Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/03/2001 - 18h06

Canibalismo salva vida de náufragos no Caribe

Publicidade

das agências internacionais

O canibalismo salvou um grupo de náufragos no Caribe. Três imigrantes ilegais da República Dominicana, entre mais de 60 que tentavam chegar a Porto Rico, resgatados na semana passada na costa do Haiti, conseguiram sobreviver, depois de três semanas à deriva, por terem comido a carne de passageiros mortos.

Carlos Pinales, 19, um dos sobreviventes, contou que após alguns dias, como não havia nem comida nem bebida, os imigrantes começaram a morrer. Pinales afirmou que, no início, os corpos eram jogados ao mar e depois passaram a ser comidos.

"Cada vez que um dos passageiros morria, no dia seguinte pela manhã os outros cortavam o corpo e o comiam", disse Pinales.

O sobrevivente afirmou não ter se alimentado de carne humana, mas um médico que o atendeu disse que seria impossível sobreviver de outra forma.

A identidade do outro sobrevivente, que alterna momentos de lucidez e inconsciência, ainda não foi confirmada. O terceiro sobrevivente morreu no hospital do Haiti.

À DERIVA

O drama dos náufragos começou no dia seguinte após deixarem a cidade de La Romana, 180 km a leste de Santo Domingo, quando o motor do barco parou de funcionar. A embarcação foi levada na direção oposta do destino inicial, Porto Rico.

Na quinta-feira passada, o barco bateu em corais na costa do Haiti e afundou em Ile-a-Vache, uma pequena ilha que fica a 140 km a sudoeste da capital haitiana, Porto Príncipe.

Corpos de 16 das vítimas foram levados pelo mar e 13 foram enterrados numa vala comum, já em estado de decomposição.

A viagem custou US$ 240 por passageiro e foi organizada por dois capitães do barco, que não acompanharam o grupo.

Naufrágios recentes de embarcações com imigrantes ilegais dominicanos deixaram mais de cem desaparecidos.

Na semana passada, outro barco, carregando cerca de 40 ilegais com destino a Porto Rico, afundou em San Martin, uma ilha caribenha compartilhada pelos governos francês e holandês

Milhares de dominicanos se dirigem a Porto Rico, Estado associado dos EUA, em busca de melhores condições de vida.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página