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23/09/2001
-
21h36
SÉRGIO DÁVILLA
da Folha de S.Paulo, em Nova York
Demorou dois fins de semana, mas os saqueadores finalmente descobriram os escombros do World Trade Center. Segundo o chefe de polícia de Nova York, Bernard Kerik, pelo menos dez pessoas foram presas acusadas de estarem com objetos retirados do chamado "ponto zero".
Não são mais os colecionadores de lembranças dos primeiros dias, que se contentavam em levar pedaços do concreto que erguia as duas torres. Na sexta-feira, dois homens foram presos com dois relógios no valor de US$ 3,5 mil, roubados da Tourneau Watch Gear, uma das lojas que ficava no subsolo do complexo. Um deles é um ex-policial.
Há ainda relatos feitos por soldados da Guarda Nacional de supermercados próximos às estações de metrô que foram roubados e uma caixa registradora de uma das farmácias que teve sua gaveta de dinheiro forçada.
Segundo o chefe de polícia da cidade, a segurança nas ruas que dão acesso aos escombros foi reforçada, assim como a das estações de metrô cujos túneis de pedestres poderiam levar ao subsolo do World Trade Center.
Por algum motivo, parte dos subterrâneos não sofreu a ação do fogo e da água, nem mesmo da queda dos prédios. De acordo com soldados que passaram por lá, o aspecto destes lugares é de ruínas de uma cidade antiga, pelo silêncio e quantidade de poeira. É por isso também que os saqueadores estão sendo chamados de "violadores de tumbas".
Ouro e prata
Era de se esperar. Além das lojas, há pelo menos 11,8 toneladas de ouro e 935,7 toneladas de prata guardados em cofres localizados em algum lugar do subsolo da torre 4 do WTC. Pertencem a investidores do Scotia Mocatta, a divisão de metais do Bank of Nova Scotia, e valem algo entre US$ 240 milhões e US$ 250 milhões.
Os escritórios das duas torres também contavam com dezenas de obras de arte assinadas por nomes como Joan Miró, Alexander Calder e Roy Lichtenstein, num total avaliado pela polícia em US$ 10 milhões.
Uma obra de Nevelson foi retirada intacta e partes da escultura "Modern Head", de Lichtenstein, foram mostradas na TV.
Uma das obras virou um memorial improvisado das equipes de resgate. Trata-se dos restos de "Double Check", uma escultura de bronze feita por J. Seward Johnson Jr. de um executivo olhando o interior de sua pasta. Esta ainda não foi roubada.
Leia mais no especial sobre atentados nos EUA
Leia mais sobre os reflexos do terrorismo na economia
Saqueadores buscam ouro nos escombros do World Trade Center
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da Folha de S.Paulo, em Nova York
Demorou dois fins de semana, mas os saqueadores finalmente descobriram os escombros do World Trade Center. Segundo o chefe de polícia de Nova York, Bernard Kerik, pelo menos dez pessoas foram presas acusadas de estarem com objetos retirados do chamado "ponto zero".
Não são mais os colecionadores de lembranças dos primeiros dias, que se contentavam em levar pedaços do concreto que erguia as duas torres. Na sexta-feira, dois homens foram presos com dois relógios no valor de US$ 3,5 mil, roubados da Tourneau Watch Gear, uma das lojas que ficava no subsolo do complexo. Um deles é um ex-policial.
Há ainda relatos feitos por soldados da Guarda Nacional de supermercados próximos às estações de metrô que foram roubados e uma caixa registradora de uma das farmácias que teve sua gaveta de dinheiro forçada.
Segundo o chefe de polícia da cidade, a segurança nas ruas que dão acesso aos escombros foi reforçada, assim como a das estações de metrô cujos túneis de pedestres poderiam levar ao subsolo do World Trade Center.
Por algum motivo, parte dos subterrâneos não sofreu a ação do fogo e da água, nem mesmo da queda dos prédios. De acordo com soldados que passaram por lá, o aspecto destes lugares é de ruínas de uma cidade antiga, pelo silêncio e quantidade de poeira. É por isso também que os saqueadores estão sendo chamados de "violadores de tumbas".
Ouro e prata
Era de se esperar. Além das lojas, há pelo menos 11,8 toneladas de ouro e 935,7 toneladas de prata guardados em cofres localizados em algum lugar do subsolo da torre 4 do WTC. Pertencem a investidores do Scotia Mocatta, a divisão de metais do Bank of Nova Scotia, e valem algo entre US$ 240 milhões e US$ 250 milhões.
Os escritórios das duas torres também contavam com dezenas de obras de arte assinadas por nomes como Joan Miró, Alexander Calder e Roy Lichtenstein, num total avaliado pela polícia em US$ 10 milhões.
Uma obra de Nevelson foi retirada intacta e partes da escultura "Modern Head", de Lichtenstein, foram mostradas na TV.
Uma das obras virou um memorial improvisado das equipes de resgate. Trata-se dos restos de "Double Check", uma escultura de bronze feita por J. Seward Johnson Jr. de um executivo olhando o interior de sua pasta. Esta ainda não foi roubada.
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