Publicidade
Publicidade
28/08/2001
-
10h32
da France Presse, em Genebra
Em meio à polêmica envolvendo eventuais indenizações às vítimas da escravidão e ao conflito no Oriente Médio, a Conferência Mundial contra o Racismo terá início na sexta-feira (31), em Durban, envolvida em um ambiente tenso, agravado por uma ameaça de greve geral na África do Sul.
Tanto os Estados Unidos quanto Israel continuavam ameaçando boicotar a conferência, que vai até 7 de setembro. A Alta Comissária para os Direitos Humanos e secretária-geral da conferência, Mary Robinson, que chegou este fim de semana a Durban, convocou todos os países a participar do fórum.
"Queria dizer, novamente, que está claro que a fórmula 'sionismo igual a racismo' foi deixada de lado e não está na ordem do dia, disse Robinson, tentando afastar os temores americanos e israelenses.
Mas o Departamento de Estado americano disse ontem que o secretário de Estado, Colin Powell, não irá a Durban, devido ao caráter antiisraelense do programa e a certos documentos preparatórios.
Israel parecia decidido pelo boicote. O líder palestino Iasser Arafat disse que poderá assistir à conferência, um sinal da importância do encontro para o mundo árabe, uma vez que o número de vítimas do conflito no Oriente Médio é cada vez maior.
Vinte chefes de Estado anunciaram sua participação, entre eles o cubano Fidel Castro, o senegalês Abdulaye Wade e o argelino Abdelaziz Bouteflika. Como parte da luta pelo fim do racismo, a terceira conferência mundial sobre o tema examinará as causas, medidas de prevenção e proteção, as soluções e os direitos das vítimas. Também há outros temas a serem discutidos, como o dos emigrantes, o dos povos nativos, o dos ciganos, a discriminação ligada ao sexo e a globalização.
Uma declaração final e um programa de ação serão divulgados ao fim da reunião, da qual deverão participar 15 mil delegados. Durante as negociações preparatórias, que geraram debates agitados devido às divergências envolvendo os temas Oriente Médio, escravidão e colonização, Robinson usou uma linguagem conciliatória.
Os países árabes e muçulmanos continuavam insistindo em que a questão palestina figurasse na agenda da conferência. Em entrevista a um jornal suíço, Robinson disse que "Durban não pode resolver a questão do Oriente Médio, tampouco ignorá-la", assim como "o sofrimento do povo palestino e o fato de os israelenses também serem vítimas da violência e da insegurança".
Em relação à escravidão e ao colonialismo, segundo fontes americanas, Durban se encaminharia para uma declaração coletiva dos países ocidentais expressando seu arrependimento e se pronunciando em favor de uma ajuda ao desenvolvimento da África. Para vários africanos, como o ministro da Justiça do Zimbábue, Patrick Chinamasa, "tanto negros quanto judeus têm o direito a desculpas pelas violações dos direitos humanos cometidas contra a raça negra'.
As potências ocidentais temem que um pedido público de desculpas leve as vítimas a exigir compensações financeiras nos tribunais.
Enquanto a conferência se destaca como um acontecimento de interesse mundial, o governo sul-africano não conseguiu fazer, durante o fim de semana, com que o Cosatu, poderosa central sindical, adiasse sua greve geral, convocada para amanhã e depois e em protesto contra as privatizações.
Leia mais:
ONU está confiante em relação à Conferência contra o Racismo
Colin Powell não irá à Conferência Mundial contra o Racismo
Papa condena racismo, nacionalismo agressivo e violência étnica
Tensão prevalece antes de Conferência Mundial contra o Racismo
Publicidade
Em meio à polêmica envolvendo eventuais indenizações às vítimas da escravidão e ao conflito no Oriente Médio, a Conferência Mundial contra o Racismo terá início na sexta-feira (31), em Durban, envolvida em um ambiente tenso, agravado por uma ameaça de greve geral na África do Sul.
Tanto os Estados Unidos quanto Israel continuavam ameaçando boicotar a conferência, que vai até 7 de setembro. A Alta Comissária para os Direitos Humanos e secretária-geral da conferência, Mary Robinson, que chegou este fim de semana a Durban, convocou todos os países a participar do fórum.
"Queria dizer, novamente, que está claro que a fórmula 'sionismo igual a racismo' foi deixada de lado e não está na ordem do dia, disse Robinson, tentando afastar os temores americanos e israelenses.
Reuters - 25.jul.2001 |
Colin Powell, secretário de Estado dos EUA |
Israel parecia decidido pelo boicote. O líder palestino Iasser Arafat disse que poderá assistir à conferência, um sinal da importância do encontro para o mundo árabe, uma vez que o número de vítimas do conflito no Oriente Médio é cada vez maior.
Vinte chefes de Estado anunciaram sua participação, entre eles o cubano Fidel Castro, o senegalês Abdulaye Wade e o argelino Abdelaziz Bouteflika. Como parte da luta pelo fim do racismo, a terceira conferência mundial sobre o tema examinará as causas, medidas de prevenção e proteção, as soluções e os direitos das vítimas. Também há outros temas a serem discutidos, como o dos emigrantes, o dos povos nativos, o dos ciganos, a discriminação ligada ao sexo e a globalização.
Uma declaração final e um programa de ação serão divulgados ao fim da reunião, da qual deverão participar 15 mil delegados. Durante as negociações preparatórias, que geraram debates agitados devido às divergências envolvendo os temas Oriente Médio, escravidão e colonização, Robinson usou uma linguagem conciliatória.
Os países árabes e muçulmanos continuavam insistindo em que a questão palestina figurasse na agenda da conferência. Em entrevista a um jornal suíço, Robinson disse que "Durban não pode resolver a questão do Oriente Médio, tampouco ignorá-la", assim como "o sofrimento do povo palestino e o fato de os israelenses também serem vítimas da violência e da insegurança".
Em relação à escravidão e ao colonialismo, segundo fontes americanas, Durban se encaminharia para uma declaração coletiva dos países ocidentais expressando seu arrependimento e se pronunciando em favor de uma ajuda ao desenvolvimento da África. Para vários africanos, como o ministro da Justiça do Zimbábue, Patrick Chinamasa, "tanto negros quanto judeus têm o direito a desculpas pelas violações dos direitos humanos cometidas contra a raça negra'.
As potências ocidentais temem que um pedido público de desculpas leve as vítimas a exigir compensações financeiras nos tribunais.
Enquanto a conferência se destaca como um acontecimento de interesse mundial, o governo sul-africano não conseguiu fazer, durante o fim de semana, com que o Cosatu, poderosa central sindical, adiasse sua greve geral, convocada para amanhã e depois e em protesto contra as privatizações.
Leia mais:
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice