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16/03/2001 - 11h16

Confrontos na Macedônia aumentam e preocupam o mundo

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da Reuters, em Tetovo (Macedônia)

Novos choques entre forças do governo e guerrilheiros de etnia albanesa foram testemunhados hoje na região de Tetovo, na Macedônia. Durante a manhã, uma forte artilharia foi escutada nas montanhas que cercam a segunda maior cidade do país. Havia fumaça nos bosques próximos às torres de transmissão de TV, um foco de combate nos últimos dois dias.

Com os confrontos, aumentou a preocupação internacional de que uma nova guerra nos Bálcãs esteja começando. A Macedônia, uma pequena república de população albanesa e eslava, até agora conseguiu atravessar ilesa dez anos de caos na antiga Iugoslávia.

Repórteres viram soldados da polícia ocuparem posições nos arredores de Tetovo, uma cidade de maioria albanesa, enquanto um comboio de blindados rumava para a cidade.

"As forças de segurança vão tomar medidas adicionais e eficientes para neutralizar os grupos terroristas e proteger os cidadãos'', anunciou na noite de ontem o Conselho de Segurança da Macedônia, que reúne as principais autoridades do país.

Isso significa que o Exército vai começar a substituir a polícia nos combates.

Segundo o governo, os guerrilheiros são de Kosovo, região iugoslava controlada pela Otan (aliança militar ocidental) onde há constante tensão entre albaneses e eslavos. Seu objetivo seria conseguir o apoio dos albaneses da Macedônia, um terço da população. Os guerrilheiros afirmam lutar por "direitos iguais'' para sua etnia.

Os choques nos arredores de Tetovo deixaram dois civis feridos. Na quarta-feira (14), um civil de etnia albanesa morreu e 17 policiais e civis ficaram feridos.

Tetovo é a base eleitoral do principal partido albanês do país, o DPA, que participa do governo e condenou as ações da guerrilha. O governo se recusa a negociar enquanto houver violência.

O líder dos albaneses de Kosovo, Ibrahim Rugova, disse que a Macedônia deveria se preocupar em melhorar as condições de vida da minoria albanesa, normalmente mais pobre que a população eslava. "Se não fizer isso, haverá uma escalada de violência'', previu Rugova.

O enviado especial da ONU aos Bálcãs, Carl Bildt, disse que a situação lembra o começo dos conflitos na Bósnia e em Kosovo. ''É uma das piores notícias que saíram dos Bálcãs nos últimos anos'', disse.

Apesar de apoiar incondicionalmente o governo macedônio, os principais países ocidentais ainda não falam em mandar uma força de intervenção.
 

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