

Kostunica aceita plano de zona de proteção e critica OTAN

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da Reuters, em Belgrado

O presidente iugoslavo, Vojislav Kostunica, aceitou hoje uma proposta da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que permite que forças iugoslavas entrem na zona de proteção próxima de Kosovo e da Macedônia, mas acusou a aliança ocidental de lidar com os rebeldes étnicos albaneses de forma ``desastrosa''.

Kostunica disse estar otimista diante da perspectiva de a Iugoslávia cumprir um prazo estabelecido pelos EUA para iniciar a cooperação com o tribunal de crimes de guerra da ONU (Organização das Nações Unidas), que quer julgar seu antecessor, Slobodan Milosevic. Washington ameaçava Belgrado de sanções econômicas caso não cooperasse com o tribunal.


Kostunica disse, porém, que a violência que assola Kosovo e as regiões junto às suas fronteiras eram o problema mais urgente do país, e acusou a missão da KFOR, forças de paz lideradas pela OTAN, de produzir resultados ``desastrosos''.

``O que realmente está nos fazendo falta é mais compreensão, mais boa vontade por parte da KFOR e da OTAN e mais disponibilidade para arriscar alguma coisa, talvez mais coragem'', disse o presidente.

Líder da aliança reformista que derrubou Milosevic em outubro, Kostunica disse que as forças iugoslavas estavam diante de uma missão perigosa, uma vez que estavam sendo chamados para fazer algo que a KFOR não conseguiu estabelecer: a segurança na zona de proteção.

Em reunião em Bruxelas hoje, representantes da OTAN propuseram permitir a entrada de forças iugoslavas em um pequeno pedaço da Sérvia próxima ao sul de Kosovo.

Guerrilhas albanesas têm usado a zona de proteção para lançar ataques às forças sérvias. O norte da Macedônia também está sofrendo violência atribuída a albaneses étnicos. A OTAN defende a permissão apenas para a polícia do Ministério do Interior sérvio e da guarda de fronteira do exército iugoslavo, e não a tropas regulares

A zona de proteção, de 5 km, foi criada quando a OTAN entrou em Kosovo com o objetivo de manter as forças iugoslavas isoladas da província, onde Milosevic promoveu a perseguição a maioria étnica albanesa.

Ao voltar para uma parte da zona da proteção, forças iugoslavas podem sofrer hostilidades de albaneses étnicos.

``A KFOR está abandonando a proteção da fronteira e está convidando nosso exército para entrar no fogo cruzado'', afirmou Kostunica em entrevista coletiva.

O presidente iugoslavo, que disse que as forças iugoslavas devem entrar na zona de proteção no fim deste mês, acusou a KFOR de falhar na missão de desarmar guerrilhas albanesas e de ''estimular em vez de coibir'' aspirações de uma Grande Albânia, pois estavam mais preocupados em defender suas próprias tropas do que a população local.
 

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